Sérgio Moro está desbaratando o concerto entre elites políticas, econômicas e burocráticas.
1.
A divulgação dos grampos telefônicos do ex-presidente Lula, mais do que esclarecimentos sobre o que é investigado, suscita elementos sobre sua conduta e o estado da alma e cultura nacional. Para além da obstrução da justiça, do comprovado uso de laranjas e dos favores e enriquecimento ilícito, os áudios nos mostram um homem com a alma caindo de podre. O ex-presidente não se cora em agir como um cafajeste que a todos constrange, um boçal arrivista confessando suas vilanias, um mentiroso compulsivo que acredita em todas as mentiras que conta para si, um machista vulgar que trata mulheres com desdém. Lula age como o chefe da máfia perdido na tirania da sua vontade. Mas como um ser de moral tão baixa virou um dos maiores líderes da história nacional?
Para chegarmos a Luiz Inácio Lula da Silva, foi uma longa trajetória de rebelião permanente contra a realidade e a essência formadora desse país. Para chegarmos ao fundo do poço da idolatria à alma degradada, passamos por um processo de queda. Este processo é guiado por uma elite iníqua e, principalmente, por uma elite letrada imbuída de cultura do repúdio. A combinação dessa cultura letrada com as perdas e ganhos do nosso sincretismo e do carnaval dos paradoxos gerou o regime derradeiro dos infames.
Antes da independência, nossos jovens moços intelectuais iam a Coimbra receber sua educação formal. Lá, ou permaneciam na esfera das ideias dominantes da escolástica portuguesa e no saber clássico, que ligava o Brasil ao mundo ocidental a partir da metrópole portuguesa, ou se embebeciam de iluminismo francês, das ideias da revolução, ansiosos pela independência do país. Depois da independência, era preciso construir o país e suas instituições, e isto incluía a criação de uma elite intelectual que pudesse ser atuante no Estado. Era preciso criar instituições de conhecimento e uma elite nacional gabaritada para atuar na unidade da nação.
No entanto, a nação não consegue brotar de seu ímpeto originário que nos liga indissociavelmente a Portugal e à cristandade, mas, ao contrário, forja-se arbitrariamente contra sua essência. O Brasil vai sendo moldado por um conflito entre a continuidade da ordem originária (com a monarquia de linhagem portuguesa) e uma transgressão baseada na cultura do repúdio. A dialética da ordem e da transgressão no Brasil é composta de uma artificialidade onde a conciliação por cima garante a ordem que tenta resguardar os ecos de nossa origem (que vão ficando cada vez mais fracos) e a transgressão sempre é dissolutiva, agredindo a transcendência.
A elite letrada é parte fundamental na agressão aos símbolos nacionais. Ela nasce para formar a sociedade civil, e não ser dela um fruto de suas disputas e inquietações. Falta-lhe realidade concreta do país. Ela nascia preocupada em forjar uma nação, ao invés de condensar sua experiência real em símbolos. O seu mote será a guerra contra os tempos portugueses, o agir do adolescente revoltado com nossa condição colonial. O resultado é intelectuais viciados em camadas de discursos que encobrem a realidade efetiva experienciada a partir da unidade da consciência.
Por isto, temos uma cultura que se move contra as gerações passadas. Uma nação jovem que quer sua independência, espera se auto-afirmar, mas não encontra substância, mas só rebuscos, aparências, retóricas e chavões, criando um nacionalismo ressentido contra os valores universais. De maneira simbólica, nas letras nacionais, os pais acostumam seus filhos a lhe odiarem, e como a ordem provém disto, isto significa odiá-la por sua fraqueza e laços pessoais, pois lembram o passado. O ódio às gerações passadas (lugar onde se poderia buscar a substância através da experiência) move a cultura brasileira e seu nacionalismo ressentido, sempre querendo se firmar perante o passado. Neste sentido, a memória é luta, e serve para nos lembrar do que não desejamos, ao invés de ser pertencimento e moradia do nosso ser histórico.
2.
O Brasil, do ocaso do Império a partir dos anos 1870, passava por modernizações econômicas e pela dinamização de sua vida social e política. A segunda revolução industrial ocorria no mundo, com inventos que mudariam o cotidiano das cidades e das pessoas. Aquilo que lhe dava suporte, a modernidade capitalista, com a ampliação do mercado consumidor, industrialização, e mão-de-obra assalariada não estava de acordo com as estruturas da ordem imperial, ainda contando com o trabalho escravo. A sociedade dos anos 1870 tornava-se mais dinâmica e era necessária a ampliação da participação política para além da ordem que fomentou a unidade da nação, a partir de um trabalho de conciliação. A nação era recém-independente, encontrava-se sob uma monarquia de linhagem portuguesa, que nos ligava a fundação do país e sua civilização.
A maior parte da geração intelectual de 1870 nasce nas margens da burocracia e se move contra a ordem saquarema, como mostrou a historiadora Ângela Alonso. É uma geração que incorpora as ideias modernas contra esse arranjo de conciliação que garante a ordem nacional na figura de uma monarquia constitucional e moderada. O “bando de ideias novas” vinham de fora e circulavam entre os novos ricos das ideias. O republicanismo, o humanismo cívico, o materialismo, o cientificismo, o positivismo, o monismo, o evolucionismo, eram ideias que nos traziam ares de modernidade e de transgressão contra a ordem dos pais.
O gosto pelo de fora convivia com a orientação nacionalista, ressentindo-se quanto ao “passado anacrônico”. A falta de substrato que sustenta os valores facilitava o endeusamento do moderno, até ao ponto de torná-lo uma caricatura. Encantada pelo progresso, a maior parte da geração de 1870 não defendia as mudanças por valores ou pela razão. Portanto, não acreditava que o fim da escravidão era uma questão de valor, mas uma necessidade do tempo histórico (da verdade do seu tempo), indo do assalariamento da mão de obra às teorias raciais de embranquecimento. As mudanças do devir histórico, acompanhado pela modernidade e pelos processos de modernização, iam varrendo o passado, sem um trabalho elaborativo.
O resultado dessa gestação da transgressão foi a proclamação da República, seguida por uma ordem pulverizada pelo arbítrio dos coronéis. A unidade nacional era garantida por arranjos entre a oligarquia local e a política dos governadores. A República Velha tenta manter a ordem na inspiração do poder agrário local, fazendo-se sentir através do mandonismo as aspirações nacionais. A fundação do país está sendo contornada, mas resiste vagamente na imitação que a figura dessa oligarquia representa e que se move contra o passado colonial. Paralelo a essa elite iníqua com pouco senso universal de verdade, as forças de uma sociedade industrial vão aparecendo. São essas características que vão culminar no domínio do nacional-desenvolvimentismo a partir de 1930.
O início da industrialização e o aparecimento da classe trabalhadora impulsionam marginalmente ideias anarquistas e socialistas, mas é um corporativismo paternalista de inspiração nacionalista (proto-fascista) que insurge. A Revolução de 30 quebra a ordem da República Velha e funda a sua na arbitrariedade paternalista de um líder que se transfigura em “pai dos pobres” para manter uma ordem fechada (e ainda mais apagada) ao transcendente. Getúlio Vargas se torna a expressão máxima daquela identidade nacional que vai sendo forjada e não simbolizada na condensação da experiência concreta. A figura real é macaqueada pelo “pai dos pobres” que conduz nossa modernização e forja o país com suas estatais e sindicatos. Na elite letrada, essa ambiguidade transgressora é representada pelo modernismo.
O triunfo de Vargas é o caos da artificialidade pretérita. O Estado que quer produzir uma nova cultura, uma nova imprensa, uma nova rede institucional, em suma, uma nova unidade em torno da sua figura. A cristandade, que origina um novo paradigma no mundo a partir da Europa, vai sendo constantemente apagada pela impostura do líder e forjamento do povo numa mistura de sincretismo e contra-cultura pagã. A alma nacional se torna moca a qualquer eco de transcendência.
Assim, essa falta de profundidade, que, na verdade, revela o desprezo pela substância e pelos símbolos dos pais, chega ao debate público fomentado pelas elites letradas, onde as modas se sucediam, e iam sendo incorporadas por suas caricaturas. As humanidades, o debate público e esta elite letrada que pretende explicar o Brasil nascem com as marcas da “cultura do repúdio”. Ela significa repudiar o existente, a vida como tal, entediar-se com as agruras do real e aspirar sempre um novo e imediato momento. O repúdio é sempre passional. A cultura do repúdio é a cultura do esquecimento, pois começar sempre de novo é esquecer daquilo que já se foi. As vivências passadas não se tornam experiências, porque não há mais aprendizado. O que se viveu deve ser esquecido em prol do novo acontecimento. Sem a reflexão do ocorrido, o homem não se torna maduro, pois não acumula mais experiências.
Na época de Jango, há um aprofundamento cultural de uma esquerda revolucionária, que se autodiviniza para transformar nosso futuro e trazer a redenção. A resposta a isto é a explosão de uma força latente durante todo o século, a do positivismo dos militares. No entanto, o patriotismo e a ordem desejados por estes eram ocos e dependiam exclusivamente da técnica. Nesse instante, a alma nacional já estava em estado de agonia e a ordem fetichizada e sem substância dos militares (ou o oferecimento dessa falsa salvação) só podia estabelecer a maior hegemonia cultural que já se viu da revolta permanente contra a realidade representada pela esquerda.
3.
A ordem do regime militar caiu na base das pauladas da hegemonia cultural. A Nova República nos apresenta esse domínio após o impeachment de Collor, que prossegue na passagem da terceira via da social-democracia (PSDB) ao PT, que combina marxismo, teologia da libertação e sindicalismo.
A cultura do repúdio de nossas elites letradas, somada às perdas e aos ganhos de nossa cultura avessa à hierarquia e hedonista, produziu a derradeira degradação das almas. Lula não chegou ao poder por ser um líder operário, mas porque era um líder operário com as piores vilezas de caráter simbolizadas no arrivismo e no carreirismo. Um operário padrão, consciente de sua dignidade, jamais chegaria à presidência com esse estado da alma nacional, como também sempre foi indiretamente massacrado pela elite letrada por ser religioso, conservador e possuir ojeriza a desordem e a bandidagem.
Lula foi erguido a símbolo nacional por intelectuais, artistas e jornalistas (o mainstream cool das elites), que projetavam nele a figura do operário redentor que daria fim ao nosso sofrimento de 500 anos. De fato, é o triunfo da cultura do repúdio e do ódio aos antepassados. A sua vitória em 2002 foi vista com entusiasmo por todos, do Jornal Nacional ao empresariado recém-convertido. Mas, na verdade, representava a beatificação da canalhice e o ode à degradação da alma nacional.
Além de fazer questão de mostrar seu desprezo pelo conhecimento e pela busca sincera pela verdade, Lula sempre se gabou de ter ascendido através do carreirismo num sindicato pelego, tratando sua chegada à presidência como a redenção dos pobres quando já fazia parte da elite há muito tempo. O seu passado sempre foi refúgio e desculpa para as piores canalhices, ao invés de altivez. Sem interesse por polir seu caráter e cuidar de sua alma, Lula sempre esteve mais interessado em desfrutar dos bens materiais, como se nosso destino fosse o gozo do consumo. Tornou-se o símbolo máximo do nosso arrivismo.
Protegido pela maioria da imprensa, pelos intelectuais e pelos “empresários do PT”, Lula tinha a ousadia de se considerar o próprio Cristo crucificado na Cruz por causa de uma crítica no meio de quinhentos elogios. Foi protegido até pela oposição no mensalão, blindado na estranha morte de Celso Daniel, jamais cobrado pelo assalto aos olhos nus que praticava da coisa pública. Ainda assim, nada disso bastou para que parasse de discursar em tom de autopiedade, a macaqueação infernal de um Deus na terra sofrendo as ingratidões de seus filhos.
Nunca antes na história desse país um presidente encarnou tanto a figura do triunfalista. Contou-nos a história do Brasil potência, que seria a máxima expressão bem-sucedida da civilização antiocidental de igual para igual com os ricos, resolvendo até mesmo os problemas do Oriente Médio. O símbolo máximo do nacionalismo ressentido e de seus sonhos artificias de grandeza. Pois, grande não era a busca pelo bem, mas as ambições.
No poder, o PT atualizou o nacional-desenvolvimento junto com outras lutas culturais. O poder do Estado foi ampliado, costurando um acordo entre as elites para manter-se indefinidamente no poder. No livro Tudo ou nada, Malu Gaspar conta uma história interessante que envolveu Eike Batista logo após a vitória de Lula em 2002. Emissários petistas foram ao seu escritório procurando financiamento para pagar dívidas de campanha. Os emissários falaram que estavam construindo os “empresários do PT”, empresários progressistas que contribuiriam com o partido e, assim, receberiam de volta bons olhares dos donos do poder.
Didaticamente, o que aconteceu não foi simplesmente o maior caso de corrupção, mas a formação de uma quadrilha de mafiosos que assaltou a República. O PT tentou tornar-se o próprio Estado e centralizar toda vida nacional. Uma sofisticação ideológica do varguismo. Os empresários dependem do Estado para suas obras, os intelectuais para suas pesquisas, a imprensa precisa do patrocínio das estatais (maiores empresas nacionais).
O que a Lava Jato revelou é que os empreiteiros ganhavam fazendo obras públicas (divididas num cartel), e repassavam as propinas oriundas do superfaturamento para abastecer o caixa de políticos e partidos aliados (e mesmo da oposição quando se queria enterrar uma CPI ou a possibilidade de impeachment no mensalão) e o próprio bolso destes. O PT – e seus aliados – ganharam eleições consecutivas com um pesado dinheiro público desviado. O mandato de Dilma – e companhia – é ilegítimo. Lula, ao que tudo indica, enriqueceu ilicitamente com esse dinheiro, como provam o sítio em Atibaia e a arrecadação do seu instituto.
4.
Todavia, mais do que corromper a República e assaltar o Estado, o pior do PT foi a deformação das almas. A figura da presidência da República condensou a deformidade moral e cultural do país, deseducando a população, levando o nacionalismo ressentido, o arrivismo e o carreirismo à sua expressão máxima.
Ao transformar Lula em ministro para obstruir justiça e evitar possível prisão, Dilma deu um golpe de Estado. Incorreu em crime de responsabilidade e renunciou na prática doando seus poderes ao ex-presidente. Lula foi da porta da cadeia à presidência da República sem um único voto, e no momento onde o brasileiro se rebela ao que se fomentou no país em décadas e décadas.
As ligações grampeadas provam de todas as maneiras o sórdido empreendimento da presidente para obstruir a justiça e salvar o ex-presidente. Mais do que isso, mostra Lula e importantes dirigentes petistas falando claramente em aparelhar a PF, interferir no judiciário, utilizar-se do aparelho estatal para ameaçar inimigos. Todavia, a escumalha que defende o regime petista se move contra a própria existência de um troço chamado realidade.
Assim, chegamos noutro ponto. Durante a era petista, a esquerda pós-64, dominada pelo marxismo e sindicalismo, foi se transformando em hipermoderna. No lugar de Marx, entrou Foucault, Deleuze e Derrida, na elite letrada que sustenta o PT e forja suas narrativas sem fatos. As elites letradas continuam distantes da realidade efetiva da sociedade civil, cada vez mais dominadas por camadas de discursos. Desta feita, a moda francesa da vez é a filosofia dos desirants. Sempre raciocinando contra os antepassados e histericamente vendo em tudo um poder malicioso, contra os próprios limites da realidade. O hedonismo nacional turbinado pelo desejo sem culpa da era hipermoderna entra em cena como compensação da perda dos referenciais, que alivia as tensões. Uma cultura que odeia o valor, que odeia o universal, que odeia os seus antepassados, ao negar o pacto entre as gerações, e enxergar no passado um terrível opressor.
Essa elite letrada que sustenta o PT não acredita na unidade do real, mas em narrativas arbitrárias. Tarados pelo “controle da narrativa” e da produção do real através dos discursos, são sofistas por excelência; ao reconhecer uma enganosa abertura do real estão apenas falando de si. Eles reduzem a realidade às narrativas, logo abandonam qualquer ideia de substância.
Estes são os derradeiros defensores da degradação das almas. Reagindo à realidade desvendada da era petista, criam uma narrativa arbitrária de “golpe das elites contra o PT”, no momento mesmo que este dá um golpe. Não abordam o pornográfico conteúdo das ligações e se agarram a aspectos técnicos do direito. Os mesmos que criticavam o julgamento do mensalão (por estarem acostumado com o compadrio da impunidade) vêm agora criticar condução da Lava Jato e atuação do juiz Sergio Moro.
Os defensores do ativismo judicial (aka a lei deve se submeter à minha militância) são os mais legalistas quando interessa. Os defensores do direito penal mínimo são os mais punitivistas quando interessa. Para quem quer transformar a realidade, não pode existir substância, mas só vontade de poder. Assim, a realidade não tem o menor apelo para quem escolheu conscientemente negá-la. É disso que se trata: estamos lidando com a irracionalidade de quem escolheu negar o Ser.
Entusiastas da degradação das almas não se importam com a realidade. Eles são indiferentes à vilania quando é do seu interesse e vão naturalizando o gesto mal e deplorável como aceitável e desejável. Não importa o que o PT fará, pois só interessa aprofundar o topos desse processo onde o PT foi sua última imagem. Na Universidade, essa elite letrada produziu uma geração de zumbis mimados, ressentidos e indiferentes à realidade. O ambiente universitário hoje é o máximo de degradação, não só pelo autoritarismo, arrivismo e carreirismo, mas pelo desrespeito, desordem, pelas drogas e sexualização. Longe de busca sincera pela verdade, representa desejo de carreira ou de revolta permanente.
Nesse sentido, Sérgio Moro e a rebelião nas ruas não significa só o desmonte de uma quadrilha que assaltou a República, mas um sentimento de transgressão contra o regime da alma degradada. Cansados de tanta iniquidade e desonra, a maioria dos brasileiros (daquele Brasil profundo que escapa de nossas elites) não suportam mais o despeito moral, a consagração do jeitinho, a violência diária, a desordem, a crise de autoridade, a droga na porta da escola dos seus filhos e netos. Não suportam mais a mentira e covardia do governo e de quem lhe dá suporte.
Moro foi erguido a herói nacional por ter enfrentado o establishment do regime das almas degradadas. A sua conduta competente e corajosa está desbaratando o concerto entre elites políticas, econômicas e burocráticas, e quebrando esta ordem. Mais do que isto, ele representa a coragem na busca sincera pela verdade e a honra de quem expõe seu cargo e bens para enfrentar os escroques. Assim como Joaquim Barbosa, ele significa também o enfrentamento ao judiciário dos compadres, responsável pela impunidade dos poderosos.
O país que se reúne em torno de Moro, para celebrar suas ações, está dando um recado aos canalhas que nos governam: o país é nosso e não de vocês, não aguentamos mais tanta indignidade. Ainda é cedo para saber o que vai surgir, se algo pior ou melhor. Essa configuração de confronto está cada vez mais presente em todo o mundo com suas particularidades. No Brasil, adquiriu cores fortes. O resultado pode ser tanto nosso reconhecimento do passado, aproximação de nossas origens e conversão, quanto um breve respiro para ascensão de uma nova ordem ainda mais iníqua e cega à transcendência, ou ainda, o aprofundamento do autoritarismo petista.
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Outros textos que compõem o quadro geral que expliquei:
* A elite progressista contra o populacho
* O consenso social-democrata da nova república
* PT: não é patrimonialismo, mas hegemonia
* A necessidade da troca de elites
Elton Flaubert
Doutor em História pela UnB.
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