Há meses, republicanos e o FBI vinham insistindo para que Obama agisse em relação à Rússia.
Michael Warren, The Weekly Stanndard
trad. Daniel Lopes
O governo Obama anunciou nesta quinta uma emenda a uma ordem executiva que introduz sanções específicas a patrimônios russos aqui nos Estados Unidos. As sanções são uma resposta a ataques cibernéticos por hackers patrocinados pela Rússia contra o Comitê Nacional Democrata e outros grupos.
“O presidente Obama autorizou um número de ações em resposta ao agressivo abuso do governo russo contra oficiais americanos e a operações cibernéticas tendo como alvo a eleição americana de 2016”, disse a Casa Branca em comunicado. “As atividades cibernéticas russas tiveram a intenção de influenciar a eleição, corroer a fé nas instituições democráticas americanas, semear dúvidas sobre a integridade de nosso processo eleitoral e minar a confiança nas instituições do governo americano. Essas ações são inaceitáveis e não serão toleradas”.
As novas ações incluem declarar “persona non grata” 35 funcionários do governo russo operando nos Estados Unidos e exigir que esse pessoal deixe o país dentro de 72 horas. O governo federal também negará aos russos acesso a dois dos complexos que seu governo possui nos EUA, um em Maryland e outro em Nova York.
O presidente russo Vladimir Putin já respondeu às sanções, de acordo com a Associated Press, dizendo que a Rússia considerará uma retaliação.
O governo Obama também divulgou um relatório conjunto (pdf) do Departamento de Segurança Interna e o FBI com mais detalhes de como a inteligência russa comprometeu redes online do Partido Democrata e de outras organizações privadas, políticas e governamentais.
O presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, elogiou as sanções em um comunicado na quinta, ao mesmo tempo dizendo que elas estavam “atrasadas”. “A Rússia não compartilha dos interesses americanos. Na verdade, ela tenta constantemente solapá-los, disseminando uma perigosa instabilidade pelo mundo”, disse Ryan. “Se é verdade que a ação de hoje do governo americano é atrasada, é ainda assim uma maneira apropriada de encerrar oito anos de uma política fracassada em relação à Rússia. E serve de exemplo da incapaz política externa deste governo, que tornou os EUA mais frágeis aos olhos do mundo”.
Os senadores republicanos John McCain e Lindsey Graham, que estavam entre os que exigiam sanções contra a Rússia, disseram que as ações de Obama estavam “muito atrasadas” e representavam um “baixo preço para a Rússia pagar” por tentar interferir na eleição. “Buscaremos liderar o esforço no novo Congresso para impor sanções mais pesadas contra a Rússia”, disseram McCain e Graham.
Na noite da quarta-feira, Donald Trump havia rejeitado uma pergunta sobre o pedido de McCain e Graham por sanções mais pesadas contra a Rússia. Na quinta, em um breve comunicado, o presidente eleito disse que “é hora do país cuidar de coisas maiores e melhores. Ainda assim, em nome dos interesses de nosso país e de seu grande povo, me encontrarei com líderes da comunidade de inteligência na próxima semana, para ser atualizado sobre os fatos desta situação”.
As sanções chegam em um período curioso, ao final do período de Obama na Casa Branca. Há meses, membros republicanos do Congresso e o FBI vinham insistindo para que o governo Obama agisse em relação à Rússia.
E, como escreveu Stephen F. Hayes em um recente editorial da Weekly Standard, a recém-nascida dureza de Obama para com a Rússia oculta um histórico de evitação de confrontações ou “provocação”.
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