por Jean Garnier – A cinebiografia realista Coco antes de Chanel (estreia hoje) deixa claro que é sobre o período pré-sucesso da mais importante estilista francesa de todos os tempos, que revolucionou a alta-costura e criou um perfume que a deixou ainda mais conhecida, o Nº 5. O filme centra na história da menina órfã […]
por Jean Garnier – A cinebiografia realista Coco antes de Chanel (estreia hoje) deixa claro que é sobre o período pré-sucesso da mais importante estilista francesa de todos os tempos, que revolucionou a alta-costura e criou um perfume que a deixou ainda mais conhecida, o Nº 5. O filme centra na história da menina órfã Gabrielle Bonheur, que ganhou o apelido que a deixou mundialmente famosa porque tinha como hábito cantar “Qui qu’a vu Coco dans l’Trocadéro?”.
Gabrielle (Audrey Tautou) nasceu pobre na zona rural da França e, depois que sua mãe morreu de tuberculose, foi enviada para um orfanato administrado por freiras. É lá que a jovem se fascina pela costura. Só que o lugar era simples demais para o que pretendia e, na virada para o século XXI, foge com a irmã Adrienne para a cidade de Moulins, onde, sem muito sucesso, tenta a sorte como cantora de cabaré.
Com sua forte ambição, conhece o playboy Etienne Balsan (Benoît Poelvoorde). Ao mesmo tempo em que se torna sua amante, sente que poderia transformar essa situação de namorar um homem rico em uma grande oportunidade. Coco se mantém ocupada em criar roupas para si mesma e a desenhar um chapéu (não tão chamativo e esplendoroso os que Carmem Miranda usava), e se esforça para melhorar sua condição perante a sociedade e conseguir independência. Um britânico carismático, Arthur Capel (Alessandro Nivola), lhe financia a primeira loja em Paris. Ao contrário de Balsan, Capel realmente a ama, e vê a chance de fazer por Coco algo realmente importante.
Audrey Tautou, depois de surpreender com atuações em O fabuloso destino de Amélie Poulain e em produções mais comerciais (Coisas belas e sujas e O código Da Vinci), convence como Chanel não apenas pela semelhança física, mas também, com o perdão do trocadilho, por “vestir” perfeitamente o papel e reproduzir o jeito, a elegância e a força de uma mulher que sabia que estava a frente do seu tempo e se esforçou para mostrar a todos que assim era. Tautou e Marion Cotillard (Piaf) são sem dúvida as mais poderosas atrizes do atual cinema francês. A diretora Anne Fontaine fascinou ao reproduzir o trecho da vida de uma personalidade que não gostava de falar sobre seu passado, e deixou uma curiosidade sobre como seria ver nas telas a continuação dessa história. O resultado é muito interessante mesmo para aqueles que, como eu, não entendem nada do mundo fashion.
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Amálgama
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