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Para onde vamos após as mortes em Dallas?

por Amálgama Traduções (08/07/2016)

Os assassinatos em Dallas foram um ataque terrorista e racista.

Maggie Gallagher, National Review
trad. Daniel Lopes

Como se Deus quisesse chamar nossa atenção, vimos nos últimos três dias toda a crise racial e policial recapitulada em três incidentes separados.

Noite passada em Dallas, cinco policiais foram assassinados. Uma manchete da CNN disse, “O tiroteio em Dallas é o ataque mais mortal contra policiais desde o 11 de Setembro.”

Poucos dias antes, em Baton Rouge, um homem armado foi morto pela polícia na calçada de uma loja de conveniências após resistir à prisão. O Washington Post noticiou o ocorrido conforme gravado em um celular desta forma:

O vídeo de celular do incidente começava com um policial parado a alguns metros de Sterling.

Pode-se ouvir um estouro – como o de uma arma imobilizadora.

“Para o chão!”, gritou um oficial.

“Para o chão!”, gritou novamente, o que foi seguido por um segundo estouro.

Sterling, um homem robusto, permaneceu de pé.

Um oficial o jogou no capô de um carro prateado, e daí para o chão.

Enquanto isso, outro oficial colocou seu braço esquerdo por trás das costas e se ajoelhou por cima do braço.

“Ele tem uma arma!”, alguém gritou.

“Arma! Arma!”

Os dois oficiais sacaram suas armas do coldre. Então, os oficiais gritaram algo ininteligível, que pareceu incluir a frase “pegando a arma.”

Qualquer morte decorrente de ação policial deve ser exaustivamente investigada. Mas, ao lançar acusações indiscriminadas, o movimento Black Lives Matter parece estar perigosamente próximo de defender o direito de resistir à prisão. Esse é um princípio inadmissível para qualquer sociedade.

Os policiais estão descobrindo essa realidade. Em Dallas, o chefe de polícia David Brown contundentemente pediu apoio ao público (entre o qual alguns foram pegos pelas câmeras insultando a polícia). “Na maioria das vezes não recebemos muito apoio. Que hoje não seja um desses dias. Por favor, precisamos do apoio de vocês para lhes proteger de homens como esses, que causaram esse trágico, trágico evento.”

Assassinato não é uma tragédia; é um crime abominável. O crime foi um ataque terrorista, porque o perpetrador (cujo nome não citarei) disse que sua motivação era matar policiais, representantes da autoridade governamental. Mirar em policiais é mirar na segurança pública; é mirar em cada um de nós.

Foi um ataque racista, porque o assassino disse que queria matar particularmente policiais brancos, de acordo com a polícia de Dallas. E, de acordo com Brown, o assassino abatido disse especificamente ter sido motivado pelo movimento Black Lives Matter:

O suspeito disse que estava perturbado com o Black Lives Matter. Ele disse que estava perturbado pelas recentes mortes causadas por policiais. O suspeito disse que estava perturbado com gente branca. O suspeito disse que queria matar gente branca, especialmente oficiais brancos. … O suspeito disse que não tinha ligação com qualquer grupo, e declarou que fez isso tudo sozinho.

O ataque de Dallas contra nosso sistema legal ocorreu apenas um dia após policiais de Minnesota atirarem em Philando Castile durante uma parada de rotina por infração de trânsito. Castile era supervisor em uma cafeteria escolar.

“Estamos devastados”, disse ao Washington Post Anna Garnaas, que ensina na escola localizada em St. Paul, Minnesota. “Ele adorava as crianças, e sempre se esforçava para que elas tivessem o que precisassem. Ele sabia seus nomes, sabia do que gostavam, sabia quais tinham alergias. E elas o amavam.”

Esse é o pior pesadelo de uma mãe negra: um filho decente, trabalhador, abatido por policiais durante uma interação de rotina, na frente de sua namorada e da filha dela.

Jeronimo Yanez, o policial que matou Castile, merece o devido processo legal. Não é nem inteligente nem justo que governadores democratas como Mark Dayton, de Minnesota, anunciarem que acreditam que o policial era racista. Tais pronunciamentos irresponsáveis e politicamente motivados de homens poderosos contribuem para aumentar entre os policiais a sensação de que agora se tornaram alvos políticos baratos.

Mas, se os fatos do caso Castile são como estão sendo informados, é difícil de imaginar um exemplo mais profundamente perturbador de por que o Black Lives Matter tem razão em protestar: homens negros, obedientes à lei, têm que temer a polícia que supostamente deveria proteger a eles e a nós.

Não há como escolher facilmente um lado aqui, nem como facilmente seguir adiante. O movimento Black Lives Matter precisa decidir se quer incitar rebelião ou construir um movimento multirracial pró-reforma. Ele precisa decidir se as vantagens de construir um grande movimento de protesto são mais importantes do que escolher mais cuidadosamente as ocorrências contra as quais protestar, e de policiar seus próprios membros e retórica.

Se, após Dallas, o Black Lives Matter não se reajustar, o que ele verá não é um movimento de reforma, mas uma diminuição do policiamento em bairros negros e uma forte reação política. O ódio do assassino e daqueles manifestantes que insultavam a polícia durante a caçada ao atirador provocará ainda mais ódio, em um ciclo vicioso do qual nada de bom sairá para qualquer um de nós.

Independente do caminho que o Black Lives Matter escolherá, pessoas decentes devem seguir adiante com reformas práticas e bem pensadas para minimizar tiros policiais desnecessários. Não porque isso satisfará a esquerda, ou extremistas, ou racistas violentos, mas porque é a coisa certa a se fazer.

Amálgama Traduções

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