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Trump, para a alegria do establishment do Kremlin, disse que não garantirá nossos compromissos com a OTAN.

William Kristol, The Weekly Standard
trad. Daniel Lopes

Donald J. Trump é o indicado presidencial do partido Republicano. Mas isso não absolve cada republicano em cargo público, doador de campanha ou ativista da responsabilidade de convencer a si mesmo de que é correto apoiá-lo para a presidência. Para mim, há muitos motivos para suspeitar que tal apoio seja o correto a se fazer. Mas um motivo em particular não tem recebido a devida atenção: o fato de o principal auxiliar da campanha de Trump possivelmente ter muitas e complicadas ligações com o regime de Vladimir Putin.

Republicanos honestos e patriotas que apoiam Trump, ou estão tentados a fazê-lo, deveriam examinar algumas das evidências disponíveis ao público. Os negócios de Trump parecem ser altamente dependentes de investimento russo. O principal assessor de sua campanha, Paul Manafort, também foi assessor do fantoche de Putin Viktor Yanukovich e possui laços profundos com o aparato de Putin.

Um dos conselheiros de segurança nacional de Trump, o tenente-general aposentado Michael Flynn, foi pago para discursar numa cerimônia de propaganda russa e ficou sentado ao lado de Putin. O conselheiro de Trump para assuntos russos, Carter Page, que tem muitos negócios com companhias russas, argumentou, entre outras coisas, que “uns poucos oficiais em Washington” anexaram a Ucrânia, e que a “assim chamada anexação” da Crimeia pela Rússia foi um resposta racional àquela injustiça.

Além disso, praticamente a única mudança que a campanha de Trump fez no programa republicano foi enfraquecer o texto em apoio à Ucrânia. O Wikileaks, que parece ter conexões com o aparato de espionagem de Putin, divulgou emails que são prejudiciais a Hillary Clinton pouco antes da convenção democrata. Trump apoia entusiasticamente essa interferência de um poder estrangeiro em uma eleição americana. Eles aparentemente planejam fazer o mesmo com emails hackeados dos servidores da Fundação Clinton. Por último, Trump, para a alegria do establishment do Kremlin, disse que não garantirá nossos compromissos com a OTAN.

Esses indícios são suficientes para que as ligações de Trump com Putin sejam investigadas com mais fôlego. Políticos atualmente apoiando Trump deveriam retirar seu apoio incondicional “até que”, como diria Trump, “descubramos o que está acontecendo”. Algo que nos ajudaria a descobrir o que está acontecendo é se Trump – e Manafort – divulgassem suas declarações fiscais. É claro que eles ainda não o fizeram. De fato, é impressionante que nenhum dos dois tenha sequer colocado seus negócios atuais em um blind trust. De modo que não sabemos o quão direto e próximo é o relacionamento financeiro de Trump e Manafort com o regime de Putin.

Se Trump e Manafort não agirem para acalmar essas preocupações, divulgando suas declarações fiscais (ou de outras formas), não seria aconselhável que um membro republicano do Congresso lidere uma investigação urgente sobre se Putin está interferindo em uma eleição americana? Trump e Manafort podem ser patinhos de Putin. Os outros republicanos ficarão parados enquanto todo o partido Republicano se transforma no partido de Putin?

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