Quem quer ser um milionário?

por Ana Al Izdihar – Caso não tenha se emocionado com as cenas fortes que descreviam as ruas das favelas cariocas no filme Cidade de Deus, tenho a impressão que com Quem quer ser um milionário? (Inglaterra, 2008) seu coração de pedra não vai agüentar. E se você se comoveu com o filme nacional, se prepare quando for ver essa nova proeza do diretor Danny Boyle: é emoção na veia. E já aviso: vai doer, ok? Não é a Índia dos rajás da novela global…

O título em português pode até fugir do assunto à primeira vista, mas é adequado à divulgação. Se fosse traduzido ao pé da letra (favelado milionário), acredito que o brasileiro não iria querer ver. Já na gringolândia a coisa seria o contrário: com o título de “Who wants to be a millionaire” o público talvez pensasse que seria um filme fútil com ênfase no programa de TV.

A estória é mais ou menos assim: por um motivo muito forte, o jovem indiano muçulmano Jamal se inscreve num programa de perguntas na TV para ganhar 10 milhões de rúpias. Ao longo do programa, o espectador descobre mais sobre a vida de Jamal, sua infância pobre nas favelas de Mumbai (antiga Bombai) junto a seu irmão Salim e a amiga Latika. E o que se vê é mais do que simplesmente uma retrospectiva da vida de Jamal: é a história de uma comunidade inteira, é a regeneração dela através da própria regeneração de Jamal! É o amadurecimento da alma desse rapaz tão profundo, um sobrevivente que realmente sabe as respostas. Aliás, guarde essa frase: ele sabe as respostas.

A Índia que não vemos na novela das oito é revelada pela câmera cinética e crua de Danny Boyle – a marca registrada de Boyle: a câmera muito perto do movimento, resultando num efeito estonteante, mas paradoxalmente real demais (veja seus outros filmes, por exemplo, Trainspotting), que assume na primeira infância de Jamal o ponto de vista das crianças. A impressão de que as imagens são mostradas de baixo para cima, e/ou na altura dos olhos delas, ou seja, como elas vêem o mundo; também muito rápida, insinuando a velocidade que aqueles pequenos precisavam ter para se safar dos perigos. Também é costume de Boyle começar o filme com alguma cena do denouement (do meio para o final) do mesmo e depois vir recheando e costurando o enredo ao longo da narrativa.

A cada pergunta feita a ele, Jamal vai buscar a resposta na sua jornada, como um herói das narrativas mais antigas do mundo. Tudo o que ele viveu no passado se transforma em algum tipo de conhecimento ao qual ele atribui significado no momento presente, acionado pelas perguntas do programa e decifrado pelo seu depoimento na delegacia de polícia. Na sua imensa e intensa necessidade de apreender todo e qualquer conhecimento à sua volta, Jamal aguça sua percepção ao longo de sua jovem vida, a princípio para fugir da morte e viver mais um dia. Porém, naquele momento em que está no programa, juntando tudo o que aprendeu, Jamal está no limiar do próximo passo lógico de sua existência: sua regeneração e individuação. E a partir daí começará a realmente viver e usufruir dos frutos de sua coragem, sinceridade e obstinação.

O processo de individuação de Jamal é compartilhado com o oficial de justiça – que pede explicação a cada pergunta que Jamal teria acertado… Como um garoto favelado poderia saber tudo aquilo? – e inconscientemente pelo grande público do programa. Digo inconscientemente, pois para o coletivo Jamal não precisaria se explicar. O espectador do filme pode sentir a platéia crescer em entusiasmo por Jamal, mesmo sem conhecer os detalhes de sua vida e o por que dele sabe as respostas, mesmo quando ele diz ao apresentador que não sabe. O saber para Jamal tem um significado muito mais profundo (leitura de mundo) do que o conceito de saber do apresentador (leitura empírica).

Contudo, para o público bastou saber que Jamal veio de um passado nas favelas e que hoje era um servente de chá numa empresa de atendimento ao cliente de celulares. Eles sabem (intuem?) por que Jamal sabe as respostas. Há uma solidariedade silenciosa entre eles, e não há perguntas do público para Jamal… Eles simplesmente torcem para que ele ganhe. E vejam a repercussão cíclica desse filme: os indianos favelados assistiram, torceram e comemoram muito a vitória desse filme na cerimônia do Oscar. Ao ver essas cenas jornalísticas na TV, parecia que eu estava revendo o público de Jamal no filme…

*

Ao assistir o filme, as imagens subliminares que mais grudaram na minha mente foram as de contraste entre a lama, a sujeira, o lixo, e a beleza, a sinceridade, a obstinação… O enredo me lembrou a carta 19 do tarô [ao lado], a Lua. Ao analisarmos a iconografia tradicional dessa carta – com a ajuda de uma interpretação do acadêmico jungiano Gerald Schueler –, vemos duas torres unidas por um rio, tendo a cada lado da margem um cão e um lobo; no final do rio, atrás dos animais, um caranguejo tentando sair do mangue; acima, a Lua ofuscando o Sol. O crustáceo saindo do mangue representa as forças da regeneração e muitas vezes ressurreição. O cão e o lobo sugerem o subconsciente, as sombras ou forças instintivas. A Lua em si é a própria representação da vida nas sombras e a força da anima ou da parte feminina do ser humano. O rio, o relacionamento entre os seres ali postos. E as duas torres podem significar o portal entre a vida e a morte.

Assim, se observarmos bem, essa carta pode resumir o momento de Jamal: saindo da lama, da sujeira, encarando as torres da Mumbai em transformação. Jamal e seu irmão mais velho Salim viviam numa favela afundada em lixo com a mãe e depois, ao ficarem órfãos, vivem também em vários outros lugares extremamente sujos. Um dos momentos mais significativos dessa simbologia é quando Jamal consegue um autógrafo de seu ator favorito, após se jogar na fossa. Todo coberto de fezes, Jamal triunfa com seu primeiro “pequeno” objetivo alcançado, para depois perdê-lo para a ganância de Salim. Salim fica lhe devendo uma.

A antiga favela dá lugar a prédios de empresas, mas ainda governada por um submundo mafioso, ou como diria Salim ao contar ao irmão que trabalhava para um gangster: “eu estou no centro do centro”. Vejo Jamal como o caranguejo (quem se lembra da “filosofia” de Chico Science levanta a mão!), as torres como a Bombai/Mumbai, seus perigos e fronteiras, o lobo como Salim, e talvez Latika como o cão, sendo que ela também se transforma no objetivo da busca de Jamal, a própria Lua, ou seja, a busca de sua anima representada no ser feminino de Latika, para completar-se como indivíduo.

Jamal acha que seu destino com Latika está escrito e, muito mais do que se sentir responsável por ela, a ama com toda a alma e sabe que ela é a sua redenção e ele a dela. E ironicamente está sim escrito nas entrelinhas das perguntas e alternativas dadas a ele, as quais ele responde com toda a sabedoria que colheu somente para esse intuito: resgatar e acolher Latika.

*

Há quem possa pensar que, por ser o irmão mais velho, Salim seria uma figura protetora, mas vemos que não o é. Ele representa o desbravador de caminhos, com seu jeito tortuoso de agir (vendendo a foto autografada que Jamal conseguiu, fazendo sexo com Latika), em comparação com o centrado e, aí sim, paternal irmão Jamal. Salim abre espaço por entre as torres para que Jamal saia da lama, dos perigos e no final é ele quem dá o último empurrão para (re)colocar Latika ao lado de Jamal para sempre. Latika pode ser comparada ao cão quando se une a eles para fugir dos perigos, ativando assim seu lado mais masculino, ou quando se mostra em parte, uma mosqueteira…

Aliás, você se lembra das personalidades de cada mosqueteiro? Danny Boyle e o roteirista Simon Beaufoy exploraram sutil e lindamente essa analogia. No filme, Jamal nunca conseguia se lembrar do nome do terceiro mosqueteiro (Aramis). Pela ironia da sincronicidade, é justamente a última pergunta a ser feita a ele para que ganhe os 20 milhões de rúpias. O sorriso irônico de Jamal ao ouvir a pergunta nos coloca extremamente próximos dele…

Bem, só lembrando rapidamente: Athos seria o mosqueteiro mais paternal dos três, aquele que era nobre, honesto e mais calado, guardando suas preocupações e tristezas dentro de si. Porthus era extrovertido, dado às mulheres, e boemia, um tanto exagerado nos atos, às vezes iludível e morre de maneira grandiosa. Aramis apresentava vários entraves à perfeição de um herói, como pensamentos vingativos, um tanto interesseiro em dinheiro, mais sortudo do que estratégico, porém seu único traço impecável era a fidelidade aos amigos.

Podemos então ver uma “trindade” um tanto corrompida (Jamal-Salim-Latika), sendo que Latika, por ser muito frágil e dependente, aparece como uma “Aramis” sortuda em parte, mas nem tanto interesseira e sim medrosa ao ficar com aquele que no momento lhe oferecia guarita, mesmo que a humilhasse. Contudo, seu coração era fiel à amizade dos três e ao amor a Jamal. Tanto é que quando Jamal liga para o celular do irmão para que o ajude na resposta do terceiro mosqueteiro, Salim está morrendo grandiosamente por ter permitido que Latika fugisse, enquanto esta está com o seu telefone e não sabe a resposta para ajudar Jamal. Porém, ela sorri e sabe que ele responderá assim mesmo…

 
[veja o trailer]

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Ana Al Izdihar

Mestre em Letras pela UFSC, na área de crítica literária e cinema.


  • Pingback: Chi vuole essere un milionrio : cinextutti()

  • http://www.natramadanet.blogspot.com Suelen de Andrade Viana

    Ai Ana!! Ficou grande! :-) Estou meio preguiçosa para ler hoje. Massssssss, eu li..rs Eba!!
    Bem bom!

    Valeu a dica.

    saudades de vocÊ e dessa cidade aí.

    bjs

  • Ana Al Izdihar

    Pois é eu sei, desculpa o tamanho, mas não consegui cut the fat! Mas q bom q vc leu Su! Saudades de vc tb.

    E grazie tanti pela indicação lá em cima!

  • pedro

    é SALIM, não “samil”…

    —–
    Você está certo. Já corrigi.

    Obrigado,

    Editor

  • http://tiradaseatiradas.blogspot.com/ lene de costa

    Estava resistente ao filme, talvez por associar à distorção da cultura indiana que a glória perez está proporcionando aos brasileiros, mas já li tantas críticas positivas que preciso assisti-lo.

  • Ana Al Izdihar

    Então, Lene. Acho que seria divertido você ver o filme porque é muito bem feito, acho que é uma homenagem ao apreciadores de cinema!

    Não defendo novela da globo, mas assim como esse filme não acredito que a novela queira passar uma imagem “real” da Índia. São ambos espaços fictícios e não acho que nenhum deles faça distorção, pois a intenção é mostrar uma ficção e pronto. Um filme feito por um escocês, com atores ingleses e indianos e filmado em algumas locações na Índia não representa tão pouco o país como um todo.

    Falei sobre isso em outro blog, sobre “realismo cinematográfico” que não tem nada a ver com a realidade ou o realismo jornalístico ou de documentários (se é que esses dois últimos “existem”). Veja que apesar de “Cidade de Deus” usar de artifícios do realismo cinematográfico com pitadas tiradas da realidade não representa o Brasil como um todo…

    Obrigada por me dar a chance de falar sobre isso e por participar!

  • http://www.chuveiroeletrico.blogspot.com Luc

    a melhor leitura do filme que encontrei na internet! parabéns!

    p.s.: linkei vcs no meu blog.

    abraços

  • Ana Al Izdihar

    Valeu, Luc! Obrigada mesmo!
    Ficamos sempre feliz com o feedback de vocês. Nos incentiva a melhorar mais e mais.
    E obrigada por linkar-nos! eheheh

  • http://www.natramadanet.blogspot.com Suelen de Andrade Viana

    Eu assisti ao filme hoje , Ana. É lindo! É rico! Não é clichê. É intenso. É sedutor! É o filme.
    Muito obrigada pela dica.

    Beijosss

  • http://interwan.blogspot.com Wanderly Araujo

    Só a leitura do seu texto já me valeu a noite.Muito instigante a sua forma de expor.Além de contagiar pelo entusiasmo com o filme, presenteia-nos com a explanação sobre a sua própria reação e os pensamentos que foram se encaminhando para outras áreas e situações.Muito bom mesmo!

  • Ana Al Izdihar

    Então Su,
    exatamente algo q alguns estudiosos dizem sobre a visão do Jung sobre as estórias populares: q contém uma sabedoria disfarçada de clichê, mas na verdade não o é! Jung gostava de “pulp fiction”, em q achava os itens do inconsciente coletivo fervendo, dinâmicos!
    E essa experiênvcia é sempre intensa.

  • Oaianas

    Muito bons seus comentários sobre o filme. E ele é realmente maravilhoso!
    Abraços

  • Ana Al Izdihar

    Oaianas,
    obrigada por comparecer aqui! Q bom q gostou!
    Venha sempre

  • Sandra Braconnot

    Quem quer ser um privilégiado assista o filme. Distante da beleza estética com cenários paradisíaos e romances calientes, o filme nos coloca diante do belo poético em um exercício imaginário constante, que surpreende – e encanta – a cada cena.
    Jamal, Latika, Salim vão se misturando com a esperança, a injustiça, e a possibilidade de mudar o imutável numa história em que cada passagem dolorosa é transformada em ponte para o impossível – até então.
    A vida de Jamil foi sua escola. A dor, sua grande professora e o amor seu agente transformador, sua mola propulsora sua coragem para tentar conseguir o que nunca ousou sonhar.
    Fántástico!!!!

  • Paulo Antunes

    O filme é uma boa merda.
    Mais um enlatado americano recheado de violencia e ameaças subliminares disfarçado de conteudo “cult” para um bando de sub-idiotas acharem que estão presenciando a vanguarda de alguma coisa.

    É uma repetição homeopática do mesmo filme de sempre.
    Vai mal a critica.

  • Renato Fraguas

    Ana,
    Obrigado pelo belo texto. Sou professor do SENAC em um curso de preparação para o trabalho e este filme foi escolhido como atividade cultural, prevista em currículo. Eu já havia programado uma discussão sobre o filme na aula seguinte, e para isso procurei vários artigos sobre o filme na web.
    Devo confessar que a sua abordagem foi a mais significativa e rica de todas que encontrei.
    Parabéns! Você é uma daquelas pessoas que vai além da imagem e da primeira percepção (coisa que faltou ao nosso amigo Paulo Antunes), que aprofunda a percepção de um filme e estabelece as conexões entre as diversas mensagens que este transmite. É assim que deveríamos todos entender o cinema, como algo que foi pensado pelo diretor frame a frame, onde nada é de graça ou desprovido de sentido.
    Obrigado pelo prazer de uma leitura que me inspirou e que renderá um ótimo tema de discussão em sala de aula onde, é claro, citarei o seu nome.

    Renato

  • Ana Al Izdihar

    Pessoal,

    Desculpa a demora em responder… Problemas técnicos de todos os lados.

    POR PARTES:

    SANDRA: acho que falta muito por aí no cinema “exercício imaginário constante”, por falar nisso.

    PAULO ANTUNES: é um direito seu não achar o filme, o que você achou. Não discuto gosto. Mas só queria acrescentar ALGUMAS COLOCAÇÕES:

    – Primeiro, o filme não é americano e sim produção britânica. Será que você quis dizer “classical hollywood cinema” (cinema clássico hollywoodiano)? Bem, se for isso, também não estaria adequado, pois este filme não se encaixa no conceito CHC (vide David Bordwell para maiores detalhes).
    – Segundo: o que é exatamente conteúdo “cult”?
    – Terceiro: talvez o filme não seja vanguarda. Nem o diretor se propôs a isso e nem eu como crítica disse que era. Mas o diretor Danny Boyle tem usado várias técnicas cinematográficas de maneira única, como a “kinetic camera”, por exemplo. Algumas de suas técnicas são, portanto, bastante inovadoras. Foi isso que você quis dizer?

    RENATO FRAGAS:
    Obrigada pelo comentário. Depois nos diga qual é esse trabalho que vocês fizeram e que usaram o filme… Parece interessante…

    Obrigada a todos.

  • http://pintandomusica.blogspot.com/ Tamára

    Excelente filme, excelente crítica. Parabéns!

  • Ana Al Izdihar

    Olá, Támara!

    Obrigada por participar e venha sempre aqui, ok?

  • Aninha

    Amei a sua critica! Acabei de assistir o filme e ainda estou em choque!
    Como vc disse….realmente dói muito!
    A vdd é que acabamos dando valor a coisas fúteis e sem importância….quando vemos a vida de Jamal, Salim e Latika, e td que eles tem q passar, acabamos revendo a nossa própria vida e dando mais valor à ela.

    Um bjo

  • Ana Al Izdihar

    Ok, xará!
    Que bom que gostou. Eu também tive esse sentimento, mas por uma outra perspectiva: eu venho de uma infância na periferia também. Não tão miserável quanto a de Jamal, mas eu entendo muita coisa que ele passou, principalmente a desconfiança nos nossos talentos quando algumas pessoas sabem de nossa origem…

    É isso. Obrigada. Venha sempre aqui. Visite a todos nós!

  • Gustavo

    A melhor leitura que já encontrei, e concerteza o melhor filme que já assisti!
    Muito legal.
    bjos!

  • Ana Al Izdihar

    Olá Gustavo!
    Obrigada pelo comentário. E o que mais gostei nele foi o fato de você ter dito “leitura” porque é isso mesmo que intenciono: que seja uma leitura minnha. E se você se identificou, fico mais feliz ainda.
    Apareça sempre, ok?

  • Flávio

    Algumas críticas que li não recomendavam o filme.

    Apesar disso acabei assistindo o filme (de graça, até injeção na testa). É uma produção bem caprichada. A história não é exatamente previsível mas percebe-se que o roteiro foi preparado para “tocar” a platéia.

    As atuações não ajudam. A “realidade” miserável explorada pelo filme destoa do destino improvável dos personagens. Muita coisa soa falso. Engolir esse tipo de cinema, feito descaradamente para comover as massas, não é tarefa fácil para o público mais “chato”.

    Mas quem que gosta de novela vai adorar o filme.

  • Ana Al Izdihar

    Flávio,
    entendo sua opinião. E como não estou aqui pra fazer ninguém gostar do filme e sim somente compartilhar minha leitura, acho que você tem seu ponto de vista claro.

    Somente um aspecto gostaria de talvez discordar : não há possibilidade de existir um “cinema realista” porque é um veículo de ficção, assim como são as novelas televisivas.

    Nem mesmo os filmes ditos “biográficos” conseguem ou mesmo nem se propõem a serem “realistas”. Na minha opinião técnica isso é impossível.

    Ainda não consigo entender espectadores que exigem “realidade” de filmes e novelas. Nem os noticiários conseguem essa dita “realidade”…

    Mas quanto ao tipo de narrativa não te agradar, aí sim, eu concordo. É gosto e isso não se discute.

  • Flávio

    Ana,

    Não acho que realismo seja a característica que falta ao filme. Não é isso.

    Para quem se interessa por cinema, recomendo o site “www.criticos.com.br”.

  • Ana Al Izdihar

    Ah, sim, Flávio. Ok, então.

    Quanto ao site indicado, obrigada por deixar à disposição dos leitores. É sempre bom oferecermos mais fontes para que todos possam comparar opiniões.

    Conheço o site e confesso não me encaixo no “estilo” ali exposto. Uma questão de gosto, particularmente.

    Obrigada por participar

  • Wilkens Monteiro

    Filme grandioso. 8 OSCAR são poucos para se ilustrar tudo o que o filme apresenta, representa e, principalmnte, ensina. Já vi muitos filmes, que ganharam o título de Melhor Filme, mas esse o merece com muitos méritos. A sensivel evolução dos personagens, as lindas “encaixadas” de “concidências” são de deixar perplexos. Você chega a torcer por Jamal, como se fosse um amigo íntimo dado à todas as caracteríscas obstinadas do rapaz. Você descobre que o objetivo dele estar no jogo não é ganhar.
    Simplesmente 10.

  • Ana Al Izdihar

    Wilkens,
    Também acho que as “encaixadas” e “coincidências” (ou sincronicidade) é o fio que conecta toda a trama de maneira charmosa. E acho também que é isso que seduz alguns espectadores.

    Obrigada por participar. Venha mais vezes aqui!

  • ricardo

    Eu achei o filme fraquíssimo.Mistura barata de Forrest Gump com Cidade de Deus.
    Não há absolutamente nada de original no roteiro,pois o garoto pobre de infância sofrida(forrest gump),passa por inúmeros sufocos em sua vida para ter ao seu lado a bela amiga(jenny),sempre vivendo na sombra de seu irmão(zé pequeno),que morre no final,assassinado.A única diferença é que ele fica milionário,e só depois de levar a bolada pra casa a interesseira aparece(mais uma vez,igualzinho ao forrest)…Só é bom para quem gosta das interminavelmente repetitivas novelas da globo.GRANDE PORCARIA(é a MINHA opinião,não li em nenhum blog,não acredito em oscar,e não fiz curso de belas artes)

  • Ana Al Izdihar

    ahahaha! Gostei do seu comentário, Ricardo!

    Forrest Gump? Não tinha pensado nisso! Interessante… Cidade de Deus? A comparação é inevitável e que bom que o filme brasileiro veio primeiro, senão todo mundo ia dizer que copiamos os gringos…

    Como sempre digo: eu não estou aqui pra fazer ninguém gostar do filme. E a opinião que coloquei aqui é MINHA, também não acredito em Oscar, não li em nenhum outro blog e não fiz curso de belas artes!

    Valeu a participação!

  • Rogério

    Olá Ana, gostei do filme, embora nao seja uma história(a propósito estória nao existe mais) original o filme cumpre muito bem o seu objetivo que é tocar o espectador. Eu procuro fugir do estilo hollywood, prefiro os filmes europeus, asiaticos e nacionais que tratam melhor do cotidiano sem buscar efeitos exagerados, otima critica a sua, gostaria de aproveitar para pedir indicações de outros filmes indianos bons. grato

  • Ana Al Izdihar

    Olá Rogério,
    Antes de mais nada o filme acima é britânico e não indiano, ok? E na minha opinião nem segue tanto os padrões hollywoodianos, até foge em alguns momentos. Mas entendo seu questionamento.

    Você deseja filmes que falem da vida dos indianos ou filmes feitos por indianos?

    A maioria dos filmes produzidos na Índia são de Bollywood (palavra que é uma mistura de estilo de “hollywood” com o nome antigo de Mumbai, a Bombai). E esses filmes são extremamente “novelescos” e se você foge do estilo hollywoodiano, eles não são uma sugestão. É claro que devem exisitr filmes “off-Bollywood” mas ainda não consegui ver nenhum.

    Já os filmes japoneses de arte (de Kurosawa), de horror chineses ou coreanos são sempre muito bons. E se você gosta do cotidiano sem fantasia assista mais filmes iranianos: eles são geralmente simples, delicados, realistas e tecnicamente bem diferentes.

    Obrigada por participar!

  • maria

    assistir o filme e amei romantica emocionante e aventureiro .um filme que eu reconmendo a todos

  • http://---------------------//------------------------- Leandro La Vega

    Olá Ana!
    Assisti o filme essa semana e gostei muito, a história bem interessante q pelo meu ponto de vista retrata a busca instigante de Jamal pelo amor de Latika, o comecinho do filme, onde Jamal ainda ñ conhecia a Latika somente nos mostra a realidade de onde a vida dele começou e tbm eh um dos pontos q Jamal se lembra quando esta no programa Quem quer ser um milionário?. Logo na frente ao conhecer Latika que para mim eh aonde a verdadeira história do filme começa, pois o título do filme, eh o título do programa q Jamal participa apenas para q Latika o assistisse e vinhesse ao seu encontro.
    Ah tbm gostei muito do seu post Ana beijinhos pra vc. Me manda add no email Ana xD

  • Ana Al Izdihar

    Leandro,

    entendo sua colocação. Na busca pelo amor de Latika, Jamal aprende todas as lições dos outros aspectos de sua vida. E ter o amor de Latika inclusive pode ser uma forma de redenção do que aconteceu com a mãe dele…

    Obrigada pelo comentário. Volte sempre.

  • Mayaraaa

    O Filme é otimo! *—–*
    E o seu comentárioo ficou demais!

  • Ayslan

    esse filme e muito doido

  • Jezuino Junior

    É veloz. contrastante. Vivo. E como toda boa história nos prende;aproxima. Para,finalmente, eternecer .É a superação que nasce das injustiças.são os degraus de obtaculos que são escalados, formando um homem. Um grande homem.
    Um homem herói. possíveis, porém só encontrados na grande tela. è disso que precisamos.
    Ana, gostei muito do seu post. Ele expressou muito bem o filme, com suas nuances. Parabéns!

  • Ana Al Izdihar

    Olá Jezuíno,

    Obrigada pela paciência em ler o texto e por ter participado aqui.

    Aproveito para agradecer a todos mais uma vez q comentaram aqui.

    Voltem sempre!

  • Alana

    Noossa esse filme ele arrepia de ve! é lindo, os atores sao otimos
    E passa muita realidade nesse filme eu adorei bem ganho de melhor filme ;D
    adorei

  • Nielsen

    Como passo 350 dias do ano sob a tensão do trabalho (sou professor de escola pública, faça uma idéia da antessala do inferno, se puder!) correndo atrás da sobrevivencia num mundo cada vez mais individualista, só tenho acesso a filmes lindos como esse quando eles são ‘liberados’ para a TV paga/ a cabo da qual sou assinante. Com um ano de atraso, portanto, agora em 2010, eu que sou sempre irredutível e economico nos elogios, me peguei chorando copiosamente na sequencia final em que Salim se redime numa morte realmente gloriosa, no exato momento em que Jamal sela seu destino ao de Latika. O que mais há para dizer? Simplesmente MAGNÍFICO!! Quem não gostou é porque ficou cínico de tal modo que não consegue mais ver beleza e verdade em nada. Odeio ‘Cidade de Deus’, acho desconexo, grotesco e gostei muito dele não ter ganho Oscar, portanto não entendo tanto blá-blá-blá sobre uma possível ‘semelhança’. Já ‘Quem Quer Ser…?’ é filme, é arte em estado puro e sem frescura. A dancinha do final é um refresco para todo o sofrimento vivenciado pelo público que seguiu Jamal em sua jornada e desde ‘Brokeback Mountain’ eu não ouvia uma trilha sonora tão linda e consistente, indo da alegria à tristeza, do entusiasmo à introspecção… Mereceu cada um dos oito Oscar e quem não gostou nunca vai fazer coisa sequer parecida, vai ficar apodrecendo em frente ao computador destilando azedume em comentários idiotas. Adorei a sua descrição para o filme, foi quase psicanalítico, no bom sentido é claro.

  • Ana Al Izdihar

    Nielsen,

    Entendo vc e sua vida dura. Sou professora também, mas não de escola pública.

    Mesmo assim tenho certos “perrenguinhos” como: não vejo filmes pela internete antes de saírem nos cinemas, por causa da minha web q é lenta e meu lap simplesinho!

    De qualquer modo prefiro mesmo ver na tela escura e grande do cinema, pois como cinéfila doente é isso o que mais me encanta nos filmes, além de suas estórias ou efeitos especiais: a emoção de vê-los para o modo que foram projetados pra serem visto.

    Quanto às críticas por aí, nunca haverá consenso unânime sobre nada na vida (até porque existe a parte subjetiva do gôsto, que não se discute), mas que há alguns críticos de artes metidos a serem azedos como você disse, é também verdade.

    Obrigada por vir aqui e comentar. Venha mais vezes!

  • http://naotenho Hassan Ribeiro

    Uau!Eu nao vi o filme ainda mas pelo oq eu li ali em cima ele deve ser muito bom,na maioria dos filmes eu gosto de ver a parte da infancia do personagem principal quando ele cresce ai nao me entereça,mas este foi o UNICO filme q eu me interecei pelos dois so vendo o triler,e fala a verdade so de ver o trailer da maior emoçao e mais vontade de ver o filme.ah!Quase esqueço vc falou sobre o coraçao de pedra.eu n chorei na lista de shindler vou chorar nisto ?!

  • Alex

    No filme de forma alguma nao mostra como ele entrou para o programa.

    Somente numa cena, após substituir o atendente, ele chega a falar com o pessoal da produção do programa durante alguns segundos e sem dizer muita coisa e sem finalizar, o contato é quebrado. E nunca mais ele entra em contato com o programa,. É uma falha gravissima do filme, pois depois de mostrar tanta baboseira e historinhas sem nexo, o que todo mundo esperava era saber como finalmente ele entrou para o programa.

    Outra coisa, nao fez sentido algum em como ele acertava as perguntas mesmo sem saber as respostas, como ele mesmo disse na delegacia, se ele soubesse as respostas, ele simplesmente poderia dizer como ao delegado.

    Outra chatice do filme é ter que voltar atras na historia varias vezes, essa é uma das cagadas mais mau feitas por quem faz filmes, acaba estragando qualquer filme, que bem que poderia seguir uma linha no tempo normal que nem gente decente.

  • Alex

    Outra coisa, esse film e é indiano, produzido na india, pelos “indios” de la´.

    De ingles só se for algum imbecil que entrou com alguma grana investida no filme, e é por isso que ele acabou vin do para ca. E por isso tbem que filmes que nao tem 1% de maozinha inglesa nao aparece por aqui.

    Os filmes ingleses tem a cara de hollywood sim, pois sao descendentes diretos e com os mesmos costumes, e os recursos veem da mesma fonte, a aparelhagem, o estudo, escola tecnica de cinema, os padroes, etc .etc .etc. tudo que os EUA tem a inglaterra tbem tem. Mas acho que muita gente jamais vao me entender.

  • DEH

    QUAL A RELAÇÃO DO FILME COM A REALIDADE ATUAL????

  • Clarice

    UUUUUUUUUUUUUUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
    Meu fígado partiu ao meio com os comentários do Alex.
    Ai pessoa, assista o filme direito antes de falar, pois você provavelmente estava fazendo qualquer coisa MENOS prestando atenção no filme. Se estivesse, saberia que Jamal SABIA as respostas e ele explicou ao delegado como ele sabia.
    É por essa razão que o filme volta no tempo, para mostrar como Jamal aprendeu as respostas. E não é uma “cagada” dos filmes, é para explicar um fato do presente. Mesmo as coisas que acontecem nas nossas vidas são explicadas por fatos passados, seja a nossa experiência o a de outros. Você não vive só de presente, o seu passado te fez ser como você é hoje e as suas aspirações ao futuro é que guiam o seu caminho. ¬¬
    Outra coisa, os ingleses existem desde antes dos norte-americanos, portanto naão podem ser descendentes deles. Eles não tem os mesmos costumes (os ingleses são bem mais formais que os americanos), escolas e técnicas. Há muitas diferenças, aliás, americanos e ingleses não são muito fãs uns dos outros. O Brasil tem mais cara de EUA do que os ingleses. Houve um tempo que o Rio de Janeiro falava mais inglês do que português e a maioria dos produtos importados e exportados pelo país era dos EUA.
    A maioria dos produtos culturais ou não apreciados aqui são do norte da américa: Lady Gaga, Beyonce, Coca-Cola, computadores, roupas……
    Então, antes de falar do filme, assista ele DE VERDADE primeiro.

  • Clarice

    mmmmmmmmmmmmmasssssssssssssssssssss
    Voltando a minha atenção ao que realmente interessa…..
    AMEI O FILME, só que infelizmente tenho que concordar com o colega Alex que foi um furo não mostrar como ele entrou no programa….
    ¬¬
    T.T

    E o seu texto é inspirador Ana. Parabéns.

  • http://google Débora Morais

    Ana ,
    Achei perfeito o seu texto. Muito bom mesmo.
    E me ispirei nele pra fazer uma crítica também pra escola. Espero ler outros textos que voce escreve.
    um grande beijo.

  • Ana Al Izdihar

    Oi, Débora
    que bom que você gostou.
    Mas me conta como foi seu trabalho da escola, ok? Fiquei curiosíssima!
    Por favor, venha sempre e participe de todos os nossos textos, não somente dos meus, certo?
    Obrigada

  • Diogo

    Somente ontem assisti ao filme, apesar de todos os prêmios e críticas positivas nunca tinha me interessado a ponto de ir atrás, mas ontem resolvi assistir e não me arrependi, estou emocionado até agora, o filme é lindo, envolvente, marcante … hoje acordei com vontade de pesquisar mais sobre o filme, ler algumas críticas, e me deparei com comentários pobres com a profundidade de um píres, até cair neste blog e ser mais uma vez surpreendido por um texto inteligente, perspicaz e sensível, que me fez perder a vontade de ler qualquer outro e me fez admirar ainda mais o filme ao discorrer sobre analogias sobre as quais eu não havia atentado. Meus parabéns, belo trabalho o seu.

    Abs

  • ana luiza nobre

    perfeito filme o filme mais bem feito do mundo.sem contar que o atoe que faz jamal e um gato adorei sou fÂ

  • http://Orkut Marilena

    Quando mostrar esse filme de novo ele e muito bom

  • Danilo

    Sobre essa carta do tarô isso é uma lagosta e está bem claro na imagem da carta, dizer que isso é um “caranguejo” é um disparate sem tamanho….

  • Gg

    Alguem tem outro Fim para o Filme ?

  • http://www.amalgama henrique

    ola entao, ele respondeu a pergunta certa, pois fui feita a trilogia, mas na verdade ele chutou né? Porque ele nao sabia em nenhum momento foi dito este nome para ele, e nao apareceu na sua vida, por mas q a Latika fosse “ARAMIS”
    ENTAO FOI UM CHUTE OU ELE SABAI POR ALGUM MOTIVO?