Uma história de Papai Noel

por Luiz Biajoni – O garoto achava que o Papai Noel era um ecologista. Gordão, com aquele ar sábio e aquela roupa todinha verde… Só podia ser ecologista. Ele morava no Pólo Norte para melhor protegê-lo dos efeitos nocivos do CFC, que está acabando com a camada de ozônio. Com suas renas aladas – que ele tratava super-bem, sim senhor! – inspecionava o buraco da camada rotineiramente durante todo o ano – e enviava relatório sobre a situação para a ONU e para o Greenpeace.

Os duendes do Papai Noel eram recicladores. Durante o ano recolhiam os materiais, reciclavam e, já próximo do Natal, sentavam junto com o Noel para decidirem que brinquedo fabricar, que criança atender. Com um quilo de latas de cerveja o chefe dos duendes fazia um belo avião para o Joãzinho, que obedeceu o pai durante a ausência da mãe. Com 30 garrafas PET, o encarregado do setor de derretição moldava uma boneca enorme para a Mariazinha.

As madeiras da marcenaria do Joca eram recolhidas também e viravam grandes brinquedos. E a fábrica prosseguia assim, produzindo tudo a partir do que os duendes reutilizavam. E o Papai Noel tinha uma ONG chamada “Desentupidores de Chaminés”. Vem daí a lenda de que ele desce pelas chaminés na hora de entregar os presentes. Na verdade, todo mundo sabe – e o garoto também sabia – que o Papai Noel entrega o presente para os pais e são eles quem entregam para as crianças.

O Papai Noel não poderia entregar os presentes pessoalmente por uma questão de logística e também porque se emociona muito e ia ficar muito sensibilizado se entregasse para cada criança – e ia chorar muito e tanto que poderia até ficar desidratado. E ninguém queria o Noelzinho doente! O garoto sabia de todas essas coisas e, até para facilitar um pouco para o Noel e seus ajudantes, pediu uma coisa muito simples. Ou pelo menos ele acreditava que fosse simples de se fazer: uma bola de futebol. Mas não queria uma bola qualquer, queria uma bola toda verde – que desse para ver bem no campo de futebol! O garoto morava na Ilha dos Daltônicos e é assim que contam a história do Papai Noel por lá.



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