Fascismo paulista


por Fernando da Mota Lima – Li na Terra Magazine uma entrevista concedida por Willian (sic) Godoy Navarro. Ele se pronuncia em nome de um nascente movimento de jovens supostamente contrário à migração. Digo supostamente porque o buraco é bem mais embaixo. O sentido real do que diz vai bem além de uma mera – e necessária, acrescento por conta própria – política de migração. O alvo é antes de tudo o migrante pobre nordestino. Em alguns momentos, interpelado pela repórter Ana Cláudia Barros, Willian tergiversa, reluta e até se contradiz. Mas o sentido substancial desse movimento é, sim, fascista.

Sei que este termo, barateado e até corrompido pelo excesso de uso e abuso, não é de entendimento unívoco. Por isso deixo bem claro o que quero dizer quando o emprego. Esse movimento é fascista por ferir os princípios fundamentais da democracia, por afrontar os direitos fundamentos de todos os brasileiros que não integrem o grupo em questão.

Como todo movimento inspirado na tradição do irracionalismo de direita, ele contém uma enxurrada de disparates, contradições e erros que agridem os fatos mais elementares da realidade que pretende criticar e corrigir. Por exemplo: os termos fundamentais envolvidos no movimento e na polêmica, pois o caldo já entornou no chão minado da polêmica, como seria inevitável, não têm nenhuma consistência. O que quer dizer cultura paulista? Ou nordestina? São Paulo se constituiu como uma mescla errática de gente de todas as procedências e culturas. Também o Nordeste, que a estupidez e o preconceito sulista reduzem a estereótipos grosseiros.

Willian Godoy afirma besteiras do tipo: foram os paulistas que fizeram a riqueza de São Paulo. E notem que é um dos moderados confessos do grupo. Imagino o que Fabiana, a extremista desse movimento, não diria. Diz ainda que São Paulo foi sempre um estado rico. Onde esse rapaz estuda, o que leu na vida? São Paulo era um fim de mundo na época em que Pernambuco e a Bahia constituíam o centro da riqueza colonial brasileira, que depois se deslocou para Minas.

Não lembro isso com o propósito de afirmar nenhuma superioridade regional, apenas para alertar a estupidez intolerante para o fato de que a produção de riqueza e desenvolvimento econômico independem de algum suposto caráter racial, regional, nacional ou coisa que o valha. São Paulo é evidentemente a força hegemônica do Brasil. Mas este fato não tem nada a ver com superioridades ou separações intolerantes como essas reivindicadas por esses jovens paulistas. As razões da hegemonia paulista podem ser explicadas em termos históricos e sociológicos que esses intolerantes deveriam ocupar-se em aprender, ao invés de se mobilizarem para organizar movimentos fascistas no Brasil.

Grande parte dos horrores do século 20, de resto um século de horrores, derivou de ideologias intolerantes, de movimentos que afrontaram e por pouco não destruíram as bases da civilização penosa e lentamente construídas sobre valores de tolerância e esclarecimento humanista. O racismo e outras formas de intolerância não são estranhos à nossa formação histórica. Como conceber a inexistência de racismo num país que desgraçadamente foi o último a abolir a escravidão, num país que ainda hoje retém em situações sociais rotineiras os vincos iníquos dessa herança maldita: o colonialismo e o escravismo? Mas como negar que felizmente nunca vivemos, em meio a nossos horrores irrefutáveis, os extremos do racismo e da intolerância política e religiosa observáveis na história de outros povos?

A julgar pelo açoite do feixe de varas brandido por esses belicosos e intolerantes paulistas, está a caminho um movimento empenhado em fechar fronteiras dentro do Brasil, em instituir um apartheid tropical. Como reconduzir cada brasileiro à sua região de origem? O presidente Lula, por exemplo, deve voltar para sua terrinha pernambucana? Chico César deve ser recambiado para Catolé do Rocha? Os japoneses e italianos devem ser expulsos de volta a seus países de origem? Se houvesse um pingo de coerência ideológica nesse movimento nefasto, aposto como nenhum dos 600 signatários do manifesto teria o direito de continuar vivendo em São Paulo, usufruindo a riqueza e a insanidade paradisíaca dos puros. A solução, portanto, é destruir São Paulo, pois nem o moderado Willian Godoy é portador dos traços de dignidade e pureza necessários à sobrevivência dessa cultura paulista ideal.

Amálgama




Fernando da Mota Lima

Foi professor de sociologia na Universidade Federal de Pernambuco.


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MAIS RECENTES


  • Raphael Douglas

    E a discussão inciada com o meu “Alteridade, indução, Orkut e xenofobia” continua. Bela reação em forma de texto, Fernando.

    • Fernando da Mota Lima

      Raphael:
      Desculpe o registro tardio, pois o fato é que seu breve comentário me passou despercebido. Seu registro é correto e oportuno, sem contar o fato de que seu artigo está bem mais comentado. Sugiro ao leitor desatento, como eu, que confira. Um abraço,
      Fernando.

  • André Egg

    Eu tributo esse tipo de movimento à agonia estrebuchante de uma decadência.

    Quando o estado era a parte mais dinâmica do Brasil, estava aberto a recém-chegados de todo lugar. Oportunidades que fizeram a riqueza industrial e urbana de São Paulo.

    Agora que a economia local está decadente, há que se procurar reservar o pouco que resta.

  • rayssa gon

    justamente hj eu presenciei esse fascismo de boutique pq fui comprar entrada pro show do rammstein.

    sim, uma banda alemã e pensa que o clima tava propicio pras pessoas externalizarem suas gonorreias mentais.

    fiz um post sobre isso. que esta ruim, por sinal. bem no estilo. “vou xingar muito no twitter”.

    mas, enfim. quando vi o post pensei no quanto isso ainda esta presente.

    beijo *curtinho o amalgama cada vez mais*.

  • Pingback: Blog Arlesophia()

  • Francisco Boni Neto

    Se um futuro aguarda a humanidade , daqui a 100 anos todos os signatários dessa campanha fascista não vão ser ouvidos por jornalistas, mas por médicos psiquiatras, de dentro de um hospital psiquiátrico. Isso não é apenas uma divergência de interpretações subjetivas. Isso não é apenas o resultado do processamento de fatos históricos conturbados (que se aprendem na quarta série do ensino fundamental). Não é uma questão intelectual. O comportamento deles é a completamente doentio, fruto de um bias cognitivo, uma personalidade esquizopático paranóica. A maioria dos comportamentos extremistas de direita ou esquerda apresentam esse diagnóstico.

    O fascismo retorna como onda, intercalados entre grandes períodos de transformação social e se traduz como fruto da dissonância cognitiva.

  • Paulista Real

    É brincadeira de sua parte você dizer algo assim. Você sequer leu o manifesto e muito menos entendeu o que está sendo reivindicado. Isso começou apenas porque meia dúzia de nordestinos resolveram que se deve aprender nas escolas de São Paulo a cultura deles como se fosse uma matéria. A História é do Brasil, e se quiser, de São Paulo em SP. Se quer ensinar história do nordeste, que ensinem nas escolas de lá. O movimento reinvidica que isso não aconteça e mais, reinvidica que os outros estados brasileiros mau-agradecidos reconheçam que temos direito de ter nossa própria cultura e costumes como os outros estados tem e de que não abrem mão. Esse papo furado de composto de várias raças etc, é a desculpa dos sem-argumento que querem manter os benefícios do trabalho dos paulistas para os outros que não trabalham. Nazismo amigo, é o que você está fazendo na sua matéria ao apontar o dedo a quem apenas expressa sua opinião e não faz nada de errado, tudo dentro da lei, sem agressão e sem ofensas. Jamais fui a favor de separatismo, mas a julgar pela opinião dos brasileiros FACISTAS contra os paulistas (que da mesma forma que GETÚLIO VARGAS inventou que São Paulo queria se separar para ganhar a ajuda de outros Estados inclusive NORDESTINOS contra São Paulo) quando os mesmo se revoltam e não aceitam imposíções de um país quebrado que só faz bonito no exterior porque um estado representa 40% da economia. Cresçam e apareçam jagunços!

    • rayssa gon

      só pra dizer: achei muita babaquice esse projeto de lei. “culturas nordestinas” deveria ser uma matéria optativa dentro de uma grande curricular solida.

      não temos nem o basico, que dirá o acessorio.

      mas, tirando isso, todo esse movimento é ridiculo. é a velha “superioridade paulista” repaginada.
      é tão absurda que eu sempre fico pensando se não se trata de troll. sempre. :S

      • Fernando da Mota Lima

        Rayssa:
        Você chama nossa atenção para um problema muito importante, infelizmente omitido no meu artigo. Como minha intenção era apenas denunciar o caráter fascista desse movimento, deixei à margem esta e muitas outras questões importantes envolvidas no debate. Concordo com você. Além de faltar o básico a nosso sistema educacional tão deficiente, a proposição dessa disciplina implica uma questão que me parece muito mais grave. Ela serve apenas para promover a separação de identidades culturais que são tomadas como conflitantes ou inconciliáveis. Na prática, isso significa apenas jogar mais lenha na fornalha dos conflitos culturais, nas tensões e ressentimentos entre nordestinos e paulistas, antes de tudo. Somos todos brasileiros. Lembrando Sócrates e Montaigne, meus filósofos favoritos, somos cidadãos do mundo. Sei que isso é utópico, mas acredito na importância dessa utopia num mundo cujas fronteiras foram drasticamente encolhidas pela globalização, Internet etc. Muito grato pela observação oportuna.
        Fernando.

        • rayssa gon

          entçao, fernando.

          assim, eu acho que o ensino de cultura nordestina realmente não cabe atualmente na nossa “grade”. simplesmente pq nosso ensino não tem estrutura.

          por outro lado, não acho um problema a existencia de “identidades culturais”. falar que elas não existem, ou que somos “todos brasileiros”, é tentar fingir que essas tensões e ressentimentos tbm não existem. e a gente vê que existe! tá claro!

          o caminho, pra mim, é realmente reconhecer e abarcar as diferenças. entende? 😀

        • Fernando da Mota Lima

          Rayssa:
          Gostaria de esclarecer que não nego a existência das identidades culturais, pelo menos como problema sócio-psicológico real. Também não afirmei que somos todos brasileiros com essa intenção de negar esse fato. Há evidentemente diferenças culturais sensíveis, em alguns casos extrema, num país tão grande e complexo como o Brasil. O que acentuo, em lugar da diferença tratada como conflituosa, o que em muitos casos é verdadeiro, são os elementos comuns que compartilhamos. Se não pensarmos numa educação política orientada por esse princípio geral, estaremos apenas, como antes frisei, jogando mais lenha na fogueira das nossas tensões culturais. Temos uma enormidade de coisas para mudar e melhorar no Brasil. Antes de tudo os extremos da miséria social e a privação de cidadania efetiva.
          Fernando.

  • Francisco Boni Neto

    Paulista Real, que tipo de força sobrenatural invisível faz com que (segundo você) “São Paulo perca o o direito de ter sua própria cultura”? Algum monstro invisível? Para se valorizar uma cultura, é preciso desvalorizar outra? São Paulo é feito por diversas culturas, não existe UMA cultura de São Paulo. Quem não trabalha em São Paulo? Favor apontar dados estatísticos confiáveis sobre como um grupo étnico ou cultural é ‘vagabundo’.

    Falar que vocês expressam uma opnião e não são fascistas é a mesma coisa que considerar a liberdade de expressão de quem está internado num hospital psiquiátrico. Vocês são doentes paranóicos que querem se fazer de coitados, enquanto tentar separar o Brasil em raças ‘mais valiosas’ e ‘mais vagabundas’.

    Não existe nenhum fator genético populacional que faz de alguns habitantes ‘originais inexistentes’ de São Paulo melhores do que qualquer outro brasileiro. O que faz São Paulo ter, exatamente, um desempenho socio-econômico melhor que outras regiões são fatores culturais. E fatores culturais são fatores plásticos, que podem mudar com educação, pois fatores culturais são mantidos por estímulos AMBIENTAIS (e não genéticos).

    Isso é ciência. O resto é vagabundagem fascista, é eugenia, é pseudociência.

  • Dirceu Tavares

    Senhor Fernando Mota Lima ao ler seu belo e inteligente texto, intuí que o senhor acredita que alguém torna-se racista pela falta de educação e informação.

    Creio que em parte a educação é um meio que pode desmobilizar o racismo, mas desde que seja percebida como demovendo a baixa estima social. E não educação como um monte de frases monológicas a favor das igualdades cidadãs.

    Creio que os preconceitos e as formas de exclusão à priori existem em todo ser humano. E em todas as sociedades.

    Elas aumentam quando grupos de baixo status social percebem a ascensão de outros estamentos também de baixo status.

    O branco pobre que observa diversos negros pobres ascenderem a um status superior, busca aliar aos seus preconceitos os argumentos pseudo racionais para deter esta mobilidade social.

    Os rapazes e moças do movimento racista paulistano devem estar com baixa auto-estima por que o capitalismo de São Paulo estaria impondo desafios difíceis para as camadas sociais inferiores. Expressar-se bem na gramática portuguesa, usar novos meios informáticos e absorver valores instáveis da economia flexível e das “Ns identidades” pós-modernas.

    Gostaria de saber por que os jovens paulistanos têm baixa-estima em ascender socialmente. Na baixa estima social é que reside o perigo do racismo. Eu creio.

  • Fernando da Mota Lima

    Meu caro Dirceu:
    Confesso que não entendi o tratamento tão formal, mas passemos ao principal. Gostaria que você me indicasse onde afirmo que o racismo decorre da falta de educação e informação. Tudo que fiz foi demonstrar que Willian, como seus companheiros fascistas, não conhece fatos comezinhos da história do Brasil e da história da cultura. A dedução é sua, não minha. Não acredito que a educação e a informação sejam suficientes para isentarem ninguém do racismo e da intolerância. Há muito superei esse humanismo ingênuo, Dirceu. Pensei que você sabia disso, já que tanto conversamos sobre esses assuntos. Mas esclareço que superei meu humanismo ingênuo estudando, aprendendo, por exemplo, algo da história do nazismo. A Alemanha, você sabe, tem uma das mais extraordinárias tradições intelectuais e artísticas do mundo. No entanto, isso não impediu o nazismo etc etc etc…Não me leia no que não sou nem escrevi, Dirceu. Grato pelo comentário. Ah, não tive a pretensão de analisar sociológica ou psicologicamente a intolerância dessa turma. Meu artigo, meras 700 palavras, visa apenas denunciar o caráter fascista desse movimento. Se tivesse a intenção de analisar o fenômeno, com certeza consideraria o problema que você propõe.
    Fernando

    • Daniel Pereira

      Caro Fernando: Gostaria de parabenizar vc pelo extraordinário artigo escrito sobre esse tal movimento São Paulo para os paulistas. Quanto a saudável discussão, entre vc e o caro Dirceu, sobre as nascimento das idéias rascistas e fascistas nas pessoas, acredito eu que essa se dá principalmente pela distorção e manipulação das informações e da formação educacional dos seres aliados tb a questão de baixo estima social como diz Dirceu no seu post. No caso desses jovens outro fator é digno de alguma reflexão, acredito eu, é que a elite paulistana, assim como toda elite brasileira, sentou e ainda senta em cima de privilégios feudais e hamurábicos e acredita veementemente que esses privilégios lhes são justos por questão de origem e nascença, a todo o momento os jovens citam os quotrocentões bandeirantes para justificar certo direito a terra, o berço explêndido. Diante da decadência econômica de certa parte da elite paulistana aliada as ações afitmativas em expansão durante o governo Lula, o abismo social se diminui gerando na elite certa crise de identidade devido ao abalo em suposta superioridade dessa classe social perante a classe trabalhadora. Os jovens desse movimento sequer possuem “refinamento intelectual” o suficiente para empunhar a bandeira do fascismo, o que noto nesse movimento é meramente revanchismo simples sem a menor apuração das idéias por parte de seus membros. Eles mesmos não souberam dizer do que se trata a tal CULTURA PAULISTA e os tais valores morais paulistas apenas repudiam as manifestações nordestinas as quais não lhe agradam.( Os migrantes precisam serem mais discretos. Afirmam.) Repudiam o forró e desdenham da importância de ícones como Luiz Gonzaga porém ao mesmo tempo elevam apenas suposta grandiosidade de paulistas ligados e movimentos beligerantes dando ares de guerra a questão e não de valores culturais. Quanto a superioridade cultural paulistana pergunto eu : Quem possui um exercício estético mais refinado? Supla e Mamonas Assassinas? ou Hermeto Paschoal, Caetano Veloso e Nação Zumbi? Vatapá, Moqueca e Acarajé? ou Lazanha?.Será que todos esses jovens apreciam a verdadeira viola caipira paulista? ou será que seus civilizados e urbanos i pods são recheados com Bono e Byonce?

  • Otávio

    “Como todo movimento inspirado na tradição do irracionalismo de direita, ele contém uma enxurrada de disparates, contradições e erros que agridem os fatos mais elementares da realidade que pretende criticar e corrigir.”

    Só pra lembrar que irracionalismos não fazem distinção entre esquerda e direita, e. g., o Holodomor.

    Não conhecendo o movimento, prefiro não discutir muito o texto, mas talvez uma retificação seja necessária: o Brasil não foi o último país do mundo a abolir a escravidão. Do mundo ocidental, ok, pode ser, mas não o último do mundo.

    • Fernando da Mota Lima

      Caro Otávio:
      Grato pelo comentário e correções. Esclareço, porém, que quando aludi ao Brasil como o último país do mundo a abolir a escravidão considerei-a, a escravidão, como um sistema internacional de comércio, como uma instituição abominável regendo o cerne da nossa vida coletiva. Nesse sentido acho que não preciso me corrigir, embora não seja historiador, muito menos da escravidão.
      Quanto aos irracionalismos de esquerda e direita… bem, aí a coisa é muito mais complicada. Por isso fico num breve registro. Antes de tudo, concordo com o fato de que há irracionalismo à esquerda e a direita. Se omiti o primeiro não foi com a intenção de poupá-lo, muito menos inocentá-lo. Numa história, a humana, que já produziu tantas figuras abomináveis, talvez Hitler e Stalin sejam as maiores, pelo menos na magnitude da catástrofe histórica que lideraram. Mas há distinções que precisaríamos fazer entre os horrores do nazismo e os do stalinismo. Por isso passei ao largo da questão omitindo os males do irracionalismo de esquerda. Queria apenas lembrar a você e a quem acaso lê esses comentários que meu artigo tem apenas 700 palavras e foi escrito com a intenção polêmica de denunciar um movimento nitidamente irracionalista de direita. Aludo no desenvolvimento do artigo a questões que visam reforçar ou esclarecer o cerne do meu argumento, mas você há de convir que não tenho como melhor considerá-las num artigo dessa natureza. Se assim procedesse, teria que escrever não o artigo contra os fascistas paulistas, mas pelo menos uma dezena de outros relativos a essas questões marginais.
      Fernando.

      • Otávio

        Fernando,
        ficou minha opinião. Também não sou historiador, então deixemos a questão da escravidão assim mesmo. Se alguém com mais informações passar por aqui e quiser, pode tirar a dúvida.

        Por outro lado, quanto à omissão das esquerdas, senti que houve uma necessidade de espinafrar que transcende a questão, e a retomo: o irracionalismo não conhece esquerda ou direita; em outras palavras, o termo direita aí é absolutamente desnecessário, foi colocado apenas pra reforçar uma ideologia.

        Aí, brinco de Dawkins (eu disse, Daniel, que a leitura traria frutos) e pergunto: é mais importante discutir o irracionalismo ou a ideologia de quem está de um lado ou do outro? Eu, antes de mais nada, não me identifico com os irracionais.

        • Daniel

          Otávio,

          Não acho que o irracionalismo exista por si. É preciso identificar os fanatismos da direita (que los hay) e os fanatismos da esquerda (que los hay). O do São Paulo Para os Paulistas, como o Fernando identificou no texto, é de direita. E como explicar o irracionalismo e as barbaridades de um Pol Pot se deixarmos fora da análise a ideologia da qual derivaram?

        • Fernando da Mota Lima

          Caro Otávio:
          Começo ou recomeço assinalando que é um prazer dialogar com uma pessoa que se conduz como você. Começando pelo fim do seu último comentário, friso que adoto o mesmo ponto de vista, isto é, não me identifco com os irracionais. mas pego carona no comentário de Daniel também concordando com ele que o irracionalismo não existe em si. É claro que ele se manifesta à direita e à esquerda. Generalizando ainda mais, ele é constitutivo da nossa condição. É por isso que acredito que a civilização, aqui compreendida apenas no sentido de controle da nossa irracionalidade destrutiva (entre parênteses: acho que é isso o que Freud entende por civilizaçao, quando diz que ela é repressão) é uma conquista árdua, vulnerável e sempre exposta a regressões irracionais. Não se esqueça de que as atrocidades cometidas pelo irracionalismo de esquerda foram praticadas em nome dos mais altos ideais humanos. Basta você pensar um pouco no ideário da Rev. Francesa (Igualdade, Liberdade, Fraternidade…) e atravessar a história até o marxismo que prometia abolir as classes sociais instituindo no futuro o mundo da humanidade reconciliada. É nesse sentido, por exemplo, que os resultados práticos e irracionalistas das ideologias de esquerda é bem distinto do que pregam as ideologias de direita, que já de partida, já na enunciação discursiva, ou no seu ideário, pregam abertamente a desigualdade, a intolerância, a força e a opressão etc. O irônico ou terrível em tudo isso é que em termos práticos nazismo e stalisnimo, para exemplificar, acabam produzindo horrores semelhantes. Pena que essa discussão não possa estender-se. Muito grato a você e a Daniel pelas observações tão lúcidas.
          Fernando.

      • Rodrigo Vasconcelos

        Prezado Fernando,

        não vou comentar suas críticas ao fascismo paulista, com as quais estou plenamente de acordo. Pretendo discutir o trecho da sua resposta ao Otávio em que você diz que “as ideologias de direita, já de partida, já na enunciação discursiva, ou no seu ideário, pregam abertamente a desigualdade, a intolerância, a força e a opressão”.

        Você pinta um retrato monocromático da direita. Um retrato que não inclui, para dizer o mínimo, as vertentes liberais da direita, às quais são caros os temas da liberdade, da tolerância, dos controles contramajoritários para evitar que maiorias se degenerem em forças opressivas etc.

        Também não considera que a direita defende uma ideia distinta de igualdade, mais ligada à noção de igualdade de oportunidades, enquanto a esquerda trabalha com um conceito mais substancial. Para a direita, a desigualdade não é um problema em si, se resultante de diferenças de capacidade, de escolhas individuais ou de pura sorte. Ela é um problema se resultante de privilégios de nascimento, não só em razão do sangue, mas também da riqueza, tanto que parte da direita liberal, a ala mais moderada (majoritária, eu diria), defende que se garanta a todos o acesso à educação básica.

        Para me valer de uma metáfora que aprecio bastante, a da corrida, a direita liberal defende que todos partam o mais próximo possível do mesmo ponto (que partam exatamente do mesmo ponto é um ideal do qual devemos sempre procurar nos aproximar). Se partirem todos do mesmo ponto, os resultados discrepantes revelerão diferenças de capacidade, ou de escolhas individuais ou de sorte. Numa corrida assim, não importa o quanto alguém chegue à frente, terá chegado pelo próprio mérito (capacidade e escolhas individuais) ou por sorte. O fundamental é que o desempenho de um atleta numa corrida não impeça que seu descendente tenha um desempenho melhor na próxima corrida.

        Já a esquerda vê na desigualdade em si um problema, não importa quais as origens dela, se resultante de privilégios ilegítimos ou de mérito ou de sorte ou de um misto dos três. A esquerda desconfia do discurso meritocrático da direita, no qual enxerga uma intenção velada de validar resultados injustos. Para a esquerda, não basta que todos partam do mesmo ponto de partida, é preciso mais que isso: acelerar os retardatários e retardar os corredores mais bem posicionados.

        A direita acredita que, ao fazer com que todos partam do mesmo ponto, estimulará a competição e criará um incentivo para que todos os competidores corram mais rapidamente: ninguém se sentirá partindo tão atrás que não acredite ter chances de vencer, nem tâo à frente que já sinta ter ganhado, antes de correr. Com isso, aumenta-se a velocidade média de todos os corredores, ainda que uns continuem chegando bem à frente de outros.

        Já a esquerda pretende aumentar a velocidade média dos mais atrás e diminuir a dos mais à frente, para que alcancem juntos a chegada. O importante é que todos se aproximem o mais possível da velocidade média, que deverá refletir o mais fielmente a velocidade de cada competidor individualmente.

        Eu não acredito que haja diferenças substanciais entre as duas. Se considerarmos que a maioria das pessoas tem capacidades individuais mais ou menos semelhantes, num contexto em que houvesse maior igualdade de oportunidades, o desempenho de cada corredor individualmente tenderia a se aproximar bastante do desempenho médio.

        Tanto que nos países em que o acesso à educação de qualidade é universal, a maioria da população pertence às classes médias. Muito pobres e muito ricos são minoria. Pouco importa que o país conte ou não com um welfare state robusto: a qualidade de vida nos Estados Unidos, que valorizam a competição e o mérito individual, não está tão distante da qualidade de vida em países com um Estado de Bem-Estar mais abrangente, como fazem parecer alguns. Basta consultar dados da própria ONU.

        Eu estou mais à direita do espectro e não me identifico com nenhuma das ideias que você associou a essa banda do espectro. Enfim, lamento que às vezes se retrate a direita como se nela não houvesse pluralidade interna.

        • Fernando da Mota Lima

          Caro Rodrigo:
          Ora, viva! Tinha já deposto as armas do debate, como deixei claro na minha última resposta a Otávio. Mas eis que você me aparece com um comentário que bem oderia ser postado como um artigo. Mais importante: um comentário muito lúcido, inteligente e bem escrito. Não posso discutir satisfatoriamente todas as implicações que identifico no seu comentário, pois precisaria escrever um outro artigo. Esclareço apenas que li você com um sorriso irônico. Se eu fosse mais pretensioso, diria que imitei o sorriso irônico de Voltaire, um dos meus heróis liberais. Por que irônico? Ora, porque, se você é direita no que postula no seu comentário, então eu sou também. Concordo que precisaria matizar o conceito de direita, coisa que nem fiz no artigo nem mesmo no meu debate com Otávio. Você é inteligente o bastante para saber que conceitos como esquerda e direita são um balaio de gatos. É por isso que afirmo: se não definimos com clareza os conceitos que usamos num debate, chegamos a lugar nenhum. Foi o que acabou ocorrendo entre mim e Otávio. Se os conceitos de direita e esquerda foram sempre ambíguos, pense na própria origem deles, que remonta à Rev. Francesa no auge das lutas ideológicas que provocou, hoje estão praticamente pulverizados depois das mudanças que dissolveram no ar, para evocar a célebre metáfora que Marx usa para designar a modernidade capitalista, todos os projetos utópicos da esquerda que resultaram em totalitalismo e por fim, felizmente, completo colapso. Resta Cuba como uma caricatura sul-americana do comunismo. Infelizmente, já escrevi em algum lugar, até gente que profundamente admiro, como Antonio Candido e Chico Buarque, continua silenciando sobre a ditadura cubana.
          Voltando à ambiguidade dos conceitos ideológicos, considero-me um liberal de esquerda. Nunca me identifico como agora o faço por achar perda de tempo o uso desses conceitos diante do que existe no Brasil em nome do liberalismo de qualquer matiz. Mas volto a lembrar que concordo substancialmente com você quando você ressalta os valores da tolerância, de uma política que visa a igualdade sem suprimir a liberdade. Ora,você sabe que esta é uma das fontes da utopia de esquerda que acaba em totalitarismo: a ilusão de abolir todas as desigualdades de classe. Do mesmo modo que simplifiquei o conceito de direita, e você com razão protestou, também você simplificou o conceito de esquerda. Socialistas como Herzen, considerado o pai do socialismo russo, sempre defenderam a preservação dos direitos fundamentais do indivíduo. A discussão, você nota, é complicada e exigiria argumentação muito mais ampla e matizada. Por isso resumo tudo dizendo que, sinceramente, se ser de direita é ser o que você postula, não vejo problema em me considerar também de direita. Foi um prazer sincero ler seu comentário e discutir um pouco com você.
          Fernando

          • Rodrigo Vasconcelos

            Prezado Fernando,

            sim, eu realmente simplifiquei o conceito de esquerda. Felizmente, a maior parte das esquerdas (melhor colocar o termo no plural) nas democracias contemporâneas têm compromisso com o respeito aos direitos fundamentais e liberdades individuais, assim como a maior parte das direitas também admite a importância de universalizar o acesso a bens materiais e imateriais básicos. Uns e outros caminharam em direção ao centro, no mundo todo. Pena que nos períodos próximos às eleições, os matizes se apaguem e cedam espaço às polarizações vulgares. É um efeito danoso da espetacularização da política, que transforma o debate num ringue de boxe: sobram argumentos ad hominem e faltam réplicas consistentes aos interlocutores.

            Foi igualmente um prazer discutir com você. Até à próxima.

            Abraço,
            Rodrigo.

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  • Maurício Lourenço

    Sou pernambucano, moro no sudeste (sp) desde 1990. Se pego um “cabra” desse na rua bato nele com “bainha” de facão e boto esse imbecil numa escola do Zé Pedágio!!!

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  • rafael

    Ao meu ver tal movimento retrata à perfeição e com maestria o apagão educacional brasileiro; vê se pela fala do “Paulista Real” seu desconhecimento de história do Brasil a qual é indissociável da história do Nordeste, o qual foi durante séculos motor de nossa economia e cultura, vê-se a falta de cultura em todas as manifestações desse “movimento”, alias sua própria existência demontra a incapcidade de seu membros em conhecer as estruturas do poder e suas ramificações, os fatos históricos nacionais e suas implicações no Brasil de hoje e, por fim, a dinâmica da economia, reduzindo ao preconceito imbecil anos e anos de ciências sociais. Em suma, falta estudo a esse povo, estudo de verdade, não diplomas gratuitos ou pagos em suaves prestações.

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  • Sica

    Os movimentos xenofobos geralmente sao resultado da dificuldade de seus membros e simpatizantes em reconhecerem seus proprios erros e/ou limitacoes. Quando as coisas nao vao bem e as frustracoes se acumulam, o mais facil e’ culpar o outro.

    A recente lei de imigracao aprovada pelo estado do Arizona e’ reflexo justamente desse fenomeno. Os imigrantes mexicanos ilegais sao extremamente numerosos no estado, mas estao la’ exatamente pela mesma razao que tem levado nordestinos a se transferir para Sao Paulo: oferta e demanda de mao-de-obra. Quando a crise financeiro-economica estourou nos EUA e produziu centenas de milhares de desempregados, foi criado o ambiente propicio para a proliferacao do virus da xenofobia. O desemprego e o aumento do indice de criminalidade nos EUA e’ responsabilidade dos proprios americanos, e principalmente dos republicanos, ironicamente, alias, justamente aqueles que mais apoiam uma legislacao severa em relacao aos imigrantes ilegais. No entanto, e’ mais facil culpar os mexicanos do que a lamentavel conducao da economia americana durante os anos Bush.

    No caso desse movimento paulista, a frustracao parece nao ter grande correlacao com disputa por oportunidades de trabalho, mas sim com a falta de capacidade dos paulistanos de melhorar a qualidade de vida na cidade, e do fracasso das politicas publicas nas areas da habitacao, saude, saneamento, transporte, educacao, e seguranca. Temos administrado mal a cidade por decadas, mas para muitos e’ mais facil culpar os nordestinos pela degradacao da condicoes de vida na cidade de Sao Paulo.

    Especificamente em relacao ‘a proposta de incremento do ensino da cultura nordestina no estado, sou contra. Por que favorecer esse grupo? Sou a favor de um incremento da cultura em geral. Alias, nada e’ mais importante para o pais no momento do que um salto na qualidade educacional em todo o pais. O baixo nivel educacional do brasileiro medio e’ o maior gargalo ao desenvolvimento do pais no medio e longo prazos.
    Entender a contribuicao dos nordestinos ‘a cidade e’ sim importante para que a pessoa se cidadã, e portanto deve ser transmitida na escola. O que nao concordo e’ com o favorecimento do ensino da cultura nordestina. Seria legitimo, assim, querermos incrementar o estudo da cultura italiana, por exemplo. A historia da cidade e do estado deve e e’ ensinada nas escolas. A proposta de incremento do ensino da cultura nordestina, no entanto, parece apenas mais uma inconsequente ideia de politicos que objetivam apenas angariar popularidade, nesse caso junto ao eleitorado de origem nordestina em Sao Paulo.

    ps. Desculpem a falta de acentos

    ps2. ps. Acho q os tucanos devem apoiar o separatismo de São Paulo. Só assim o Serra vira presidente de um país.

    • Fernando da Mota Lima

      Caro Sica:
      Muito grato pelo comentário que em muitos pontos esclarece as fontes e motivações desses movimentos de intolerância contra o migrante pobre. Quando à instituição de uma disciplina votada à cultura nordestina, já disse acima o que penso quando comentei o comentário de Rayssa. Esse é o tipo de comentário que enriquece e melhor esclarece o artigo que discute.
      Fernando.

  • Otávio

    Daniel, Fernando,

    Desculpem, mas mesmo que concordasse com os dois, discutir esquerda e direita quando o assunto em questão é o irracional é perder o foco. Todo tipo de crime pode ser justificado com as melhores intenções, portanto, nay, o ideal não resolve nada. Dawkins brinca com isso citando o exemplo da liberdade religiosa e o Apartheid e você mesmo, Fernando, acabou de citar exemplos claros que ocorreram em nossa história. Então, não: se a questão é o irracional, não há justificativa que caiba.

    Na revolução francesa muita gente morreu porque fazia parte de um grupo. Que há de racional nisso, ou de boa intenção? Qual era a humanidade reconciliada do marxismo que fez com que diversos cientistas importantes – e, mais ainda, corretos em seus pensamentos científicos – fossem exilados ou presos porque suas idéias científicas não se encaixavam à ótica de Lênin? Onde estão as melhores das intenções nesses casos? Esquerda e direita são invenções humanas, antes de tudo; e o ser humano comete erros. Querer justificar erros de movimentos irracionais com as melhores intenções? Inaceitável. Ao menos enquanto não entenderem, por exemplo, que uma guerra como a do Iraque não pode ser justificada. Eu acho que ela pode tanto quanto qualquer ocupação forçada que a U.R.S.S. tenha realizado. Mas, claro, melhor reclamar dos outros idólogos, cuja intenção não é das melhores.

    Ou seja, voltando ao começo: o irracional, por definição, dispensa ideologias. Pode nascer de uma, mas esta pode ser qualquer. Não é a ideologia que deve ser combatida, mas a ação irracional.

    • Otávio

      idólogos = ideólogos! Escrevi errado!

    • Fernando da Mota Lima

      Otávio:
      Esse nosso debate é extraordinário, mas acho que precisaríamos criar um blog exclusivamente para levá-lo até os limites que se expandem a cada argumento. Você se engana se supõe que em algum sentido justifico o irracionalismo de esquerda ou me valho das intenções e ideais programáticos para justificar as catástrofes que causou. Acho que isso está bem claro no meu comentário precedente. A distinção que propus é outra. A Rev. Francesa mergulhou a França no terror, guilhotinando muitos dos próprios líderes da revolução e convertendo um movimento de caráter universalista em nacionalismo bélico. Mas não podemos esquecer que dela recebemos os direitos humanos, a democracia representativa, a igualdade universal perante a lei, os direitos de expressão do indivíduo etc. Isso se fez, friso, através de um processo histórico em muitos momentos terrível. Mas somos herdeiros, brasileiros nem tanto ainda, dessas grandes conquistas. O que o nazismo deixou para a Alemanha e a humanidade? Não preciso argumentar.
      A Rev. Russa teve efeitos devastadores muito piores do que os da Francesa. Mas ela de certo modo salvou a civilização ocidental e a democracia das garras do nazismo. Lembre de que A Inglaterra lutava heróica e quase solitária contra o poderio militar de Hitler quando este decidiu romper o pacto com a Rússia e invadi-la. Esta foi uma decisão providencial para a Inglaterra e o Ocidente em geral. Devemos isso ao comunismo russo, Otávio. A história, você vê, é complicada demais.
      Como você, já disse, sou contra qualque ideologia irracionalista. Mas o que você propõe é absurdo. Você é contra o irracionalismo enquanto tal. Ora, o irracional é constitutivo da nossa condição, como já ressaltei. Você não tem sentimentos, paixões? Você faz arte apenas baseado em processos racionais? Pelo contrário, arte é antes de tudo expressão emotiva. Sexo não tem nada a ver com razão. Por isso disse que a razão é uma conquista árdua, vulnerável e sempre exposta a regressões irracionais. Agora vou parar antes que Daniel com razão nos expulse do blog. Um abraço,
      Fernando

      • Otávio

        Fernando,
        “A Rev. Russa teve efeitos devastadores muito piores do que os da Francesa. Mas ela de certo modo salvou a civilização ocidental e a democracia das garras do nazismo. Lembre de que A Inglaterra lutava heróica e quase solitária contra o poderio militar de Hitler quando este decidiu romper o pacto com a Rússia e invadi-la. Esta foi uma decisão providencial para a Inglaterra e o Ocidente em geral. Devemos isso ao comunismo russo, Otávio. A história, você vê, é complicada demais.”

        De novo, discutindo a boa motivação e o que de bom foi deixado? Pois que como você mesmo disse, foi preciso que a Alemanha rompesse o pacto com a Rússia antes que os dois países entrasseem em guerra. Podemos atribuir então o genocídio como herança também dos russos, que compactuaram com os alemães? Aliás Hitler subiu ao poder, até onde eu saiba, liderando um movimento pretensamente socialista e, também, cheio de boas intenções para o alemão não judeu, ou não? Essa herança também existe na China de Pol Pot, e nas diversas ditaduras que temos espalhadas por aí, impedindo pessoas de fazer escolhas, mesmo nos dias de hoje.

        “A Rev. Francesa mergulhou a França no terror, guilhotinando muitos dos próprios líderes da revolução e convertendo um movimento de caráter universalista em nacionalismo bélico. Mas não podemos esquecer que dela recebemos os direitos humanos, a democracia representativa, a igualdade universal perante a lei, os direitos de expressão do indivíduo etc. Isso se fez, friso, através de um processo histórico em muitos momentos terrível. Mas somos herdeiros, brasileiros nem tanto ainda, dessas grandes conquistas. O que o nazismo deixou para a Alemanha e a humanidade? Não preciso argumentar.”

        Frisemos o “processo histórico”. Porque não é somente de um movimento revolucionário que resultou nessa herança. Os gregos já haviam, há muito, discutido sobre democracia quando a revolução francesa estourou. Associar direitos humanos e democracia – como talvez você o tenha feito – somente à revolução francesa seria como associar toda a pesquisa científica de Isaac Newton unicamente à coroa inglesa, que o bancava. Os ombros de gigantes valem pra movimentos históricos também.

        Se faço arte privado de racionalidade? Sexo? Pois que não estupro ninguém, atendendo a irracionalidades, nem preciso esquecer-me de outros limites, pra fazer artes. E a arte depende de emoção, sim, mas não somente dela. Cruzar o limiar da emoção não dá a ninguém o direito de esquecer do direito alheio, de ser irracional, etc. etc.. Quando tenho isso em mente estou sendo plenamente racional.

        • Fernando da Mota Lima

          Otávio:
          Nosso debate é muito importante, mas no trote em que vai pode desdobrar-se ao infinito sem que a gente chegue a acordo nenhum. Além disso, noto que seu conceito de razão e irrazão não é o que estou usando. Como discutir baseado em conceitos sobre os quais não chegamos a um acordo lógico? Minha conclusão definitiva, ao ler a confusão que você faz entre sexo e estupro, é afirmar, pois esta é minha convicção, que duas forças terríveis e aparentemente opostas estão na raiz das maiores catástrofes humanas: a paixão cega e a razão crua. A primeira, para não ser cega, precisa da segunda, assim como a segunda, para não ser crua, precisa da primeira. As pessoas que verdadeiramente temo são as que acreditam na paixão absoluta ou na razão absoluta. Foi sinceramente um prazer discutir com você, Otávio, apesar do desacordo inconciliável dos nossos argumentos.
          Fernando.

  • Vinicius

    Que texto mais fraco.

    Um amontoado de clichês do ensino médio.

    É a isso que se resume esse texto. Não gosto de pessoas preconceituosas, mas também não gosto de pessoas de mentes limitadas, de pseudo-intelectuais EMOS que povoam os blogs, vlogs e coisas do gênero. E foi isso o que vi aqui.

    Quando for criticar algo, o faça após pesquisa bibliográfica. Criticar esses caras era fácil. Foi cair no lugar comum, errou.

    Perdi o meu tempo lendo isso.

    Próximo por favor.

    • veronica

      DEIXA DE SER BESTA !

  • Amâncio Siqueira

    Seria interessante que os nordestinos e descedentes fizessem um movimento de um mês sem gastar seu dinheiro em São Paulo. Aí teríamos melhor dimensionamento da real riqueza paulista.

  • Otávio

    Amém, Fernando. Porque não concordarei em colocar irracionalismo e emotividade no mesmo patamar.
    A conversa não precisa continuar, mas fica a referência.

  • Daniela

    Concordo que não se deva ensinar a história de uma única região em qualquer parte do Brasil, pois devem ensinar sobre toda a história do Brasil e aí incluir a de todas as regiões em todas as partes.
    No entanto, o movimento que iniciou com essa desculpa – de que era apenas por não concordar com a proposta de estudarem em SP uma “história nordestina”, tomou proporções fascistas sim, pois querem fechar a fronteira e não receber ninguém do Nordeste, e isso é vergonhoso.

  • Mariana

    E o pior é que tem filho de nordestino vomitando baboseiras desse tipo. Conheço vários que se acham paulistas natos, mas tem o pézinho na caatinga. As universidades paulistas então, estão cheias desses tipos.

    Abraços

  • Mariana

    “Nenhuma Discriminação é mais brutal do que a discriminação contra si mesmo.
    O paulista olha ao seu redor e se vê um estrangeiro em sua própria terra. Presencia desrespeitos e hábitos impostos. Alta criminalidade, hospitais superlotados. Isto tudo relacionado à migração nordestina que a nossa terra sofreu nos últimos tempos. Entretanto, ao reagir e se manifestar sobre estes fatos, o paulista é criminalizado, acusado de ter “conceitos prévios”. Impuseram que era um tema proibido. Porém, isto não se cabe em um sistema democrático. Este Manifesto irá apresentar dados diversos e propôr formas de encarar o problema da Migração.”

    Este é o primeiro parágrafo do manifesto no petition on line, dá pra perceber claramente que o problema deles é contra a migração nordestina, porque os europeus brancos de olhos claros (leia-se limpinhos) pode, né! E os japoneses (e todos os outros asiáticos e seus descendentes) também não são citados, não se falou nada contra templos budistas, as tradições orientais, e o que dizer do Bairro da Liberdade???
    O problema deles é com o CTN.

    Desculpa aí, mas essa histórinha de que são contra o ensino da cultura nordestina nas escolas paulista tá mais com cara de “história pra boi dormir”, nada mais é do que uma cortina de fumaça que tenta disfarçar (e disfarça muito mal, a quase todo momento ele cita Migração Nordestina) racismo e preconceito.

    Abraços

  • Pingback: Retrato de Uma São Paulo Ideal | Blodega.com - Doses de Humor e Informação bem Servidas()

  • veronica

    Otimo texto ! Meus parabens ! Alguem precisa mostrar pra essa turminha pernostica a realidade a respeito deles mesmos.Me parecem bastante ignorantes! Na verdade nao sao merecedores de Sao Paulo.Este estado e exatamente exuberante e desenvolvido por ter tido a felicidade de receber uma grande variedade de pessoas de culturas mais diversas.E na verdade o mais internacional dos nossos estados….sem falar na diversidade de pessoas vindas de todas regioes do Brasil. Parece que nessa tentativa absurda de conseguir um refino da raca paulistana estao conseguindo destruir o respeito que o paulista sempre teve do restante dos brasileiros…Espero que isso venha de uma minoria e que seja um fenomeno passageiro ou vamos comecar a acreditar que o paulista realmente so serve pratrabalhar.

  • Luiz Gustavo Ribeiro

    MANIFESTO AMOROSO

    NÓS SOMOS UMA FAMILIA DE HUMANOS, E COMO TAIS, NOS AJUDAMOS UNS AOS OUTROS, NOS ABRAÇAMOS UNS AOS OUTROS, ACOLHEMOS E CELEBRAMOS COM RESPEITO E HONRA A DIVERSIDADE E A CONTRIBUIÇÃO QUE CADA QUAL OFERECE, ENRIQUECENDO E ALEGRANDO MUNDO!

    “EU”, LUIZ GUSTAVO, NASCI EM CURITIBA, MORO EM FLORIANÓPOLIS, MAS TAMBEM MORO EM TODAS AS CASAS, BAIRROS E CIDADES. EM TODOS OS ESTADOS E PAÍSES. PERTENÇO À FAMÍLIA HUMANA! AMO “MINHA” CIDADE, “MEU” ESTADO, “MEU” PAÍS, ASSIM COMO AMO TODAS AS MINHAS/NOSSAS CIDADES, MEUS/NOSSOS ESTADOS E MEUS/NOSSOS PAÍSES!

    AMO O PLANETA TERRA E QUERO OFERECER MINHA CONTRIBUIÇÃO AO MUNDO, TRAZENDO BENEFÍCIOS PARA CADA UM E PARA TODOS! SOU MUITO GRATO POR PODER OFERECER AUXÍLIO A QUEM PRECISA, COMPARTILHANDO E APRENDENDO! SOU MUITO GRATO POR RECEBER AUXÍLIO QUANDO PRECISO, NESTA SIMBIOSE MAGNÍFICA! ALEGRA-ME O CORAÇÃO SABER QUE SOMOS UMA IMENSA FAMÍLIA ESPALHADA PELO GLOBO TERRESTRE, QUE TÃO GENEROSAMENTE NOS ACOLHE!

    ABRO AS PORTAS DO “MEU” CORAÇÃO, DA “MINHA” CASA, DE “MINHA” CIDADE, DO “MEU” ESTADO E DO “MEU” PAÍS A QUEM QUISER AQUI FAZER MORADA, POIS “EU” SOU O “OUTRO”, O “OUTRO” SOU “EU”, E NÓS SOMOS UM E IGUAIS: A MESMA PERFEIÇÃO!

    VENHAM TODOS FESTEJAR, TRABALHAR, CRESCER E COMPARTILHAR DA TERRA QUE TÃO GENEROSAMENTE ACOLHE A TODOS, E EM CUJO SOLO NÃO HÁ PLACAS DE PROPRIEDADE CRAVADAS PELA MÃE NATUREZA!

    VENHAM, VAMOS TODOS CELEBRAR ESTA IMENSA ALEGRIA QUE É VIVER E RECONHECER NO OUTRO A AMOROSIDADE E EXPRESSÃO ÚNICAS DA PERFEITA INTELIGÊNCIA DA NATUREZA, TÃO RICA EM CORES, TÃO BELAMENTE VESTIDA COM DIVERSOS ORNAMENTOS, EXALANDO PERFUMES OS MAIS VARIADOS, TODOS A CRIATIVIDADE DA VIDA!

    VENHAM TODOS, AMADOS: NÓS SOMOS UMA FAMÍLIA DE HUMANOS, E ENTRE NÓS NÃO HÁ FRONTEIRAS, MAS APENAS UNIDADE QUE TUDO ABRAÇA, APENAS O OCEANO DE AMOR FLUINDO ENTRE NÓS, EM COMPLETA GENEROSIDADE, ABUNDÂNCIA E COMPAIXÃO!

    QUE TESOURO DE RIQUEZAS É A VIDA, QUE PRESENTE MARAVILHOSO ELA NOS DÁ QUANDO UM NOVO IRMÃO NASCE PARA TRAZER ALEGRIA E NOVAS CORES AO MUNDO! CADA UM, CADA PESSOA, É UMA ÚNICA, ORIGINAL E PRECIOSA MANIFESTAÇÃO DA INTELIGÊNCIA PERFEITA QUE TUDO MOVE!

    NO SOLO DE AMOR COMPLETAMENTE SEM FRONTEIRAS DA VIDA, TODOS HABITAM, ABSOLUTAMENTE TUDO E TODOS ESTÃO INTERLIGADOS EM COMPLETA ACEITAÇÃO E UNIDADE, NA PAZ INABALÁVEL, BRILHANTE E IRRADIANTE, QUE DISSOLVE TODOS OS CONFLITOS!

    p.s.: este manifesto é minha resposta ao Manifesto “São Paulo para os Paulistas” e demais semelhantes, que existam ou venham a existir.

  • Fábio de Oliveira Ribeiro

    ou paulista nascido na cidade de São Paulo e nunca assinaria uma petição destas. A razão é simples: conheço a história de minha família.

    Meu bisavô era um abastado baiano. No século XIX ele liquidou as propriedades e negócios em Salvador e veio para São Paulo. Estudou Direito no Largo de São Francisco e depois foi Promotor e Juiz Imperial. Constituiu família onde serviu como Juiz Imperial na comarca de Siririca e lá mesmo morreu aos 57 anos de idade. Meus avós e meus pais nasceram em Xiririca (atual Eldorado), eu nasci na Liberdade. Tecnicamente sou paulista de origem baiana.

    “São Paulo para os paulistas?” Isto é a coisa mais idiota que já escutei. Quantas gerações seria preciso retroceder para provar que a maioria destes 600 idiotas que assinaram esta petição racista tem antepassados fora de São Paulo e mesmo fora do Brasil?

    Ilustrar esta matéria com uma foto nazista não é inapropriado. Afinal, o racismo é e continua sendo uma coisa tão irracional quanto no princípio do século XX. Como os tais “estudantes paulistas de sangue puro” sabem (ou deveriam saber) Goering, Reinhard Heydrich, Erhard Milch e Eichmann, todos eles nazistas importantes, eram 1/2 judeus e perseguiram de maneira sistemática os judeus. Quantos destes estudantes são 1/2 nordestinos que perseguem nordestinos?

    O mais curioso desta história é a reação suave da mídia. Até o presente momento somente a Folha de São Paulo se posicionou de maneira clara e incisiva contra a perseguição de nordestinos. O que está ocorrendo? Os jornalistas que apoiaram Serra são simpáticos a este movimento porque Dilma ganhou a presidência com o voto dos nordestinos?

    Os tais estudantes reclamam que a história das Bandeiras Paulistas deveriam ser ensinadas nas escolas públicas. O que eles querem que seja ensinado? A história real das bandeiras ou a mistificação que foi criada em torno das mesmas?

    Os bandeirantes paulistas, que eram caboclos e cafusos ou mulatos (ou seja, descendentes de negros/índios, brancos/índios, brancos/negros) eram brutais. Bárbaros que mal sabiam usar a língua portuguesa. Bandeirantes caçavam índios no interior como se eles fossem bichos. Faziam isto para liberar terras que os colonos portugueses ocupariam, bem como para fornecer mão de obra escrava barata para os colonos do litoral que não podiam comprar negros (no Brasil Colônia o escravo índio era mais barato que o negro africano). Bandeirantes destruíam Quilombos e aprisionavam os negros fugidos que não matavam. Do ponto de vista histórico os paulistas sempre foram os jagunços da Colônia e do Império. Não existe absolutamente nada de belo ou de edificante nas Bandeiras Paulistas.

    Na verdade as Bandeiras Paulistas só começaram a se tornar uma tradição positiva na virada do século XIX para o XX, quando São Paulo começou a crescer e a elite paulista sentiu a necessidade de construir um passado memorável para si mesma. Até o século XVIII São Paulo foi uma cidadezinha sem graça, miserável, povoada por uma gente inculta que falava predominante a língua geral (ou seja, o tupi-guarani) e que morava em casas de taipa-de-pilão. Quando comparamos as aquarelas feitas por Thomas Ender http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Ender no Rio de Janeiro e em São Paulo temos uma exata noção da diferença entre a cidade carioca e a vila paulista naquela época.

    Comparada a Salvador, Recife e Rio de Janeiro, São Paulo ainda era ânus do Império antes da proclamação da República. E no entanto muitos paulistas acreditam que Salvador, Recife e Rio de Janeiro são cidades historicamente menos importantes que São Paulo. O problema dos paulistas não são os nordestinos, mas a absoluta ignorância que os paulistas tem de sua própria história.

  • Luiz Brasileiro

    Quero lembrar que na Revolução de 1932 muitos nordestinos residentes no estado de São Paulo derramaram seu sangue em defesa da causa paulista, em sua maioria os baianos.

  • Dan

    Entrei no blog do manifesto p/ saber mais a respeito e confesso q cheguei a me arrepiar com o q li e principalmente com as centenas de comentários ali postados! …É simplesmente assustador! Os comentários ali postados são de uma agressividade q poucas ou nenhuma vez li em algum outro lugar!
    Pensei em postar um comentário, mas como sabia q seria censurado, nem me arrisquei!
    O Fábio de Oliveira Ribeiro, q postou logo acima, disse tudo! …Não vi post mais sensato! O q está ocorrendo é um movimento q com certeza se mostra como uma ponta de um iceberg. Tendo em vista q se vc perceber, como já percebi ao longo desses 4 últimos anos em blogs paulistanos, essa postura de menosprezar o resto do país, principalmente culpando as mazelas paulistas ao fato de ter q ¨sustentar¨ o país e sofrer com o ¨lixo¨ dos nordestinos é uma constante, mas de um tempo p/ cá a coisa está mudando de figura… Tenho lido: …¨Curvam-se¨ ao poder de SP, ou ¨Nunca desprezem a mão q vos alimenta¨…¨Se SP não tivesse os Nordestinos, seria uma potência mundial¨… E muito mais coisas impublicáveis do tipo.
    Concordo com o Fábio, qndo ele diz q a mídia e a população de um modo geral está tomando a situação e até os depoimentos da infeliz da Mayara Petruso, como algo isolado. MAS NÃO É! Basta ver o q rola em alguns blogs p/ perceber q isso está crescendo e q nem de longe deve ser ignorado!

  • Arnaldo

    Caros Brasileiros(as) Estou completamente perplexo com as digressões postadas neste blog. Que país é este? Como meu filho Bernardo, que ainda habita o ventre de minha esposa, irá encontrar esta nação? Meus queridos, está energia gasta deveria ser canalizada para melhores objetivos, senão vejamos: Reforma Política, tributária, moral, etc… – Estes jovens Paulistas, embebidos em ignorância, deveriam canalizar tal esforço e despêndio de valioso tempo para outra finalidade. O nosso inimigo não habita a nossa casta. Este se esconde nos corredores do planalto JK, os nossos políticos estão deteriorando este país e seu conformado povo. POR UM BRASIL MULTICULTURAL E SERIO. Sou um profissional de sucesso no meio que escolhi, sou um afortunado por ter tido uma educação formal no exterior, em um país sério e organizado politicamente, trabalho em uma empresa multinacional e recebo um salário de 10.000,00 onde todos os meses são descontados 2.500 reais em impostos, não vejo retorno algum em melhorias para minha família ou para meus irmãos brasileiros, eu deveria estar indignado não é? É fácil culpar o outro, mas desculpem, a culpa é toda nossa, seja de qual raça for.

  • Oliveira

    Multiculturalismo é uma estrada para o fracasso. Enquanto houverem diferenças culturais, religiosas, raciais haverá atrito. É uma simples contante biológica.

  • Assinei o manifesto

    Esses belicosos e agressivos nordestinos tem que aprender a respeitar a terra alheia.
    Só depois disto podem exigir respeito.
    E ponto final.

  • Rafael

    Não tem nada de fascismo neste manifesto,e sim um protesto contra a tentativa de diluir a cultura paulista

    Oras,não falam NADA sobre a cultura paulista em escolas e na TV por exemplo,e agora querem impor a força a cultura de outro estado para o estado todo?isso é uma maluquice e uma tentativa de acabar com a nossa cultura

    Duvido que por exemplo nas escolas nordestinas tirassem o ensino da cultura,historia e geografia local e falassem sobre a cultura carioca se o povo de la não ficaria revoltado
    Sempre se ouve reclamações que a Rede Globo por exemplo quer ”carioquizar” regiões,como o Norte,o Nordeste e o Sul,ta certo eles querem que imponham uma cultura que não é de seu estado,que não a descaracterizem

    Agora pq se o paulista protesta ele é Fascista,Preconceituoso,Bairrista?

    Pelo jeito no Brasil são dois pesos e duas medidas