Cotas raciais e o racismo do movimento de negros

As cotas interessam a grupos políticos que querem manter os negros sob domínio ideológico, através da política de estratificação social e da conquista de “feudos” e reservas de mercado.


cotas-usp

Um dos debates sociais mais importantes da contemporaneidade brasileira é a questão do acesso à universidade por parte das populações menos favorecidas, em sua maioria compostas de negros, que estão em situação de clara desvantagem em relação a outras etnias, principalmente os brancos, quando se trata de educação universitária. Necessário é garantir a oportunidade das diversas etnias de terem acesso à universidade, de forma democrática e republicana no sentido de res publica, que significa “cuidado com a coisa pública”.

O movimento negro, desde o fim dos anos 1980, vendo a disparidade de negros na universidade, pede por cotas raciais para permitir o ingresso dos negros no ensino superior, aos seus olhos um local elitista, racista, com uma “meritocracia injusta” que impedia o acesso do negro. As cotas reparariam a opressão que o negro sofreu durante séculos de escravização e marginalização na sociedade brasileira. Políticas públicas artificiais solucionariam o problema.

Cabe matizarmos a argumentação acima. Primeiramente, devemos pensar no papel da universidade na sociedade. Ela, primeiramente, tem o papel de desenvolver a pesquisa científica em diversos ramos do conhecimento, para o desenvolvimento de toda uma comunidade. Para que essa tarefa se realize, é necessário que a universidade recrute para seus quadros pessoas que possuem pré-requisito educacional e intelectual para desenvolver tais pesquisas. Por isso ela necessariamente tem que possuir um caráter meritocrático em suas admissões, que devem passar ao largo de questões étnico-raciais. A universidade não deve ser local de compensações de supostas “dividas históricas”. Nesse quadro, a universidade não reconhece qualquer outro critério que não seja o conhecimento adquirido pelos pleiteantes às vagas disponíveis; o pleito é impessoal e não questiona a etnia ou procedência da pessoa que a ele se submete.

Isso não significa que a universidade está descolada do que ocorre ao seu redor, como um ser que paira acima da sociedade. Ao contrário, ela etá completamente integrada na questão social, o que fica óbvio quando olhamos o quem está dentro da universidade pública: pessoas cujas famílias, em sua maior parte, tiveram a possibilidade de pagar por uma educação de qualidade. Isso mostra que o Estado não cumpre o seu papel na educação de base, pois, mesmo pagando impostos altíssimos, quem deseja ter uma educação de qualidade tem que pagar uma escola particular.

Percebe-se que o problema fundamental está na relação que o Estado e a sociedade têm com a educação de base. Em um país onde mais de 70% dos alunos concluem o ensino médio sendo analfabetos funcionais, e por volta de 50% dos universitários também o são, ranqueado entre os últimos em qualidade educacional no mundo, está muito claro que a questão maior não é a universidade, mas sim o ensino básico deficiente ofertado pelo governo para a maior parte da população.

Como o governo é especialista em quebrar a perna do cidadão e depois oferecer muletas argumentando que “sem mim você não andaria”, para ele é interessante não resolver uma questão espinhosa como a educação de base e, ao invés, dizer que solucionará o problema do acesso desigual à universidade fornecendo cotas, o que sem dúvida é uma medida de impacto imediatista, marqueteira e eleitoreira. Por isso, para o governo é mais lucrativo incentivar as pautas do movimento negro, que tem em suas lideranças pessoas ávidas por estarem dentro da estrutura do Estado para poder influenciar políticas públicas. Então, estamos diante de um problema maior do que cotas ou não cotas. A questão que deve realmente nortear o debate é, de um lado, o desemprenho das políticas estatais de formação educacional dos cidadãos e, de outro, as ações de grupos do movimento negro que se utilizam da política de cotas como instrumento para alcançar influência dentro do Estado.

Neste último aspecto, temos que analisar uma questão fundamental: quem são os maiores financiadores das ONGs de ativistas negros? Essas ONGs, em sua grande parte, têm forte financiamento estatal. Agora se perguntem: o Estado daria dinheiro para esses grupos se suas políticas não interessasse a ele? Claro que não.

O Estado financia certas lideranças e grupos, e os favorece para a implementação de pautas como as cotas, porque com isso obterá três vantagens: 1)dará a impressão que está interessado nos negros como agentes políticos; 2)desviará o foco da educação de base; e 3)incentivará a estereotipagem inversa da identidade do “negro”.

A estereotipagem inversa da identidade do negro significa que o negro que quiser ser considerado negro de fato terá que apoiar as pautas dos “movimentos afirmativos”, que dizem lutar por todos os negros e se autointitulam representantes da raça. Mas como qualquer grupo humano é composto de indivíduos diferenciados, com valores e pensamentos diversos, devemos entender que características são necessárias para que se considere alguém um “bom” negro sob a ótica do movimento que diz representá-lo.

Para essa gente, só pode ser bom o negro que está “em luta”, e apenas luta o bom combate aqueles que lutam as guerras que esse movimento decide que devem ser guerreadas; se discorda das pautas do movimento, como as cotas, o indivíduo é chamado de “negro de alma branca”, o que significa estar vendido ao outro lado, um alienado ou mal intencionado. O movimento cumpre o papel de capitão-do-mato do próprio negro, ao tirar sua liberdade de ser um indivíduo autônomo que pensa por si e chega às próprias conclusões.

Por isso que, no fim das contas, é equivocado chamar esse movimento de “movimento negro”, pois o título sugere que suas lideranças representam o pensamento monolítico dos negros. O movimento deve ser chamado de movimento de negros, pois apenas alguns negros compartilham de suas ideias e a ele se associam voluntariamente. A partir de agora, é assim que o chamarei.

O movimento de negros tem uma pauta de poder. As camisetas 4P (Poder Para o Povo Preto) não são mero acaso. Iludidos com o poder do Leviatã, do Estado onipotente que tudo pode com apenas uma canetada, ele sonha em dirigir a sociedade, achando-se capaz de comandar através de suas estruturas todo o corpo social, apostando na tática de dividir para dominar, apostando em um confronto racial, uma versão racialista da luta de classes marxista, pregando muitas vezes o ódio racial inverso ou a punição a “negros dissidentes”, versão repaginada dos “negros fujões” das plantations da era colonial.

Exemplo disso foi quando a ex-ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, disse em uma entrevista à BBC que considera natural a discriminação de negros contra brancos, afirmando que “a reação de um negro de não querer conviver com um branco, ou não gostar de um branco, eu acho uma reação natural, embora eu não esteja incitando isso. Não acho que seja uma coisa boa. Mas é natural que aconteça, porque quem foi açoitado a vida inteira não tem obrigação de gostar de quem o açoitou.”

A ministra esqueceu que a esmagadora maioria dos brancos de hoje não têm nada a ver com a escravização de negros. Grande parcela da população branca descende de famílias de imigrantes que chegaram aqui em uma situação de penúria e estavam quase tão mal socialmente quanto os negros. O que dizer dos japoneses, que chegaram extremamente discriminados e conseguiram se tornar um grupo bastante forte na sociedade, constituindo 30% dos estudantes das melhores universidades do país enquanto são apenas 5% da população geral? E dos judeus, que são 3% da população mundial e menos 1% da população brasileira? Esses brancos açoitaram quem? Será que também, como os negros, não foram açoitados, mas se sobressaíram através de seus próprios esforços?

Além da fala racista da ministra, há demonstrações de que o movimento de negros em sua maioria busca um revanchismo contra os brancos, tendo um discurso de incentivo à vingança e ao ódio. Exemplo é o vídeo “Cotas, essa conversa não é sobre você”, que discrimina os brancos ao querer impedi-los de participar do debate público de um assunto que os afeta diretamente, além de estereotipá-los todos como playboys ricos.

As perseguições racistas a Joaquim Barbosa, aliado de longa data de diversos movimentos de negros (mas que contrariou interesses do PT), mostram bem como o negro que tem posições políticas diferentes das do movimento é tratado com desprezo. Quando, durante o julgamento do mensalão, o ministro do STF começou a sofrer ataques racistas sistemáticos, tendo sido chamado de “capitão do mato”, “negro traidor”, “negro ingrato”, não se viu defesa sua por parte do movimento de negros. Ao contrário, vimos um deputado negro do PT dizer o seguinte: “Negros que usam o chicote para bater em outros negros não são meus irmãos. O Joaquim Barbosa não é meu irmão”. Na lógica distorcida do deputado petista, o negro que Joaquim Barbosa chicoteou é nada mais nada menos do que… José Dirceu.

E onde estava o movimento de negros quando Heraldo Pereira, o primeiro negro a estar na bancada do Jornal Nacional, processou por uma injúria racista o jornalista Paulo Henrique Amorim, que o chamou de “negro de alma branca”? Vou dizer onde ele estava: defendendo Amorim, com o argumento de que este era um oprimido, não um racista, o racista verdadeiro sendo Heraldo Pereira, pois trabalhava na Rede Globo. Para o movimento, então, o negro que trabalha na Globo não é negro, é apenas um ser que não vale nada e deve ser ofendido até mesmo com ataques racistas.

Prova maior que o movimento de negros existe apenas para defender suas pautas estreitas foi quando acusaram um comerciante carioca de racismo por vender a boneca negra mais barata que a boneca branca. Como se o comerciante tivesse culpa de haver maior procura pelas bonecas brancas. Percebe-se que o movimento de negros está mais preocupado em defender bonecas do racismo que gente de carne e osso, se isso interessar suas políticas racialistas.

Sobre as cotas raciais, onde foram implementadas, não deram certo. Fracassaram na Índia, Nigéria e EUA. Fracassaram por um simples motivo, já explicado por Mises: políticas públicas que buscam moldar uma sociedade frequentemente alcançam resultados inversamente proporcionais ao que desejam. Thomas Sowel completou, com o brilhantismo que lhe é habitual, que a ideia de que a cota é temporária e perdurará até a igualdade racial ser alcançada é absurda, visto que, como em nenhuma sociedade isso foi alcançado, portanto a cota tende a ser uma política eterna.

Política eterna que interessa a grupos políticos que querem manter os negros sob domínio ideológico, através da política de estratificação social e da conquista de “feudos” e reservas de mercado.

Como escapar dessa tentativa de dominação e dar ao negro uma verdadeira liberdade? A única forma é construir uma sociedade meritocrática, onde o que vale é a capacidade individual de cada um, não quaisquer outros atributos, seja a etnia, orientação sexual etc. Os negro e outras minorias oprimidas não têm que exigir que o Estado os tutele com reservas de mercado ou leis específicas, mas sim que o Estado cumpra bem o seu papel mínimo. A meritocracia social absoluta é impossível, pois há diversos fatores sociais e de nascimento que beneficiam uns e prejudicam outros; porém, possibilitar e incentivar a ascensão social pelo mérito individual é a base da construção de uma sociedade saudável.

Para tanto, é indispensável uma educação de qualidade a todos, permitindo igualdade de oportunidades. Tornar o negro igual ao branco socialmente é fazê-lo ver além da cor da pele, é fazê-lo ver que somente se posicionando como cidadão que exige igualdade perante à lei, e um Estado competente que o deixe livre para perseguir seus objetivos, é que haverá real emancipação. Quando, como Morgan Freeman, nos recusamos a comemorar dias de “consciência negra” ou aceitar coisas abjetas como “hinos à negritude”, é que nos vemos como iguais.

A ciência provou que o conceito de raça, criado no século XIX, é um fato superado. Neguinho da Beija Flor, por exemplo, tem 70% de DNA branco, e um nazista declarado norte-americano possui 40% de DNA negro. Essa descoberta é um alívio, pois os maiores crimes do século XX se deram em nome de ideologias políticas, do Estado e em defesa de uma raça — esses três elementos são os eixos basilares do movimento de negros.

O sonho do Martin Luther King, que deseja que um dia seus filhos sejam vistos não pela cor da pele, mas pelo caráter, é o ideal a ser buscado em uma sociedade democrática, que não faz de especificidades étnicas fronteiras a serem solidificadas, mas riquezas a serem agregadas a uma comunidade de cidadãos.

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Éder Souza

Formado em História pela Universidade de São Paulo.


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MAIS RECENTES


  • Leandro R. Tessler

    Caro Éder,

    Parabéns pelo seu texto corajoso que aborda aspectos sempre esquecidos nessa discussão sempre apaixonada. Permita-me fazer duas correções:

    1. Os judeus não são 3% da população brasileira, mas 0,056% segundo o censo de 2010: 107 mil em uma população de 191 milhões (www.ibge.gov.br).
    2. Cotas foram proibidas nos EUA desde 1978 por violarem a constituição. http://en.wikipedia.org/wiki/Regents_of_the_University_of_California_v._Bakke

    Nos EUA ainda existem formas de ação oafirmativa que não envolvem cotas.

    Isto posto, quero me apresentar. Eu fui um dos proponentes do programa de ação afirmativa da Unicamp (PAAIS), onde usamos bônus no vestibular em lugar de reservar vagas.
    Claro que isso não resolve problema social algum, pois como você bem indicou somente o aumento de vagas poderia surtir algum efeito, e no Brasil isso simplesmente não funcionaria somente no setor público do ensino superior que tem um alcance muito restrito (25% da matrícula).
    Por outro lado ao desenhar o sistema da Unicamp pareceu-me muito importante considerarmos a cor da pele dos candidatos.
    Acontece que na Unicamp buscamos um ponto de vista institucional: acreditamos que o vestibular sozinho não é capaz de avaliar corretamente a capacidade dos candidatos e buscamos bonificar egressos de escola pública e autodeclarados pretos, pardos e indígenas para evitar que a polarização do vestibular deixasse de fora candidatos talentosos. Além disso, entendemos, e hoje temos certeza, que uma instituição mais colorida é uma instituição que educa melhor seus estudantes.
    Muitas vezes fui acusado de racista por diferentes alas do(s) movimento(s) negro(s) organizado(s) por ter desde o início defendido ação afirmativa e não cotas.
    Fui acusado de meus ancestrais terem sido proprietários de escravos e por isso insensível a uma demanda justa. Não sou racista, e meus ancestrais mais remotos chegaram ao Brasil em 1908 na leva de imigrantes pobres que hoje constituem 0,056% da população. O discurso raivoso anti-branco só desacredita a posição de incluir negros na elite intelectual brasileira.
    Continuo contrárioo a cotas como forma de ação afirmativa e muito favorável a que se leve em conta a cor em mecanismos de ação afirmativa.

    Um abraço.

    • Éder Souza

      Olá Leandro,

      Obrigado pelas sua apreciação e questões levantadas no texto. Essa discussão que levanto é pouco levado em conta quando debatemos cotas e movimentos de negros, não se debate o racismo desses movimentos e que move muitas de suas ações.

      Sobre as questões levantadas:

      1- Na hora de digitar o texto, era para eu escrever que os judeus eram 3% da população mundial, da forma que eu escrevi deu a entender que eram da população brasileira. Esse erro foi corrigido. Obrigado por alertar.

      2- As ações afirmativas nos EUA, em alguns Estados, haviam cotas de critérios raciais. Em muitos, a constitucionalidade da ação foi questionada de fato, em outros, houveram batalhas legais mais ferozes e de longa duração. O fato é que as cotas foram banidas totalmente no século XXI apenas, tanto pela sua inconstitucionalidade quanto pela sua ineficiência.,

      Um texto interessante sobre o assunto, que fala sobre a questão e pensa no que fazer depois disso: http://www.nytimes.com/2014/06/17/upshot/if-affirmative-action-is-doomed-whats-next.html?_r=0

      As bonificações é uma política interessante, porém, penso que para resolvermos definitivamente a questão, tem de haver um investimento social (que é muito mais do que apenas injetar dinheiro) na educação de fato, e nisso concordamos.

      Parabenizo o seu trabalho, e estou à disposição para mantermos diálogo.

      Abraços

      • Leandro R. Tessler

        Eder,

        Desde 1978 em NENHUM estado dos EUA haviam cotas. O que havia eram mecanismos de ação afirmativa de forma que no processo de seleção as universidades podiam considerar raça ou etnia como um parâmetro.

        Cotas são uma forma de ação afirmativa, mas existem outros processos que não usam cotas, como os mencionados no artigo que você citou no NYT.

        Chamo sua atenção para o sistema do Texas. Uma decisão da suprema corte proibiu alguns estados do sul, incluindo o Texas, de considerar cor como um critério para admissões. Eles tiveram uma saída engenhosa: o “top 10% rule”, pelo qual eles admitem os 10% dos alunos mais bem avaliados de qualquer escola do estado. Assim eles driblaram a limitação pois nos bairros negros ou hispânicos os top 10% são negros ou hispânicos. Uma ótima alternativa, que a Unicamp está também tentando emular http://www.prg.unicamp.br/profis/

        Ação afirmativa é muito mais que cotas!

      • Leandro R. Tessler

        Em tempo: no mundo os judeus são menos de 0,2%!

  • Hugo Silva

    Acredito que o texto pode ser dividido em dois: uma parte que trata de “cotas” e que tem relação de exemplificação (ou caso concreto) com relação à segunda parte, que discute o movimento negro (ou de negros, como quer o autor). Meus comentários referem-se somente a primeira parte, que me parece a mais fraca do texto.

    1- No segundo parágrafo, o autor faz uso de uma falácia, a do espantalho: ao pretender descrever a argumentação de certos grupos ao invés de citar exemplos concretos de argumentação, o autor não debate com tais grupos, mas com criações mentais suas. Ainda, no fim do parágrafo, temos a cereja do bolo: o autor fala em “políticas públicas artificiais”. Não me consta a existência de políticas públicas “naturais”; toda instituição humana é artificial e visa remediar problemas encontrados na vida em sociedade e, ao contrário da citação de Mises, elas encontram, frequentemente, sucesso na sua empreitada (vide casamento, justiça, exército, etc.)

    Essa falácia torna a argumentação do autor fraca e circula pelo texto
    inteiro: por exemplo, quando no sexto parágrafo o autor atribui aos
    movimentos de negros a afirmação de que as cotas solucionariam “o
    problema do acesso desigual à universidade”.

    2- Se o problema da educação básica é apenas a sua mal prestação pelo Estado, sendo as escolas particulares responsáveis por uma educação de qualidade que possibilita aos seus alunos entrarem nas universidades públicas (sendo maioria nelas); como o autor explica o dado citado por ele mesmo segundo o qual metade dos universitários brasileiros são analfabetos funcionais? Apenas cotistas e alunos oriundos de escola públicas compõem os universitários analfabetos funcionais (não sei qual seu número dentro do universo de alunos)? Parece forçoso concluir que o problema do ensino fundamental e médio não é apenas estatal, como o autor sugere.

    3- Toda política pública com resultados de curto prazo (“imediatista”) é eleitoreira? Se sim, elas devem ser proibidas? Porque nada parece impedir a realização simultânea de políticas de curto, médio e longo prazo. Além disso, se certas políticas imediatistas são necessárias, o fato de serem eleitoreiras não decorre de sua realização, mas do modo como elas são entendidas pela população. Por exemplo, a uma população atingida por uma enchente, podemos realizar uma política de abrigos (curto prazo); de construção e reaparelhamento das construções afetadas (médio prazo); de previsão e prevenção dos efeitos de novas inundações (longo prazo).

    Além disso, poderíamos até colocar em cheque essa ideia simplista de políticas eleitoreiras: não deveriam as pessoas votarem naqueles candidatos que realizam políticas públicas tidas por essas pessoas como boas?

    4- Que ilegitimidade existe em buscar influenciar a criação ou execução de políticas públicas? Havendo transparência e regramento (possibilitando a fiscalização), além do respeito aos espaços de exercício de poder público definidos em lei (ou na Constituição), parece, para mim, não haver qualquer problema.

    De resto, o texto é bom e traz um debate necessário e esquecido, o que, por si só, justifica sua existência e relevância.

    Abraços

    • http://social.stoa.usp.br/mvcg/girls-in-jeans Marcus Grande

      Houve equiparação humana.
      Há, no entanto, problemas no que se refere a períodos longos nos textos de todos.
      Dificulta a leitura, embora denote grande articulação dos senhores.
      Identifiquei erro nos dois primeiros autores. Uso do verbo haver. Abonados.
      Certa confusão com porcentagem.
      Hugo Silva em relativa vantagem textual. Longos períodos. Não aprecio.
      No entanto, Hugo domina bem isso. Só fiquei em dúvida, talvez falta de proficiência minha, quando em vez de usar uma vírgula, usou ponto e vírgula.
      Apenas na dúvida.
      Ironicamente havia em mim uma premissa levemente favorável à meritocracia e preservação do que se lhe é entregue pela família e sociedade. Sejam de grande riqueza, mediana, pouca ou isentas de poder aquisitivo.
      Valores não se perdem. Conquistam espaço. Reconhecimento se dá às avessas.
      Brasil passou dos limites ao empregar a ironia desmesuradamente.
      Possivelmente isso teve origem na escolaridade de nível superior.
      Local de origem, rastreando, seria São Paulo. O estado.
      Falta de refinamento, estilo e compreensão de texto predominando há seis décadas, aproximadamente. Ápice depois da década de 90.
      Disseminação da confusão e incompreensão à toda população.
      Resultando mais intolerância.
      Democracia, preservação e aquisição de direitos e igualdades.
      Correm riscos. No plural.
      Nem humanamente só.
      Votos de que se preservem e se defendam.
      Não são sonhos. Delírios muito menos.

    • Hélio

      Não acho que o autor tenha cometido a falácia do espantalho, pelo que de fato há grupos que tem como “modus operandi” tanto as proposições quanto a postura que foram descritas no texto. Compartilho da percepção do autor de que o debate público adequado está sendo obstruído através de recursos de intimidação moral do movimento apoiador de cotas raciais. Claro que posso estar enganado, e desconheço a existência de qualquer levantamento estatístico dedicado a analisar os resultados gerais desse debate em particular (e nem mesmo faço ideia de como conduzir um estudo estatístico sobre isso). No entanto, tanto participei quanto presenciei muito mais debates sendo conduzidos nos termos que mencionei do que debates de alto valor cognitivo pra ambas as partes.

      Quanto a (2), creio que o analfabetismo funcional não seja um mal que acometa exclusivamente estudantes de escolas públicas. Penso, no entanto, que há outras condições de qualidade educacional que são melhor satisfeitas no Brasil no ensino básico privado, em contraste com o ensino público. Talvez isso possa servir pra demonstrar que o ensino público de base está mesmo em situação muito grave se não consegue sequer se equiparar a um ensino básico privado que ainda acaba sendo precário.

      Finalmente, não acho que haja um problema com políticas imediatistas por si só. No entanto, pode passar a existir um problema a partir do momento em que uma solução adequada a certo problema X só pode vir a se concretizar a partir de um trabalho cuidadoso que tem resultados de longo prazo. Se utilizar de uma política imediatista nesse caso pode ter intenção eleitoreira na medida em que se ignora a parte trabalhosa de resolver o problema ao passo em que se utiliza de medidas de curto prazo que só podem servir na melhor das hipóteses como paliativos. Ao passo em que se adia (ou, pior, ignora) continuamente o problema central e se perpetua insistentemente os paliativos, há aí uma boa chance de o autor das políticas imediatistas estar mais preocupado com o impacto positivo que a imagem dos paliativos (e é importante notar aqui que não é nem necessário que tais paliativos sejam sequer efetivamente bons pra que passem uma boa imagem) gera em detrimento de um comprometimento sério com uma tentativa de resolução definitiva do problema. Tendo em conta que a demagogia se trata de uma persistente tradição na política brasileira, é razoável pensar que as cotas raciais no Brasil estão precisamente nessa situação.

      • André Martins

        “Não acho que o autor tenha cometido a falácia do espantalho, pelo que de fato há grupos que tem como “modus operandi” tanto as proposições quanto a postura que foram descritas no texto.”
        Mas são todos assim? Ou pelo menos os discordantes são uma minoria irrelevante?

      • Hugo Silva

        1- Se vc acha que os argumentos a favor das cotas podem ser reduzidos a um parágrafo (o segundo no texto), então não houve falácia. Eu, entretanto, acredito mais na complexidade do mundo e discordo disso.

        2- Só que o autor quer fazer parecer que o problema do ensino brasileiro é exclusivamente do ensino público, o que não é verdade.

        3- Acredito que vc confunde a qualificação de uma política como boa ou ruim e seu uso político-eleitoral. Ainda que as cotas fossem utilizadas como práticas eleitoreiras, isso nada diz sobre elas em si, mas apenas sobre o modo de ação do governo. Por exemplo, quando um governo coloca pessoas afetadas por enchente em abrigos, não queremos o fim dos abrigos para a construção de casas, mas a construção de casas para o fim dos abrigos.

        Acredito que o caso seria de colocar na própria lei que cria a política a necessidade de sua reavaliação periódica (a cada 10 ou 20 anos), possibilitando a rediscussão pela sociedade.

        • Hélio

          Não acho que os argumentos a favor das cotas raciais sejam reduzidos ao segundo parágrafo. Nem sequer tratei de argumentos favoráveis às cotas em si, mas sim da postura de pessoas de grupos entusiastas das cotas raciais.

          Particularmente, nunca vi um único bom argumento em favor das cotas raciais que já não fosse tratado pelas cotas sociais. Mas, repito, o que critiquei no primeiro parágrafo do meu comentário foi o fato de frequentemente haver um enorme ruído no debate público (se é que se pode mesmo chamar o que ocorre de debate), de maneira que acaba se tendo uma discussão de alto valor cognitivo. Só com as condições adequadas pra se analisar argumentos é que podemos ter uma discussão pública de bom nível.

          Como disse no final do comentário, não vejo problema em políticas imediatistas em si. Uma situação emergencial obviamente necessita de uma resposta rápida. E nem mesmo vejo problema em se utilizar o sistema de cotas sociais como paliativo enquanto não se resolve um problema maior, dado o contexto social e educacional do Brasil. No entanto, a demanda por cotas só aumenta (se não me engano, já estamos na casa dos 50% compulsórios de reserva de vagas em universidades federais; isso sem falar no absurdo recente de cotas em concursos públicos que têm como pré-requisito formação no ensino superior), ao mesmo tempo em que um processo paralelo de qualificação do ensino público de base anda a passos curtíssimos e não apresenta nenhuma melhora relevante. Por isso, eu mantenho que pode existir um problema em se utilizar políticas imediatistas quando o problema em causa não tem condição de ser resolvido com medidas de curto prazo. Isso não quer dizer que paliativos não possam ser usados, mas é necessário que se tenha em mente que eles não resolvem problema fundamental algum.

  • Leandro CD Silva

    Eder, parabéns, Um texto com lucidez neste momento de cegueira!

  • Christiane Davi

    Oi Eder, é um belo texto realmente. Parabens!

    Apenas gostaria de acrescentar que além da precariedade do ensino de base, há também altos investimentos no ensino superior. E as universidades publicas dão prioridade por cursos diurnos, o que por si eliminam muitos dos potenciais alunos que teriam mérito, se considerar que a gratuidade da universidade não elimina a necessidade do estudante de se sustentar e trabalhar.

    Universidade publicas poderiam priorizar esses alunos noturnos. Não dificultar seu curriculo com aulas eletivas em diferentes turnos, adotar horários usuais, etc. Vide que existem boas universidades particulares (ate caras) que sao frequentadas por alunos que pagam o estudo com trabalho (inclusive subsidiado por seus empregadores). Claro que é possivel estudar de dia e trabalhar a noite, mas isso restringe as opções e tipos de trabalho (principalmente para mulheres).

    Acho apenas que uma universidade publica para pobres (independente do tipo de pele) deveria ser principalmente noturna (se não exclusivamente).

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  • Neusa Oliveira

    Éder seu texto é impactante, nunca li algo tão precioso. Sou parda, logo sou negra, e tenho horror a essa discussão inútil de tratar o negro como um debiloide, um parasita, que precisa ser tutelado. Como disse uma palestrante na BMA: “O negro nunca foi e não pode ser IMIGRANTE. O negro é elemento matriz brasileira.” Logo ele é tão igual quanto ao branco, o indígena e o amarelo. Se o maldito governo quer proteger o negro também tem que inserir na lei a proteção às demais cores (raças), pois todos são passíveis de racismo. Brilhante texto. Devia, no próximo governo que não será do PT ser alçado a Ministro da Educação.

  • Rafael

    Parabéns pelo texto. Não sabia dessa das bonecas, mas que coisa ridícula.
    Esse “movimento de negros” não deve ser levado a sério, diz que luta contra o racismo e o prega, infelizmente tem aqueles que lhe dão o destaque que não merecem.
    Meritocracia e respeito antes de tudo, esse coitadismo só serve para criar pessoas fracas, complexadas, preconceituosas, e hipócritas, afinal não consegue progredir culpe sua cor, seu sexo e por aí vai, ao invés de se esforçar e superar as adversidades.
    Nossos governantes ao invés de fazerem seu trabalho, preferem incentivar o ódio entre raças e classes sociais para controlá-los.

  • André Martins

    “Ela, primeiramente, tem o papel de desenvolver a pesquisa científica em diversos ramos do conhecimento, para o desenvolvimento de toda uma comunidade.”

    Então cursos de graduação em departamentos sem programas de pós poderiam ter cotas?

    “Para que essa tarefa se realize, é necessário que a universidade recrute para seus quadros pessoas que possuem pré-requisito educacional e intelectual para desenvolver tais pesquisas.”

    Grande parte dos pré-requisitos para uma boa pesquisa são fornecidos na própria universidade ao longo do curso de graduação. Então se a formação do universitário é fraca, podemos culpar apenas as cotas por isso? Ainda mais que muitas pesquisas mostram que o desempenho dos cotistas não costuma ser inferior ao dos não-cotistas.

    “Isso mostra que o Estado não cumpre o seu papel na educação de base, …”

    Sendo a educação de base responsabilidade de estados e municípios, não seria preferível ações de curto (cotas federais) e longo prazo (melhoria da educação básica) a apenas as de longo prazo?

    “… quem deseja ter uma educação de qualidade tem que pagar uma escola particular.”

    Mas isso não bate com suas estatísticas de analfabetismo funcional. Aliás, não seria bom colocar links para as pesquisas que apontam as porcentagens indicadas (70% e 50%)?

    “A questão que deve realmente nortear o debate é, de um lado, o desemprenho das políticas estatais de formação educacional dos cidadãos e, de outro, as ações de grupos do movimento negro que se utilizam da política de cotas como instrumento para alcançar influência dentro do Estado.”

    Você abordou o segundo tema, mas achei falta de uma abordagem sobre o primeiro.

    “Agora se perguntem: o Estado daria dinheiro para esses grupos se suas políticas não interessasse a ele? Claro que não.”

    Creio que seja mais complicado que isso, o Estado financia ONGs que defendem índios e meio-ambiente, ao mesmo tempo que faz vista grossa para as agressões a ambos.

    Eu não conheço a fundo o Movimento Negro, mas não me parece correto generalizar a ideologia e objetivos do movimento ao mesmo tempo que critica as generalizações supostamente praticadas por ele. Pelo menos tais críticas deveriam ser corroboradas por pesquisas que apontassem o comportamento criticado.

    • Ivan

      https://www.facebook.com/notes/o-barruiguinhas/cardamomo-o-que-%C3%A9-e-para-que-serve/411962672203852

      • André Martins

        Não entendi o seu ponto.

  • Marcelo

    Caro Éder, parabéns pelo excelente texto. Imagino que não deve ser fácil cursar história na USP, ser negro e defender as idéias que defende. A tal idéia do “negro de alma branca” me soa especialmente repugnante, já que estabelece, de forma extremamente racista que todo negro nasce com a obrigação de seguir uma pauta coletivista, ou seja, nasce menos livre. Eu entrei no link que você disponibilizou com a defesa de um líder do “movimento de negros” (perfeita terminologia) e li o lixo que fala aquele senhor. Ele chega definir as roupas que um negro pode ou não usar para não ser definido como “de alma branca”!!! Ē asqueroso! O cara coloca a Globo como a fonte maior de racismo no Brasil, com o velhissimo discurso de que negros só ocupam cargos subalternos nas novelas. É uma falácia. Basta ver a novela das 9, na última tinha uma negra neuro-cirurgiã. Mas é claro que ninguém nunca vai ouvir um cidadão desses dizendo que o racismo vem diminuindo, que mais e mais os negros ganham seu merecido espaço na sociedade. Afinal, se isso acontecer, ele perde seu ganha-pão que depende dessa destilaria de ódio racial sem fim.

    Parabéns e foi um prazer ter esse primeiro contato com suas idéias.

    Abraços
    Marcelo

  • Pingback: Cotas Raciais « Enquanto há vida, há esperança!()

  • Hugo Silva

    Éder,

    Na segunda parte do artigo, acredito que vc se prende demais a uma oposição pura e simples às posições do movimento negro (ou de negros). Sobre esta questão, do que o movimento negro (ou parte considerável da esquerda) considera como ética adequada ao negro, recomendo a leitura do livro do Gustavo Alonso, Simonal (uma espécie de biografia do cantor Wilson Simonal). Especialmente o capítulo 3 (“O Preto-que-ri”), que fala sobre tema parecido, inclusive da oposição Ganga Zumba e Zumbi (relativizando-a e buscando superá-la).

    Abraços!

  • Ramses Tasca

    Excelente. Precisava urgentemente ser dito! O agradeço pelas palavras.

    Grande Abraço! Sucesso!

  • Luciano Borges de Santana

    Olá Éder, boa noite. Parabéns pelo excelente texto que você escreveu. Muitas vezes chego a pensar se as cotas não são uma atitude racista, pois elas passam a ideia de que para ter sucesso em algum empreendimento, o negro precisa necessariamente de uma “ajuda”, “força” ou algo que o torne um privilegiado em uma seleção. Só não entendi, porque há uma informação no texto que se encontra sublinhada. Poderia explicar?

  • Antonio

    O autor comenta a respeito do insucesso e fim das cotas em outros países citando, entre outros, os EUA. Comparar realidades diferentes já é arriscado e, no caso americano, a decisão da Suprema Corte que decidiu pelo fim das mesmas, que aliás foi e continua controvertida por lá, foi baseada em publicações, notadamente da Universidade de Harvard, argumentando que as cotas seriam desnecessárias em virtude do processo holístico de admissão (não existe vestibular, os alunos são admitidos por vários critérios, incluindo políticas de diversidade racial da universidade). Ou seja existe um sistema de cotas que é gerenciado por cada universidade americana e que, por razões óbvias, funciona por lá e nunca funcionaria por aqui.

  • Rafaedl

    O grande problema do ensino superior brasileiro não é a entrada, e sim a saída, o mesmo vale para o fundamental. Importante salientar que as as cotas foram uma vitória do movimento negro(ou de negros, como queira) os quais se organizaram politicamente, levantaram a discussão, enfim,não dá para negar a importância desse fato, em uma época que poucas instituições são de fato representativas.

  • Fabio Montarroios

    Eder, seu texto é fraco por inúmeros motivos (já que se coaduna a uma certa ladainha fascista de meia pataca), mas o principal dele é que ao dizer que a escola particular é melhor que a escola pública, tem-se algo extremamente equivocado. Escolas particulares preparam alunos para passarem em vestibulares e ponto (via sistema Objetivo ou Positivo). Escolas particulares (abra um livro didático qualquer de história que os professores usam em sala de aula) não explicam o que foi a escravidão, por exemplo. Sério: não explicam. Tratam-na como um processo superado e quase como algo natural, que tinha que acontecer pra chegarmos onde estamos. Esse é o cidadão que terá o mérito de seguir a carreira científica? Que conseguiu aprovação numa merdica de prova? É esse aluno adestrado como um cachorrinho que vai ser o campeão das ciências? Não, amiguinho. Lamento mesmo, mas já há inúmeros resultados de altíssimo desempenho de alunos cotistas que se viam impossibilitados de ingressar no ensino público, porque não se “esforçaram” tanto quanto a rapaziada que estava voltando da Disney… E você mesmo diz: “A meritocracia social absoluta é impossível, pois há diversos fatores sociais e de nascimento que beneficiam uns e prejudicam outros; porém, possibilitar e incentivar a ascensão social pelo mérito individual é a base da construção de uma sociedade saudável.” Ora, a meritocracia, nesses termos, é simplesmente impossível neste país profundamente desigual. Os alunos negros ou mesmo pobres, mas principalmente os pobres-negros, se conseguirem escapar à matança que os cerceia todo santo dia, dificilmente estarão em pé de igualdade com alunos brancos de escolas públicas com um pouquinho mais de recursos e estabilidade social. Não tem nada a ver essa separação escola pública ruim e escola particular boa. Esse já é o discurso furado no qual vc se embrenha e prepara o ponto de virada: “negros não devem aceitar esmolas”. Não se trata disso, camarada, o problema é mais embaixo. Trata-se de anos e anos de defasagem e aprofundamento da desigualdade (ainda em andamento), algo intransponível, senão pelo atalho da cota que é, sim, reparação e não favor. Cotas, agora, é um direito e não deve ser deixado de lado por orgulho… É um direito que se dá àqueles que tiveram antepassados e parentes ainda vivos estropiados pela ganância dos que podiam dominá-los e ainda dominam. Essa ajuda, que se materializa na forma de cotas para negros, é a mesma que culmina no Bolsa Família, por exemplo. Ou mesmo nas políticas de micro-crédito criadas por diversos governos, até pelo PSDB, veja só, pois os grandes Bancos, sabichão, não emprestam dinheiro para negros-pobres com juros de um 0,5% e tenha certeza que o gerente já desclassifica as pessoas pela aparência delas. Nas agências bancárias que frequento só há negros na faxina ou na segurança… deve ser porque eles mereceram, certo? Sugiro a leitura de Jesse de Souza, rapá. Ele vai abrir teus caminhos. Saravá.

  • emilianenkofedor52 .

    Parabéns pela sua lucidez!

  • ertes

    Eu associo cotista com racista vagabundo. Tipo, precisa de cota aquele que não é capaz de passar de verdade nas provas e está se aproveitando das falhas do sistema.

  • Andre

    Os descendentes do povo indígena quando integrado a sociedade e ao Estado do Brasileiro de Direito.
    Vem sofrendo muito com faltas de politicas publicas que o ajudem, por questões raciais, e perdendo o contato com suas origens.
    Começando pela escola (ao aprenderem a história do caminho das índias, descobrimento do Brasil) na primeira série primaria.
    Com o “apagamento social e cultural” de nossas origens (ancestrais: avôs, bisavôs, e etc).
    Facilita o desmatamento de nossas florestas e a apropriação indevida de terras dos que ainda vivem nas aldeias indígenas.
    Racialmente pelos que morreram lutando ou que forram feitos de escravo no Brasil. Acredito que o tratamento por politicas (EX: cotas) do governo e da sociedade tenham que ser minimo igual, ao dado aos descendentes de qualquer outra raça, em nosso País.
    Com o propósito de ajudar os descendentes diretos e indiretos de indígenas, OU QUE SE DECLARAM, descendentes de indígenas, nascidos em nosso Pais.
    Por lutar contra a covardia que vem sendo feita com nosso povo de origem indígena, e a canalhice do Estado Brasileiro de Direito.
    Com a intenção de como nos EUA (ou é negro ou branco) extinguir a cultura e nossas raízes indígenas (Ex: Rio de Janeiro , o desfile de Carnaval).
    Para o desmatamento da Amazônia e apropriação das terras indígenas.
    O governo, empresários, pessoas racista, que pensam exclusivamente em sua raça, independentemente da extinção da Amazônia, o pulmão de nosso planeta.
    Peço ajuda, informado e convencendo outras pessoas, sobre o que ocorre em nosso País