O que é "desnecessário" são os assassinatos e o caos islamita.
Em meio a um clima de assassinatos islamitas, em que violência e intimidação levam muitos ao silêncio e submissão, a insistência do semanário Charlie Hebdo em se divertir às custas do islã e todas as religiões, e sua recusa em puxar o freio apesar de pedidos de censura, é algo que será lembrado mesmo quando o islamismo tiver ido parar nas latas de lixo da história.
O professor francês Philippe Marlière escreveu no Guardian que a ideia da revista, de reafirmar sua tradição secular esquerdista, é, em meio ao clima pelo qual passamos, mais anti-islâmica do que anti-clerical. Acontece que o anti-islamismo é o anti-clericalismo da nossa época.
Ele acrescenta que os cartuns são “desnecessários” em um “clima de preconceito religioso e racial”, mas, como o Guardian e muitos esquerdistas liberais e pós-modernos, ele deixa escapar o essencial. O que é “desnecessário” são os assassinatos e o caos islamita.
Criticar o islã e o islamismo não é preconceituoso — a tese do preconceito é islamita, e foi engolida por aqueles que clamam por censura. Na verdade, na época em que nos encontramos, a crítica é uma necessidade histórica e desafio legítimo à inquisição contemporânea.
Também, o que o professor e o Guardian parecem esquecer é que aqueles mais ameaçados pelas hordas islamitas não são publicações satíricas francesas ou mesmo embaixadas americanas e francesas mundo afora, mas os incontáveis seres humanos vivendo sob o islamismo e a lei da charia — muitos dos quais muçulmanos –, enfrentando diariamente ameaças, prisões e morte por seu dissenso e postura crítica — como o saudita Hamza Kashgari, o indonésio Alex Aan, o egípcio Alber Saber e a paquistanesa Asia Bibi.
Quando é que o professor Marlière e o Guardian ficarão do lado dessas vítimas?
Como diz o maravilhoso Salman Rushdie, precisamos ser mais corajosos. É o que devemos fazer, se quisermos parar essa barbárie de uma vez por todas.
Como uma nota à parte, é claro que os cartuns do Charlie Hebdo são diferentes do filme desprezível e racista feito pela direita cristã, The innocense of Muslims. Mas livre expressão não é apenas para aqueles com os quais concordamos. E não esqueçamos que um filme ruim é apenas um filme ruim. O real problema a que se deve dar atenção é que islamismo e censura são respostas erradas.
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