Uma aula de pseudociência

Como um curso de "saúde quântica" foi parar na UNIFESP, uma das melhores universidades do Brasil?

wallace

Por vários motivos, pseudociência não deve ser acolhida em universidades prestigiosas. Na verdade não deveria entrar em instituição alguma que se pretenda séria. Depois do evento sobre Saúde Quântica, fiquei muito curioso em relação a que significado os proponentes dão ao tema. Trabalho com Física Quântica há 30 anos e não consigo entender o que isso pode ter a ver com saúde.

Encontrei no YouTube uma aula dada pelo engenheiro Wallace Liimaa num curso de extensão da UNIFESP. O professor Liimaa é provavelmente a maior referência em “saúde quântica” no Brasil. No entanto, mesmo tendo prestado bastante atenção na aula toda (requer tempo e uma boa dose de paciência), não é possível saber o que significa saúde quântica. O que aprendi é que o professor Liimaa tem um entendimento bastante limitado e confuso da Física Quântica. A aula inclui um amontoado de conceitos errados, equivocados ou fora de contexto, apesar de fazer referência a cientistas historicamente importantes e usar termos corretos. Trata-se de pseudociência na sua forma mais pura: um monte de baboseiras ditas com um linguajar sofisticado que parece científico, vagando entre agricultura orgânica, autoajuda, new age e intelligent design. Quase nada de Mecânica Quântica. O que realmente estranha é como isso foi parar num curso de extensão de uma das melhores universidades do Brasil.

Para que você não precise assistir a aula toda, vou apontar algumas das passagens mais bizarras.

Perto de 6:20 – “Temos hoje, com o auxílio da Física Moderna, [evidências] de que o universo também se comporta como um ser vivo e que nossa mente é o veículo dessa comunicação com o universo”. Isso não é uma consequência de Física Moderna. Esse padrão vai se repetir ao longo da aula: afirmações pseudocientíficas atribuídas a conceitos da Física Quântica.

Perto de 16:00 – “O que isso [a Física Quântica] tem a ver com saúde? O universo na sua linguagem energética e vibracional, aí vamos compreender que uma inteligência regeu essa orquestra sinfônica universal por bilhões de anos”. Isso é uma versão não-religiosa de intelligent design, mas não tem nada a ver com Física Quântica. Aqui ele mostra que, além de não entender a Física Quântica, não entende o que é a Teoria da Evolução. E me convenceu definitivamente que intelligent design não precisa obrigatoriamente ser baseado em visões religiosas, apesar de frequentemente o ser. Aprendi alguma coisa.

Perto de 19:00 – “Do ponto de vista quântico e relativístico nós vivemos em um universo que é uma melodia, e nosso corpo também é uma melodia complexa. De um ponto de vista energético e vibracional nós estamos aqui para ser felizes”. Não se sabe como a Mecânica Quântica e a Relatividade possam implicar em melodia ou levar à felicidade, exceto pelo prazer que temos quando conseguimos achar a solução para algum problema complexo.

Perto de 21:00 – “A Física Moderna está nos apontando um caminho de olhar para o ser humano em todas as suas dimensões”. Isso não significa absolutamente nada e não é uma consequência da Física Moderna.

De 22:00 a 30:00 – Mais argumentos de intelligent design.

30:00 – “Do ponto de vista quântico relativístico, uma doença é uma oportunidade”. Não consigo imaginar em que livros o professor aprendeu Mecânica Quântica ou Relatividade, mas nos que eu conheço não há ligações entre esses assuntos, doenças e oportunidades.

32:40 – Ele tenta falar de Emaranhamento Quântico, e ligar isso a dor (!?)

35:50 – “O mundo quântico diz: toda ação volta para si própria”. Nos bons livros de Física Quântica não há nenhuma afirmação desse tipo.

40:30 – “Do ponto de vista quântico, a realidade é a nossa percepção da realidade. (…) Mude suas estruturas de crença e a realidade muda”. Isso é uma das crenças new age mais difundidas, e não tem suporte algum na Mecânica Quântica. A realidade não depende de nossas crenças (ainda bem).

43:15 – “Essa é a perspectiva quântica de saúde: estimular cada um a ser um cientista.” Cada vez entendo menos.

1:01:30 – “Niels Bohr mostrou que, quando um elétron salta de um nível para outro, ele desaparece aqui e aparece aqui, mas não é possível encontrá-lo entre as órbitas. Onde ele foi parar? Esse é um dos paradoxos da Física Moderna. O elétron não está aqui. Ele foi para outra dimensão.” Paradoxo para ele que não entende o básico de Física Atômica. Um bom aluno de graduação em Física sabe o que acontece com o elétron durante uma transição. Basta calcular a evolução da função de onda ao interagir com o dipolo elétrico oscilante para entender que ele não vai para outra dimensão. Tem até uma animação excelente em Java que mostra onde está o elétron durante a transição. Não há paradoxo algum. Mas para compreender isso é preciso conhecer um pouco mais do que Mecânica Quântica de almanaque.

1:02:50 – “O salto quântico é uma mudança súbita de percepção, assim como as curas quânticas, milagrosas.” Então tá.

1:04:45 – “Temos uma impressão digital e também temos uma [impressão digital] energética e vibracional.” Será que isso é a tal saúde quântica?

1:08:25 – “O modelo quântico de saúde é uma medicina integral, entre corpo e espírito”. Não era…

1:13:00 – “A perspectiva quântica da saúde muda o cenário: ela é saúde, não doença.” Cada vez entendo menos.

1:13:30 – “Em Recife tem um plano de saúde interessado num hospital quântico”. Essa é das melhores. Um plano de saúde quântico!

1:13:50 – “O que é um hospital quântico?” Infelizmente, quando o Prof. Liimaa ia responder sua própria pergunta alguém o interrompeu. Ficaremos sem saber.

1:17:20 – “Os físicos chamam: é o colapso da função de onda – você tem medo de ousar, de fazer uma coisa diferente”. Não é possível entender o que ousadia tem a ver com colapso da função de onda.

1:20:00 – “A UNIFESP é uma das melhores universidades do país.” Precisei esperar 1:20h para ouvir uma coisa que faz algum sentido.

Não tenho ideia de como o Prof. Liimaa conseguiu infiltrar sua aula num curso de extensão numa das melhores universidades do país. Só espero que alguém na UNIFESP, preocupado com a qualidade científica de sua instituição, um dia convença os responsáveis de que uma universidade séria não deve oferecer aulas de pseudociência.

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Leandro Tessler

Físico (UFRGS) Ph.D. (Universidade de Tel Aviv), Professor Associado do Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp.


  • Nadson Azevedo

    Para completar a tragédia, esses dias descobri que existe uma publicação com o nome de “Revista Saúde Quântica.”
    A coisa tá feia.

  • white

    Religiões ainda existem e pessoas que acreditam nelas são a grande maioria, mostrando que o que tem de sobra são pessoas ignorantes, ingênuas e desesperadas para acreditar em algo que não requer esforço (quantos cristãos ao menos leram a bíblia por completo?), para assim melhorarem de vida ou controlarem seu medo do desconhecido.

    • Pedro de Sa

      Cara, pera lá. Não confunda as coisas.
      Religião, ciência e arte são o tripé de sustentação do Mito. A Religião trata de explicar o mito, a ciência trata de negar o mito, e a arte trata de bordear o mito através do símbolo.
      A religião teve e tem papel importantíssimo na criação e indagação das questões ontológicas e metafísicas. Existem diversos teólogos que fazem trabalhos magníficos de abstração para falar das origens do mundo e das concepções morais de acordo com a lógica e a estética vigente naquele contexto histórico.
      Acreditar por acreditar, é tão imbecil dizer-se religioso sem haver-se comprometido a entender o que eles estão dizendo como acreditar no que diz o “método científico” do professor Liimaa.
      Ademais, a existência do “método científico” é relativamente novo, e a discussão sobre todos os temas anteriormente citados é mais velho que andar pra frente. Não jogue tua frustração e impotência em “”religiosos”” ou qualquer outro “”setor específico da sociedade””. Isso é acreditar por acreditar, claramente sem haver lido gente séria do meio, e praticando exatamente a mesma coisa que você está criticando.

      • white

        Religião inventou fantasias para explicar questões que a humanidade tem ao invés de realmente se esforçar para ter respostas, e quando alguém descobria qualquer coisa que ia contra era perseguido e queimado vivo. Curiosamente estas mesmas fantasias sempre serviram como forma de controle social e de comportamento de uma minoria sobre uma maioria através de toda a história humana, se utilizando de opressão e preconceito contra quem não aceitasse ser subjulgado pela mesma. Se religião fez algo foi manter a humanidade nas trevas, aonde continua residindo com exceção de poucos.

        Ter religião e estudar ciência não necessariamente são coisas excludentes, pois dependendo da religião e da interpretação que um indivíduo tem sobre a mesma suas pesquisas não entram em conflito, porêm, o método ciêntífico que nada mais é que a forma mais confiável de se obter uma resposta e não apenas serviu como ainda serve diariamente para destruir diversas religiões expondo suas mentiras e contradições. Um exemplo bem recente, foi mostrado que não existiam camelos na região de Israel antes de 1000 anos atrás, mostrando que várias histórias da bíblia foram inventadas ainda mais recentemente do que imaginavam.

        Religiosos não são um setor, é o padrão da humanidade, de longe a grande maioria, é o estado comum da massa ignorante que olha para o céu e acha que o sol é um deus, onde alguém se levanta e se proclama seu profeta e líder, e a massa ignorante segue acreditando sem nucna realmente questionar, aceitando as inúmeras falácias e evidências anedóticas como base para a crença, assim o profeta segue inventando histórias e se preocupando apenas em manter sua influência e a não na melhora da sociedade, que incindiria em sua própria queda.

        Porém, a cada dia ao redor do mundo graças a internet e acesso à informação nunca um número tão grande de pessoas está renunciando a esse estado de conformismo ignorante. O estado natural conforme os humanos se educarem mais, é que todos parem de acreditar em mitos, lendas e fantasias e assim as religiões eventualmente acabem, bom, isto se os humanos não destruirem o planeta levando a si mesmos juntos antes.

        Sim, acreditar por acreditar é uma imbecilidade, mas apenas através do método cientifíco você consegue acreditar em algo com evidências e testes feitos por você e confirmado por outros, qualquer coisa além disso é pseudociência criminosa que não passa de fantasia.

        Religião é a última grande praga que assola a humanidade, bom, comunismo ditatorial ainda suportado pela america latina talvez tenha um próximo segundo lugar.

        • Pedro de Sa

          O teu discurso é claramente político ideológico, parcial e com falta de leitura de qualidade. É quase um facilismo intelectual que nega o que não entende e assume correta uma só visão do mundo. Mas, pelo menos, estamos abertos ao diálogo haha.
          Você claramente confunde os conceitos de “estrutura de poder” e de “estrutura de incorporação do novo na cultura” com o que acha que é o “discurso religioso”. Tem uns textos bem interessantes de Jameson que podem te ajudar nisso, e também tem um livro curtinho de uma filósofa argentina chamada Marta Zatonyi chamado “arte y creación” que discorre bastante bem sobre o tema. E claramente você devia ler um pouco sobre a “Crítica da Razão Pura” de Kant, que foi o último louco a tentar criar uma ética universal a priori (mais ou menos a mesma coisa que você tá fazendo aí em cima, mas melhor argumentado) e conhecer um pouco da dialética Hegeliana, que dá uma idéia muito interessante (apesar de um pouco desatualizada, há que contextualizar agora) da estrutura de poder.
          Grande parte do que você tá dizendo aí em cima é justamente minha área de investigação, na qual pretendo provar (falta um pouco ainda para tê-lo acabado e tal) que as estruturas de poder se disfarçam sempre do novo para continuar com a narrativa clássica. Isso passou 1) nas religiões pré-cristãs, 2) nas religiões judaicas-cristãs através dos grandes relatos históricos bíblicos, 3) nas artes: pintura e escultura de maneira pictórica e no teatro de maneira narrativa, 4) no cinema que substitui a narrativa clássica quando os outros meios artísticos passam a desenvolver outro tipo de trabalho (e o cinema foi a maior arma de controle social e adoutrinamento do século XX, muitíssimo maior que qualquer igreja), 5) agora, finalmente, com as novas tecnologias (computadores pessoais, ipads, celulares).
          Minha linha de pesquisa é justamente sobre como o discurso de poder tem características exibicionistas-vouyeristas, e vai sempre se disfarçando de novo para continuar dizendo o antigo, querendo e não querendo ser descoberto. Isso tem muito a ver com a cultura, que sempre quer se conservar, e com a dialética hegeliana aplicada hoje em dia através de um contexto histórico, etc etc.
          E cara, pregar o fim do mito é completamente impossível, porque vivemos imersos nele. Taí a graça. Só que estamos sempre tão imersos, e ele é sempre tão óbvio, que a única maneira de entender que era um mito é a posteriori. Um dos físicos mais importantes do século passado, não me lembro o nome dele, infelizmente, havia dito que “Talvez o maior mito da ciência moderna seja o BigBang”. Porque, na real, podíamos mudar o Big Bang por uma tartaruga que nada no espaço para sempre, e que nasceu à partir de um ovo de páscoa, que seguiríamos explicando a criação do universo.
          Só que, claro, acreditamos no “big bang” e não no “coelhinho da páscoa” porque vivemos num contexto cientificista (que não é o mesmo que científico) que prega uma lógica de só olhar pra si mesmo. Mas são mais ou menos a mesma coisa, quando tentam explicar a origem de tudo. E, na real, as duas são válidas e não são exclusivas. Sobre essa importância do mito, tem um filme legal do Lars von Trier chamado “Melancholia” (melancolia é a doença psicológica onde há duas partes em conflito dentro da cabeça, na qual uma deseja a morte e a outra deseja a vida) que fala profundamente sobre o papel dele como fator de contenção humano, e que afora do homem só existe caos. Religião, Ciência e Arte funcionam como um tripé para organizar isso.
          Vamos tentar ser menos alienados e unir em vez de separar? É a melhor forma de ver que cada coisa tem o seu lugar, e sair daquele discurso facilista, pra não dizer facista, de “eu sou melhor que você, seu tolo ignorante!”, que é, de sua forma, uma inquisição às inversas.
          :)

          Se for do interesse, também tenho uns textos guardados que falam de teologia que são muito interessantes. Falavam da função do ícone naquele momento histórico (contra-reforma) e é impressionante a capacidade de abstração deles para discutir, de maneira clara, as problemáticas que enfrentavam naquele momento. É do caralho, mas você tem que abrir um pouco mais sua cabeça e deixar de pensar que tudo que sai de um lado é merda à la Feliciano

          • white

            Pregar o fim do mito não é impossível, estatisticamente pela primeira vez o ateísmo se encontra em largo crescimento ao redor do planeta, com maior educação, adoção de lógica e pensamento crítico deixar de lado as religiões é o passo natural, pois os 2 não sobrevivem juntos. Um se sustenta em lógica, o outro em fantasias contraditórias sem qualquer tipo de evidência.

            “Só que, claro, acreditamos no “big bang” e não no “coelhinho da páscoa” porque vivemos num contexto cientificista (que não é o mesmo que científico) que prega uma lógica de só olhar pra si mesmo. ”

            Me desculpe, mas só alguém completamente alheio as evidências já descobertas, inclusive muitas recentemente que apontam para um evento como o big bang, arriscaria dizer uma besteira dessas. A partir disso a minha impressão é a de que a sua percepção/compreensão de ciência é limitada e preconceituosa.

            Não é uma fantasia vomitada da mente de algum filósofo que permanece como hipótese como seu argumento sobre o coelho sugere, é uma sólida teoria com diversas evidências constantemente estudadas por grupos independentes ao redor do planeta, com calculos matemáticos usados para sustentã-la. E não entenda a palavra teoria de maneira leviana, teoria é algo solidamente embasado através do método ciêntifico, o mesmo método que fez com que fosse capaz você trocar mensagens comigo pela internet através do ceu celular móvel.

            • Pedro de Sa

              Haha, você mal interpretou de novo. Tanto minha percepção de ciência não é limitada e preconceituosa que separei ciência de cientificismo, né? A ciência séria olha pela janela, o cientificismo barato olha para o espelho…

              Mas de novo, vamos por partes: você confunde mito com religião. Do mito não sai só a religião, sai o tripé “Ciência, Arte, Religião”, como forma de interpretação do mundo e de contenção humana.

              A adoção da “lógica e do pensamento crítico” não tem absolutamente nada contraditório com a existência da Religião, porque elas tratam de maneiras diferentes das mesmas problemáticas, uma explicando e a outra negando. Volto a dizer que dê uma lida no tema pra tirar esse preconceito.

              Eu jamais afirmei que o BigBang não tem sustento teórico. O que eu afirmei é que ele tem o mesmo papel de contenção do homem no mito, tratando de dizer de onde ele vem. Isso também era feito em qualquer outro mito pré-cientificista, já sendo o homem nascendo do amendoim como para algumas tribos ameríndias, da tartaruga nadando no infinito, ou no coelhinho da páscoa para algumas vertentes pagãs-cristãs que chegam até hoje. Eles têm o mesmo valor de contenção humana dentro do mito, e, vamos combinar, independente de qualquer evidência sobre a criação do Universo que cheguemos, sempre seguirá havendo outras perguntas. “Se o universo começou em uma explosão, o que havia antes? Explodiu do nada? Geração espontânea de matéria (como diziam alguns cientistas-cristãos no século xix)? E como explicamos o antes? Ou é cíclico, com explosões e regenerações em outra bola de energia, que volta a explodir ad infinitum? Mas se é cíclico, como foi criado pela primeira vez? De novo do nada? Como assim?”
              Essa estrutura de pensamento é a mesma que sustenta o mito dos outros… a única diferença é que a nossa cultura dá importância a instâncias que algumas das outras não dão. Mas a estrutura narrativa é a mesma, as conclusões são feitas mais ou menos da melhor forma tecnológica disponível, as conclusões são sempre insuficientes (e por isso o mito em questão segue em voga), e geralmente só é refutado à posteriori, para o início de um novo mito renovado.

              Eu nem vou tocar no assunto do ateísmo porque muitas vezes ele tem o mesmo discurso babaca da religião barata. Aí uma pessoa frustrada pega esse discurso, se aliena, e se apaixona por ele. E o triste dele é que muitas vezes esse discurso sai do mesmo preceito que você tem: guerra às crenças alheias, guerra às outras visões de mundo, inquisição às inversas. Aí dá pra pensar: poxa, o discurso clássico realmente não muda, a única coisa que muda é o formato. O que tem pior na “religião” é a convicção ideológica fundamentalista apaixonada, e isso existe desde quem acredita SÓ em ateísmo como quem acredita SÓ no feliciano… É a mesma estrutura.

              Mas, na boa, cansei de discutir com quem só quer separar e subjugar a posição do outro. Isso é ou alienação por falta de leitura de qualidade, ou o começo de um discurso facista reformulado para pregar “uma raça superior” e uma “raça inferior”.

              E por favor, né, eu te passo livros sérios e você me passa wikipedia? E ainda diz que Hegel, Kant, Nietzsche, Santo Agostinho, Lacan e Foucault “vomitam fantasias”?

              haha, me pergunto o que será que dizem no manual contemporâneo de Mein Kampf que te deram pra ler..

              • white

                Você se baseia em conceitos ultrapassados vindos de pessoas que nem tinham capacidade de imaginar o universo descoberto através da ciência moderna, e quer colocar essas novas descobertas consolidadas através de evidências lado a lado com fantasias alegóricas de filósofos que em muitos casos nunca tiveram evidência alguma que suas hipóteses poderiam funcionar na pratica. Lógica automaticamente destrói as religiôes baseadas no sobrenatural, e a consequencia da ausencia destas fantasias é o ateísmo. Educação e pensamento crítico leva a lógica, a pura necessidade de haver base em evidências para levar a sério qualquer afirmação a sério que elva todos ao ateísmo.

                Mas eu entendo o que é nascer envolto de fantasias e se apegar ao romantismo sobrenatural que leva a imortalidade e esconde o pavor que as pessoas tem do desconhecido e da morte.

                Você adora a falácias, principalmente a de apelo à autoridade, e deixa seu preconceito te cegar. Eu só sigo uma coisa, lógica, e só levo a sério argumentos que fazem sentido e que são baseados em evidências. Você se preocupa em ser eloquente e se esconde através de conceitos que já deveriam ter sido enterrados por não terem mais nenhum valor . Sim, eu descarto muitos pensadores famosos que falaram muita besteira pela simples falta de informação científica da época em que viveram, e por mais relevantes que tenham sido por falta de alternativa, são obsoletos.

        • Vafanculo

          no ultimo paragrafo caberia acrescentar que o comunismo é justamente a ultima religião, sem deus e sem piedade, e que está indo para o mesmo lugar das demais seitas e mitos do passado…

          • Guest

            hahahahahahaha

            Cara, você devia estudar um pouco mais…

            • Vafanculo

              ok..sem magoa e sem ressentimento…precisamos mesmo estudar mais..mas estudando mais eu vou conseguir o que mesmo???

  • Lysavilis Gyi

    Uma verdadeira “salada de fruta quântica”, bem nada de novo foi dito, só mais uma pessoa que não consegue separar seu trabalho de sua crença.

  • Thais Linhares

    Deepak Chopra ensinando a tirar dinheiro de bitolados. Esse aí deve ter visto a palestra do guru indiano das estrelas de Hollywood aqui no Recife.

  • Vafanculo

    uai….ha uns tempos nao estava por aqui um filosofo mexicano dando palestras concorridissimas nas principais universidades brasileira um certo senhor Edgar Vivar..que acabei descobrindo ser o…Seu Barriga do Chaves????…o Chaves que a vereadora do Rio de Janeiro achava que era o ditador da Venezuela lá na cabeça dela???
    quer dizer…a coisa ta feia na nossa academia já ha um bom tempo. Isso talvez ajude a explicar pq, sendo o maior país da latinoamerica e com um terço de sua população total nao termos um misero premio nobel, que quase todo mundo tem – a Argentina tem algumas dezenas, e outros tem mais de um???
    então nao tem como nao lembrar novamente os grande o Millor que tanta falta faz: “se os russos tinha sua inteligentzia então o q nós temos é nossa burritzia” …

  • Com Pacheco

    Será que dá pra pagar esse “plano de saúde quântico” com pacotes de moedas virtuais? Hahahahahah!!!!

    Esse tipinho aí só existe porque a legislação é falha. Pessoas que usam essa pseudomedicina tem que se prejudicar e entrar na justiça para poder processá-los por charlatanismo (art. 283 do código penal). Não apenas por insinuação. E como quem usa isso é ingênuo e o faz já acreditando que funciona, nada do que (não)aconteça abala a fé do sujeito a ponto dele levá-los ao Procon.

    Vergonha mesmo universidades deixarem isso acontecer sob seus tetos. Pior é quando o SUS aceita o uso de Reiki e Homeopatia como tratamento, universidades permitindo palestras sobre isso reforçam.

    • Susana Pereira

      Substituindo “ingênuo” por “burro caído de quatro comendo grama”, concordo totalmente com você.

      • Com Pacheco

        Antes de revisar eu até escrevi “burro e crente”, mas me toquei que alguém pode considerar insulto generalizado e me processar por injuria. Sabe como são esses vigaristas…

        O ônus de provar burrice e credulidade seria meu, e eu teria que fazê-lo antes de alegar. Comentário na internet não me protege de processo.

  • José Rocha

    Já me aposentei há 5 anos, mas lembro-me bem dos meus últimos anos na Petrobras, auge do Petismo com Gabrielli. Todo dia tinha, nos corredores e auditórios, demonstrações de Reiki, curas exotéricas, alimentação saudável (tipo receitas de casca de banana e o valor da casca de ovo batida no liquidificador). Tinha gente que nem trabalhava, passava o dia nos tais eventos. Eu trabalhava o quanto podia, mas, às vezes, era “convocado” a comparecer a essas apresentações. O pessoal do RH vibrava com a sua subida ao poder, desbancando de vez os racionalistas – engenheiros e geólogos. Uma das palestras que assisti optatóriamente dizia que só fica doente quem quer, a doença está na mente impura. Hoje, pouco me importa para onde o país vai, sou aposentado, vivo em paz no meu apê, cercado de livros, visito a Itália uma vez por ano para estudar arte.

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  • Catatau

    Parabéns ao articulista que foi muito limpo ao formular a crítica, e cujo tom só tem a ensinar a muita gente. Foi direto ao ponto, mostrou os contra-argumentos e encerrou o texto, sem mais frufru ou oferecendo um modismo contra outros. Como deve ser.

  • nilsonrdg

    Por acaso, hoje, eu vi um e-mail antigo do CREA-MG sobre um curso promovido pela Abenc – Associação Brasileira de Engenheiros Civis / MG.

    Novos Caminhos da Física Quântica – Nelson Vilhena Granado.

    Divulgação: https://twitter.com/nilsonrdg/status/454785170575351808/photo/1

    Isto é pseudociência?

  • Lourdes Bach

    To vendo muitos egos se duelando aqui.