A tragédia síria é a tragédia do Oriente Médio

Quem são os maiores responsáveis pelos milhares de refugiados que rumam para a Europa?


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De tempos em tempos uma fotografia impactante dá uma chacoalhada na humanidade. Este é o caso da chocante imagem do menino sírio morto em meio a tantos outros naufrágios menos retratados. Como as coisas chegaram a este ponto? O que fazer diante de tal tragédia humanitária? De quem é a culpa? São algumas das perguntas que imediatamente nos vêm à mente.

Explicações e acusações sobram para todos os lados. Há os que acusam Bush pela invasão ao Iraque que retirou Saddam Hussein do poder e propiciou que grupos minoritários e ainda mais radicais, como o famigerado Estado Islâmico, ascendessem; há os que acusam a direita xenófoba europeia de fechar as portas aos refugiados; há os que reclamam da passividade da nova política norte-americana, ao não comandar uma coalizão internacional para acabar com tais grupos radicais; e há a crítica mais comum das esquerdas que, como sempre, culpa o ocidente, a globalização e o capitalismo, por todas as desgraças da humanidade.

Concordo em em algum grau com algumas das explicações citadas, mas discordo veemente da explicação esquerdista. Primeiro, porque considero o ocidente, baseado na filosofia grega, no direito romano e no cristianismo, o que há de mais civilizado que a humanidade já conquistou. Segundo, porque a globalização, ao contrário do que os esquerdistas pregam, é a maior responsável pela ascensão de dezenas de países ao clube dos ricos nas últimas décadas. Terceiro, porque foi o capitalismo que propiciou a incrível geração de riquezas que retirou da miséria absoluta bilhões de pessoas, desde a Revolução Industrial.

Quem são, portanto, os maiores responsáveis pela tragédia da Síria que hoje leva os milhares de refugiados à Europa?

1) Sem a menor dúvida, o maior responsável é o fanatismo islâmico, capaz das piores atrocidades já vistas em tempo real, com o objetivo explícito de chocar e confrontar o ocidente cristão;

2) Os grupos radicais de esquerda que, em nome do combate ao capitalismo e à cultura ocidental, fazem vistas grossas às ações de grupos terroristas islâmicos. Como ambos têm um inimigo em comum (a cultura ocidental), os esquerdistas, até os mais moderados, tendem a ser tolerantes com esses grupos, como demostrou recentemente a presidente Dilma Rousseff em discurso na ONU, quando propôs dialogar com o Estado Islâmico em contraponto à proposta de formação de uma coalizão internacional para combater tal grupo.

3) A chamada “Primavera Árabe”, que levou ainda mais instabilidade à maioria dos países por onde passou. O enfraquecimento do ditador Bashar al-Assad, na Síria (que contou com o apoio dos ocidentais, por estes acharem que a democracia resolveria os problemas de tais países), possibilitou que grupos minoritários e ainda mais radicais ganhassem espaço na disputa pelo poder. E não por acaso, o Estado Islâmico hoje já controla boa parte do país, afugentando os milhares sírios que agora fogem para a Europa.

4) A ausência de capitalismo. Aliás, acredito que este é o principal motivo da barbárie islâmica. Basta uma olhada rápida no ranking dos países com maior índice de liberdade econômica, e vamos ver que os dois países árabes mais desenvolvidos e pacíficos (Emirados Árabes e Catar) ocupam respectivamente as posições 25º e 32º do ranking. Sim, para quem acha que o islã é incompatível com o livre mercado, tais países estão aí para provar o contrário – da mesma forma que Botswana, que hoje ocupa a 37ª posição, prova que a África é compatível com o capitalismo, pulando de uma renda per capta similar aos seus vizinhos na casa do U$ 70 ao ano, no final dos anos 60, U$ 16.500.

Portanto, se você realmente se incomoda com a miséria humana, o melhor que pode fazer é lutar para que o livre mercado chegue a tais países, a maioria dominada por populistas e mentalidades coletivistas que sempre prometem o céu e entregam o inferno. Não por acaso, a maioria esmagadora dos partidos sírios são… socialistas. Eis uma combinação mortal: socialismo e islamismo.

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Amilton Aquino

Formado em jornalismo pela UFPE.


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