A Vitória de Orwell


por Fernando da Mota Lima – George Orwell é um desses raros escritores que se tornam parte de todo um clima de opinião. Aviso ao leitor que esta expressão é traduzida de um poema de Auden: “In Memory of Sigmund Freud”. Talvez a maior evidência de tão elevado status consista no fato de que escritores dessa natureza influenciam a linguagem usada até pelos que nunca os leram, até por aqueles inconscientes de uma obra como 1984, e de personagens e conceitos como Big Brother, Polícia do Pensamento, Pensamento Duplo etc.

Aviso novamente o leitor que traduzo aqui livremente conceitos fundamentais de 1984 sem cotejá-los com a tradução brasileira deste livro emblemático do pensamento antiutópico. Melhor diria se usasse a expressão pensamento antitotalitário, pois Orwell nunca renunciou ao seu ideal de socialismo libertário, que é ainda um modo de ser utópico. Em suma, você fala de Orwell mesmo sem saber quem é ele, mesmo ignorando sua obra que exerceu e exerce ainda um papel decisivo no clima de opinião dominante na história contemporânea assaltada de modo catastrófico por totalitarismos de esquerda e direita.

Orwell é talvez a mais alta expressão do intelectual independente que conheço. Não me esqueço de que alguns leitores puxaram minha orelha quando usei o conceito de intelectual independente para criticar a conivência de José Saramago com regimes totalitários ou ditatoriais de esquerda. Há quem considere a relação do intelectual com o partido, ou mais amplamente com a realidade política, e conclua em termos simplistas que não existe tal coisa, isto é, você é sempre contra ou a favor, está com o partido X ou com o partido Y. Essa linha de argumentação é claramente maniqueísta e assim estamos conversados. Você está com o bem ou com o mal e assim qualquer nuance, qualquer possibilidade de inserção entre os dois extremos excludentes é automaticamente suprimida.

A grandeza ética e política de Orwell – ou sua vitória, assim traduzo o sentido do livro que Christopher Hitchens lhe dedica – reside na sua capacidade extraordinária de denunciar o totalitarismo gestado pelos ideais utópicos da esquerda (o nome mais simples desse Big Brother é Stálin), sem renunciar a suas convicções socialistas e libertárias. É claro que este fato foi refutado por seus críticos à esquerda e à direita. Os primeiros o perseguiram e caluniaram por supostamente trair a esquerda, ou fazer o jogo do inimigo; os segundos tentaram apropriar-se de Animal Farm (A Revolução dos Bichos) e 1984 como se fossem simplesmente obras anticomunistas. O fato ilustra admiravelmente o quanto é difícil ser independente, mas não anula a possibilidade da independência ideológica do intelectual. Orwell converte a possibilidade em fato.

-- Christopher Hitchens --

Um dos grandes méritos do livro de Christopher Hitchens, herdeiro do jornalismo libertário patente na obra de Orwell, consiste precisamente em demonstrar como Orwell foi incompreendido ou mesmo caluniado por grandes intelectuais de esquerda. O exemplo mais documentado no livro é o de Raymond Williams, que ocupa no Olimpo da esquerda inglesa papel semelhante ao de Antonio Candido na esquerda brasileira. Lembro-me ainda, introduzindo aqui um grão de memória pessoal, de um ano remoto, talvez 1990, quando compareci a um seminário marxista na Universidade de Londres. Assistindo aos debates acalorados em torno da figura de Orwell, notei o quanto ele ainda dividia os marxistas e outras correntes do pensamento de esquerda.

Acredito que hoje, diluídos os embates ideológicos que incendiaram as lutas políticas durante tantas décadas sangrentas, a obra de Orwell já não provoque reações maiores, divisões do tipo a que assisti no Brasil e na Inglaterra. Mas lembro ao leitor jovem que no Brasil sua obra foi implacavelmente rejeitada e caluniada. Friso que me refiro mais precisamente às duas obras acima citadas, pois é nelas que Orwell concentra sua força satírica contra o totalitarismo, é nelas que investe contra a opressão exercida em nome de ideais libertários. Assim como a direita procurou apropriar-se dessas obras como se fossem simplesmente anticomunistas, confundindo assim de forma desonesta sua crítica ao stalinismo com uma crítica à esquerda em geral, a esquerda identificada com o stalinismo tudo fez para rejeitar e suprimir sua crítica ao totalitarismo. Aliás, conviria lembrar que o totalitarismo não se esgota nas suas mais extremas e terríveis materializações na história do século 20: o nazismo, à direita, e o stalinismo, à esquerda. Resumindo, o intelectual que ousa ser independente leva pancada de todos os lados.

Como acabo de observar, a crítica de Orwell ao totalitarismo não se esgota nos alvos que prioritariamente visou: o nazismo e o stalinismo. Sem querer banalizar o conceito, alerto para o fato de que a tentação totalitária está sempre presente no imaginário dos extremistas e dogmáticos, nos fundamentalistas de qualquer natureza, assim como nas forças de reificação inerentes ao capitalismo. Somente um tolo ou inconsciente suporia que essas forças desapareceram do mundo em que vivemos simplesmente porque o triunfo do capitalismo de consumo e da cultura narcisista pulverizou qualquer possibilidade de pensamento totalitário. Aliás, bastaria imaginar o que Orwell diria sobre a forma como seu símbolo supremo da sociedade totalitária, o Big Brother, foi apropriado pela cultura de massas do presente. Quanto ao conceito de Newspeak, ou Novilíngua, tão engenhosamente ilustrado em 1984, bastaria pensar em expressões hoje correntes como “fogo amigo”, “terceira idade”, “boa idade”, “Brasil, um país de todos” e “sorria, você está sendo filmado”. Estes poucos exemplos da Novilíngua que irrefletidamente reproduzimos constituem algumas evidências exemplares do uso corruptor da língua, da mentira e da alienação disseminadas através da indústria publicitária e marqueteira administrada como o ópio da cultura de massas. Portanto, a vitória de Orwell é apenas parcial, já que a possibilidade ou mesmo o risco da tentação totalitária nunca desaparecem do horizonte da história humana. Acredito que esta era a convicção de Orwell, até porque ele foi um pessimista impenitente. Ele é a prova viva, talvez pouco comum, do pessimista ativo ou militante, do pessimista superado pela vontade de ação sobre o mundo incompatível com qualquer ideal utópico.

Christopher Hitchens descreve e analisa no seu livro múltiplos aspectos da obra de Orwell além do que centralmente me ocupou neste texto que é antes um breve artigo inspirado pela leitura de sua obra do que propriamente uma resenha. Sendo assim, contempla não apenas traços relevantes da biografia de Orwell, mas também sua relação com o imperialismo inglês, temperado por sua discutida anglicidade, com os Estados Unidos, com as feministas, os pós-modernistas etc. Convém todavia ressaltar que o livro de Hitchens é antes de tudo uma consistente apreciação da obra de Orwell centrada na sua dimensão intelectual e ideológica. Para o leitor que lê fluentemente inglês, recomendaria as biografias escritas por Bernard Crick e Michael Shelden. O melhor de Orwell, na minha opinião, está nos seus ensaios postumamente reunidos e publicados pela Penguin Book. Também sua obra de jornalista e suas cartas foram reunidas e publicadas pela mesma editora.

No Brasil, a Companhia das Letras publicou uma seleção que abriga praticamente seus melhores ensaios. Salvo engano, cito de memória, a seleção e o prefácio do volume foram obra de Daniel Piza. Acrescentaria, como indicação para o leitor curioso, que em 1986 Ken Loach dirigiu o filme Terra e Liberdade, baseado em Homage to Catalonia (Homenagem à Catalunha, traduzido no Brasil sob o título Lutando na Espanha). Esta é uma das obras fundamentais de Orwell, diretamente inspirada na sua participação na Guerra Civil Espanhola. Ele se alistou como combatente do POUM (Partido Operário de Unificação Marxista), corrente de tendência trotskista que acabou esmagada pelos franquistas, de um lado, e pelos stalinistas, de outro. Foi aí que Orwell sentiu na própria pele o que de fato significava stalinismo. Indicaria ainda o último capítulo de A History of Britain, de Simon Schama, também lançado em DVD no mercado brasileiro. O título do capítulo é “Os dois Winstons”, alusão a Winston Churchill e a Winston Smith, protagonista de 1984.

Concluindo, se você quer ter sucesso na vida, sobretudo na vida política, não incorra na insensatez de seguir o exemplo de George Orwell. Ele rompeu com o imperialismo inglês, dentro do qual foi educado para agir no mundo como um instrumento dócil da dominação imposta a povos colonizados; mergulhou no mundo da miséria e da marginalidade social para escrever de forma honesta e documentada sobre párias e trabalhadores esfolados pela espoliação capitalista; foi perseguido e caluniado por ousar denunciar o totalitarismo de esquerda numa época em que a maioria dos intelectuais de esquerda se aliavam ao stalinismo ou eram usados como inocentes úteis, e por fim morreu relativamente pobre e jovem. Tudo que nos transmite como legado ético através de sua obra é a convicção e a coragem com que lutou em defesa das coisas em que acreditava e uma noção de integridade rara entre intelectuais. Como notamos, o legado de Orwell não é nada atrativo para os tempos em que vivemos.

::: A vitória de Orwell ::: Christopher Hitchens ::: Cia. das Letras, 2010, 208 páginas :::
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Amálgama




Fernando da Mota Lima

Foi professor de sociologia na Universidade Federal de Pernambuco.


Amálgama






MAIS RECENTES


  • Marcos Givaldo

    Fernando:
    Você escreve todas essas incoerências pra defender G. Orwell por uma razão muito simples: você não passa de um desses intelectuais pequeno burguês que traíram suas convicções. Você é um traidor da verdadeira causa do proletariado, assim como G. Orweel e todos que se bandearam para a direita e o neoliberalismo.

  • Marcos Givaldo

    Fernando:
    Além de reacionário, você é também mau informado. Você nem sabe o nome do livro organizado por Daniel Piza e ainda vem com essa conversa de quem cita de memória. O título do livro é Dentro da Baleia e outros ensaios. Como é que uma pessoa escreve as coisas que você se mete a escrever quando não sabe nem o nome dos livros que cita? É mais uma razão para não levar sua resenha a sério. Nenhum leitor verdadeiramente revolucionário pode levar essas besteiras que você escreveu a sério.
    Givaldo

    • Daniel

      Acho que a falência do comunismo deixou o nobre amigo atordoado além da conta. Você até mesmo chama Orwell de neoliberal, quando na verdade ele escreveu em um ensaio que o capitalismo laissez-faire estava morto. No máximo ele era a favor de alguma forma de social-democracia. Mas o amigo também é contra a social-democracia, certo?, porque ela quer “apenas humanizar o capitalismo”.

      No mais, essa do “leitor verdadeiramente revolucionário” foi muito boa. Deve ser imperdível uma das reuniões do comitê que decide quem é e quem não é verdadeiramente um leitor revolucionário. Onde compro o ingresso?

      • Fernando da Mota Lima

        Marcos Givaldo:
        Que é que eu posso acrescentar ao comentário de Daniel? Até Fidel, sem intenção de rima, o de Cuba, até ele enfim reconhece a inviabilidade histórica do comunismo, fato que é no mínimo uma cruel ironia para dissolver uma ideologia que se acreditava detentora das leis científicas da história. Como você não tem nada de importante para dizer, corrige uma dúvida e uma omissão minhas irrelevantes para o meu argumento e resto já competentemente solucionadas pelo meu querido editor.
        Fernando.

    • Moa

      Mau — Bom
      Mal — Bem

      Portanto você quis usar: ‘mal informado’, o inverso seria: bem informado.

  • Helena Ortiz

    talvez v. esteja de má vontade com Saramago. Orwell também combateu na linha de frente, tomando claras posições. V. viu no que deu. O PC do Saramago era outro, os tempos foram outros. E o fato de ter seguido filiado ao partido não impediu que suas posições fossem sempre claras frente aos domínios de hoje, o que não acontece com a maioria dos “independentes” intelectuais brasileiros. Hoje eu não os chamaria independentes, prefiro ressucitar a palavra alienado, meio fora de modo. Há outros casos, como o de Ferreira Gullar, que poderia aproveitar a importância de seu nome para questões maiores, mas preferiu as maranhenses.
    abraço e siga.
    é sempre bom levantar a discussão

    Os tempos é que exigem

    • Fernando da Mota Lima

      Helena:
      Me desculpe, mas sua tentativa de defender Saramago acaba de fato concorrendo para incriminá-lo ainda mais. Afinal, ele dispunha de muito mais evidência histórica do que Orwell. A crítica deste ao totalitarismo é ainda mais extraordinária, daí afirmar no meu artigo que ele é talvez o intelectual mais independente que conheço, porque foi feita num momento histórico de maior radicalismo ideológico, num momento em que quase todos os intelectuais de esquerda eram partidários do ou coniventes com o stalinismo. Orwell morreu no início de 1950 e 1984 foi publicado em 1949. A Revolução dos Bichos é uma obra escrita em 1943 publicada, salvo engano, apenas em 1945 porque foi rejeitada por editores de esquerda. Acrescentando um exemplo brasileiro, mesmo um comunista de extraordinária integridade como Graciliano Ramos escreveu seu pior e agora justamente esquecido livro, Viagem, sem denunciar o totalitarismo soviético. Lembre-se de que isso foi em 1952, quando Orwell já estava morto e vilipendiado pela maioria dos militantes de esquerda. Quanto a Saramago, só no fim da vida, quando o totalitarismo soviético estava já desacreditado e literalmente arruinado, teve afinal a coragem de afirmar: daqui não passo. Mais uma vez, grato pela leitura atenciosa, Helena.

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  • Daniel Lameira

    Fernando,
    Gostei bastante da crítica, que acabou por ser mais sobre a trajetória do Orwell do que do livro do Hitchens. Não vi, como os amigos acima, críticas reacionárias ao espírito revolucionário de Orwell.

    Mesmo não se nomeando assim, por todas suas posições políticas principalmente na atuação no POUM mostram a crença de Orwell por uma revolução, sem se abster do senso crítico. Era, no fundo, um anarquista.

    A única crítica que faço que por vezes me irrita em seus escritos é o seu anglocentrismo, não político, mas considerando sempre a Moral e Costumes ingleses como o referencial. Algo que fica também claro nos escritos de Paris.

    • Fernando da Mota Lima

      Daniel:
      Grato pelo comentário que me parece no geral correto. Deixei claro que meu post não era uma resenha sobre o livro de C. Hitchens, mas um artigo livremente inspirado nele.Nossa divergência está no seu último parágrafo. Não acho que exista anglocentrismo no que escrevo, Daniel. Pode existir anglofilia, pois tenho realmente uma profunda admiração pela cultura e o povo inglês, que muito influenciaram minha experiência do mundo. Isso é diferente de anglocentrismo. Evito até ser “brasiliancêntrico” nas minhas análises, na minha interpretação da realidade. É por isso que desconfio de toda ideologia nacionalista, regionalista, bairrista.. Sei que nisso, como em muito mais, estou na contracorrente da cultura contemporânea.
      Fernando.

      • Daniel

        Fernando,

        Desculpa não ter sido claro. Ao falar do Anglocentrismo, a anglofilia, etc, eu quis dizer sobre o Orwell, não você.

        • Fernando da Mota Lima

          Daniel:
          Foi bom ler seu esclarecimento, que evidentemente importa também para quem acaso nos leia. De fato, você se expressou de forma ambígua no seu comentário inicial. Tomando a crítica contra o anglocentrismo como referente a mim, fiquei sem entender sua alusão aos “escritos de Paris”. Até me perguntei: onde foi que escrevi sobre Paris? Você aludia, agora fica claro, ao anglocentrismo de Orwell. Portanto, concordamos também no que se refere a esse ponto. Um abraço,
          Fernando.

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  • Valêncio Costa

    Prezado Fernando da Mota Lima,

    Folgo-me ao ler tão precioso artigo, onde verificar a erudição ímpar que talha inteligência tão fugulrante como a vossa. Inteligência que tive a ventura de conhecer já há alguns anos, pois fomos contemporâneos na gloriosa Faculdade de Direito do Recife. Enquanto vivia em genuflexa servidão diante dos tombos volumosos da Teoria do Estado, lembro, agora já com a tinta melancólica da nostalgia, do espírito vibrátil e inquieto do filho de Tobias que àquela época eras. Recordo-me que atravessavas as noites na biblioteca da gloriosa Faculdade de Direito do Recife, em busca de literatura, vida, e talvez alguma teoria política que fizesse justiça aos seus ideais filocomunistas. Depois saíste da gloriosa Faculdade de Direito do Recife, e não tive mais notícias. Imaginava, em minhas noites solitárias de leitura impenetrável dos opúsculos de Miguel Reale, que havias desertado para a luta armada de esquerda. Tal qual foi minha surpresa ler o artigo não mais de um defensor dos jacobinismos de Moscou, mas de um sólido advogado das liberdades mais excelsas do ser humano: a liberdade de pensamento, tão incorporada por Orwell. Fico feliz em saber que hoje pensamos quase da mesma forma, e que a longa noite da ditadura – dividindo as pessoas entre esquerda e direita – finalmente acabou.

  • Ramon Mestri

    Fernando,

    grande artigo, exceto pelo dirigismo do último parágrafo. Considero que o tema é afeto de determinadas gerações e, por isso, reações acaloradas. Acho até que a experiência de Orwell é mais de destituição de ideais e que talvez antevesse o destino assintótico a que se destinam as revoluções de esquerda (a verdadeira). No entanto, a atualidade da discussão de tais manifestações será sempre necessária como forma de garantir certo equilíbrio da cultura do narcisismo.

    Um abraço

  • João Paulo

    Interessante… vale lembrar que Aldous Huxley também trabalhou o tema totalitarismo, porém sobre o prisma do capital. Alias, 1984 e Admirável Mundo Novo foram fundamentais para o meu desenvolvimento intelectual!

  • Mário SF Alves

    João Paulo,
    Esse segundo turno da campanha eleitoral foi para mim uma verdadeira oportunidade de organizar o pensamento e entender um pouquinho mais a dinâmica do processo político a que todos estamos afetos. E, decerto, não esperava que tão cedo novos fluxos de idéias me envolvessem tanto. Devo tudo o que acabo de dizer à blogsfera, ao Amálgama, ao Seja Dita Verdade, à Carta Capital e a tantos outros veículos de posicionamento político e de divulgação de solidariedade intelectual. E nesse sentido, fica até fácil entender o totalitarismo do ACTA tentando incluir entre seus objetivos a censurar a internet. Só tenho a agradecer ao autor do texto pelo valoroso “A Vitória de Orwell”, assim aos demais participantes e, especialmente, a você, pela demonstrar a síntese que mais me anima.