Quem precisa de ainda mais regulações?
É impressionante a desconexão que há entre o governo e a sociedade brasileira. A presidente Dilma, que diz ostentar um diploma de mestre em Economia, apostou na “nova matriz econômica”, indo contra o que custosamente, e insatisfatoriamente, foi construído nos governos anteriores, inclusive do próprio Lula. Sabe-se que não foi dessa vez que o Brasil se tornou um país liberal, mas admite-se que as tímidas políticas econômicas dos anos 90 e do primeiro governo dos anos 2000 foram responsáveis por solidificar a economia brasileira e abri-la para o mundo globalizado.
Mas a ideia de ficar nos bastidores da economia atrai bastante homens públicos. Por que falo isso? Porque hoje todo mundo no Brasil quer se encarregar de uma regulação. Acredite: até sindicatos estão engajados na defesa da regulação de serviços oferecidos.
O argumento atual mais comum, e falacioso, é de que as novas tecnologias geram desemprego, pois não trabalham com mão-de-obra nacional. Ora, quanto ao WhatsApp, por exemplo, pode-se até concordar, se a pessoa for economicamente míope, ou viva à luz de velas e mande cartas ao invés de e-mails, acreditando estar salvando emprego de fabricantes de velas e carteiros.
Tecnologia, a curto, médio e longo prazo, aumenta a produtividade – menos trabalhadores são necessários para produzir coisas mais valiosas.
Agora a presidente economista está nos iluminando com sua sabedoria sobre a área. Depois de muitas versões e contraversões a respeito de tecnologia e empregos, uma área complexa, a mineira concluiu que o serviço de transporte oferecido pela Uber precisa ser regulado a fim de proteger empregos.
Cabe-me lembrar de uma polêmica que se acende até hoje na área de direitos trabalhistas: a lei do salário mínimo. Com Prêmio Nobel em Economia, Milton Friedman disse muitas vezes que leis de salário mínimo, ou seja, regulações de relações empregado-empregador, são muito mais nocivas do que benéficas, a empregados e empregadores.
Não é questão de ser reacionário, é questão de lógica. Aquele empregado que não produz determinado lucro, ou causa prejuízo, será mandado embora. Ruim para o empregado, ou ex-empregado, mas o empregador precisa de bons empregados, para melhorar seus serviços e, vejam só, pagar mais, ou diminuir a carga horária, ou conceder outros benefícios, porque trabalhador feliz produz mais.
Então, quem precisa de ainda mais regulações?
Que confortante, Dilma Rousseff está preocupada em manter e gerar empregos. E que melhor maneira de se atingir esse objetivo do que criar mais empecilhos para contratantes, contratados e plataformas operarem? Talvez apenas a criação de um novo imposto seja uma ideia melhor. Ou a criação de uma ANTA – Agência Nacional de Tecnologia de Apps.
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Hugo Silva
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João Filippe
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Hugo Silva
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