O submundo que antes vagava com o slogan “O Pré-Sal é do Brasil” faltou foi adotar nesta sexta-feira a hashtag #aCarnePodreÉnossa.
Se para você ainda não estava claro, agora deveria estar.
Toda aquela tonelada de críticas à Lava Jato vinda do complexo midiático-intelectual petista continha uma boa dose de insanidade – ao mesmo tempo causa e consequência da defesa insaciável de políticos e de um projeto criminoso de poder.
O panegírico a um José Dirceu, é verdade, usualmente tinha o desespero racional de acadêmicos e jornalistas que ao longo da vida apostaram todas as fichas em um partido político, e não saberiam viver se tivessem que fazer outra coisa. Mas a dose de insanidade sempre esteve ali, cada vez mais evidente à medida que Mensalão se transformava em Petrolão, e agora absurdamente às claras com o, digamos, Churrascão.
Não interessa que os partidos inicialmente atingidos pela ação de hoje da Polícia Federal tenham sido os “golpistas” PMDB e PP. A verborragia anti-justiça do petismo se tornou ato reflexo.
O costume de acusar a PF, o Ministério Público e, no geral, as forças da lei como inimigas do povo brasileiro não morreria fácil. E o submundo que antes vagava com o slogan “O Pré-Sal é do Brasil” faltou foi adotar nesta sexta-feira a hashtag #aCarnePodreÉnossa.
Os cientistas dos anos 1980 só puderam ficar impressionados com as alterações mentais da Vaca Louca porque ainda não era possível conhecer o Petista Louco.
Renato Rovai na revista Fórum: “Depois de entregar Pré-Sal, esquema PF e MP pode quebrar frigoríficos nacionais”. Luis Nassif em seu site: “A República do Paraná prepara-se para destruir outro setor econômico”.
Sim, todos os jargões estão aí. Quem não lembra do “esquema” PF e MP desempregando milhares de trabalhadores da construção civil? Como esquecer a “República de Curitiba” destruindo o orgulho representado por nossas empreiteiras multinacionais?
Se politicamente o petismo se reduziu a uma vertente criminosa do nacional-desenvolvimentismo, intelectualmente ele já não passa de uma versão mentalmente empobrecida do mesmo.
E não estamos falando apenas dos Rovais e Nassifs, que correspondem, na imprensa, à linguiça com carne de cabeça de porco. André Singer defendendo na Folha a candidatura de Luiz Inácio em 2018 é, talvez, apenas um pouco melhor que carne misturada com papelão.
Daniel Lopes
Editor da Amálgama.
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